Ivar Saldanha
Ivar Figueiredo Saldanha, mais conhecido como Ivar Saldanha, (Rosário, 8 de março de 1921 — São Luís, 2 de fevereiro de 1999) foi um político brasileiro.
Ivar Saldanha | |
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Ivar Saldanha | |
Governador do Maranhão | |
Período | 14 de maio de 1982 - 15 de março de 1983 |
Vice- governador |
(vago) |
Antecessor(a) | João Castelo |
Sucessor(a) | Luís Rocha |
Prefeito de São Luís | |
Período |
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Deputado estadual pelo Maranhão | |
Período |
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Deputado federal pelo Maranhão | |
Período | 1962 -1971 |
Presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão | |
Período |
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Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão | |
Período | 1991-1993 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Ivar Figueiredo Saldanha |
Nascimento | 8 de março de 1921 Rosário, MA |
Morte | 2 de fevereiro de 1999 (77 anos) São Luís, MA |
Partido | PST (1950-1954) PSD (1954-1965) ARENA (1965-1980) PDS (1980-1986) PFL (1986-1991) |
Ivar Saldanha foi presidente da Caixa Econômica Federal no Maranhão, prefeito de São Luís por três vezes, deputado estadual por sete vezes (exercendo quatro vezes o cargo de presidente da Assembleia Legislativa), deputado federal por duas vezes e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.[1][2]
Biografia
editarIngressou na Rede Ferroviária Federal S.A. em 1945, sendo funcionário da empresa até 1947, quando se transferiu para a Caixa Econômica Federal, ocupando uma diretoria até 1950. Nesse ano desincompatibilizou-se do cargo para concorrer a mandato eletivo.[3]
Em outubro de 1950, foi eleito deputado estadual no Maranhão, na legenda do Partido Social Trabalhista (PST). Assumiu o mandato em fevereiro de 1951 e foi reeleito em outubro de 1954, pelo Partido Social Democrático (PSD). Foi nomeado secretário de Finanças do Maranhão durante o governo de José de Matos Carvalho (1957-1961).[3]
Foi reeleito deputado estadual pelo PSD em outubro de 1958. [3]
Seu primeiro mandato como prefeito se deu no período entre 1º de fevereiro de 1956 a 24 de março de 1956.[3]
Em 1º de junho de 1959, depois de se licenciar da Assembleia Legislativa, retorna pela segunda vez ao cargo de prefeito de São Luís, ficando até 06 de julho de 1962.[3]
Em outubro de 1962, foi eleito deputado federal, tendo assumido a cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro do ano seguinte. Em junho, foi indicado vice-líder de seu partido. Durante a Ditadura Militar e a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965), filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), legenda pela qual foi reeleito deputado federal, em 1966.[3]
Em novembro de 1970, foi novamente eleito deputado estadual, tendo sido reeleito em 1974 e de 1978.[3]
Em 15 de março de 1978, é novamente nomeado para o cargo de prefeito. [3]
Em 14 de agosto de 1978, se afastou da prefeitura e a presidenta da Câmara Municipal Lia Varella assumiu seu lugar até 15 setembro de 1978, quando foi nomeado o prefeito Lereno Nunes Neto pelo então governador Oswaldo Nunes Freire.[3]
Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS).[3]
Governador do estado
editarEm 14 de maio de 1982, assumiu cargo de governador do Maranhão.[4]
Ivar Saldanha substituiu o então governador João Castelo, que renunciou ao mandato para concorrer ao Senado Federal pelo Maranhão. O vice de Castelo, o General Artur Carvalho, já havia falecido em São Luís, no dia 29 de janeiro de 1982, em virtude da parada cardiopulmonar. No entanto, havia uma disputa política entre João Castelo e o então presidente da Assembleia Legislativa, Albérico Ferreira, tio de José Sarney e primeiro na linha de sucessão, a quem o governador não desejava passar o comando do estado. Em acordo político, Albérico Ferreira renunciou à presidência em favor do primeiro vice-presidente, Ivar Saldanha. Foi alterado o Regimento Interno da Assembleia para garantir a cadeia sucessória de modo que o vice-presidente, com a renúncia do titular, passasse a ser o presidente efetivo. [1][2][5][6][4][7]
Marconi Caldas (até então o segundo vice-presidente) assumiu o comando da Assembleia Legislativa, com o afastamento de Ivar Saldanha para assumir o governo do estado.[8]
Ivar Saldanha sofreu a contestação do presidente do Tribunal de Justiça do estado recorreu ao Supremo Tribunal Federal por se julgar o substituto legal, mas não obteve êxito. [3]
Em fevereiro de 1983, foi novamente impetrado recurso no STF pelo novo presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Celso Coutinho, que postulava o cargo de governador do estado, que alegava que o mandato de deputado de Saldanha havia expirado em 31 de janeiro. O STF negou o recurso e manteve esse recurso à frente do governo maranhense até 15 de março de 1983, quando transmitiu o cargo ao governador eleito Luís Rocha.[3]
Retorno à Assembleia
editarApós três anos sem mandato, é eleito deputado estadual em 1986 pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Em 1989, é novamente eleito presidente da Assembleia Legislativa, passando também a dirigir os trabalhos da Constituinte Estadual. Permaneceu no cargo até o fim de janeiro de 1991, com o encerramento do mandato e da legislatura.
Durante o mandato de presidente da Assembleia, ocorreu uma grave crise política com o vice-governador João Alberto, que havia se licenciado do mandato pois fora eleito prefeito de Bacabal. Com a renúncia do governador Epitácio Cafeteira, João Alberto renunciou ao cargo de prefeito para assumir o governo do estado, mas a Assembleia Legislativa votou uma Resolução decretando a vacância do cargo de vice-governador e determinando que o cargo deveria ficar com o presidente da Casa, Ivar Saldanha. A disputa foi parar no Poder Judiciário, mas João Alberto se manteve no cargo até o fim do mandato.[9]
Foi presidente da Assembleia Legislativa nos biênios 1952-1953, 1955-1957, 1971-1973, em 1981, e em 1989-1991.[10]
Últimos anos
editarEm 1991, foi nomeado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), cargo no qual permaneceu até 1993, quando se aposentou.[3]
Em 2 de fevereiro de 1999, morreu no acidente automobilístico em São Luís, aos 77 anos.[1][2]
Era casado com Amália Aquino Saldanha, com quem teve dois filhos.[3]
Referências
- ↑ a b c http://www.direito2.com.br/asen/1999/fev/24/senado-lamenta-morte-do-ex-governador-ivar-saldanha
- ↑ a b c http://www.direito2.com.br/asen/1999/mar/8/edison-lobao-lamenta-morte-de-politico-maranhense
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «IVAR FIGUEIREDO SALDANHA». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 17 de fevereiro de 2023
- ↑ a b Buzar, Benedito (27 de março de 2021). «Paulo Abreu Filho - O EstadoMA». Imirante. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- ↑ «DITADURA EMPRESARIAL-MILITAR NO MARANHÃO E ENSINO: O Dicionário Histórico-biográfico como ferramenta pedagógica» (PDF)
- ↑ Rogério Coelho \eto. «Coisas da política» (PDF)
- ↑ Diário do Congresso Nacional (25 de maio de 1982). «Diário do Congresso Nacional» (PDF). Consultado em 10 de dezembro de 2024
- ↑ Imirante (21 de maio de 2010). «Morre o ex-deputado estadual maranhense Marconi Caldas - Imirante.com». Imirante. Consultado em 10 de dezembro de 2024
- ↑ «Em 1990: Crise política na Assembleia Legislativa deixava o Maranhão com dois governadores». Jornal Pequeno. 13 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2023
- ↑ «Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão - História». www.al.ma.leg.br. Consultado em 17 de fevereiro de 2023
Precedido por José Ribamar Waquim |
Prefeito de São Luís 1956 |
Sucedido por José Burnett |
Precedido por Emiliano dos Reis Macieira |
Prefeito de São Luís 1959-1962 |
Sucedido por Ruy Ribeiro Mesquita |
Precedido por Bayma Junior |
Prefeito de São Luís 1977 - 1978 |
Sucedido por Lia Varella |
Precedido por João Castelo |
Governador do Maranhão 1982 — 1983 |
Sucedido por Luiz Rocha |