Ivo Cassol
Ivo Narciso Cassol (Concórdia, 20 de janeiro de 1959) é um empresário, pecuarista e político brasileiro radicado em Rondônia, filho de Reditario Cassol e Elga Bergamin Cassol. O senado federal não menciona se Ivo é formado.[1]
Ivo Cassol | |
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Senador por Rondônia | |
Período | 1° de fevereiro de 2011 a 1° de fevereiro de 2019 |
7.º Governador de Rondônia | |
Período | 1 de janeiro de 2003 até 1 de abril de 2010 |
Antecessor(a) | José Bianco |
Sucessor(a) | João Cahulla |
Prefeito de Rolim de Moura | |
Período | 1 de janeiro de 1997 até 5 de abril de 2002 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 20 de janeiro de 1959 (65 anos) Concórdia, Santa Catarina |
Partido | PDT (1979-1997) PFL (1997-2001) PSDB (2001-2005) PPS (2005-2009) PP (2009-presente) |
Foi prefeito de Rolim de Moura e governador de Rondônia. Integrou o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Partido Popular Socialista (PPS). Desde 2009 é membro do Progressistas (PP) e Senador da República para o período 2011-2019.
História
editarSua família emigrou de Santa Catarina para Rondônia em 1976/1977. Casado com Ivone Mezzomo Cassol, é pai de um filho e duas filhas.[2]
Em 1977, Reditario Cassol, patriarca da família, adquiriu um lote terras em Santa Luzia d'Oeste, na então quase intocada Zona da Mata rondoniense. A área era rica em mogno e cerejeira, madeiras de alto valor comercial. Começa então, a oportunidade para que Ivo Cassol, então com dezoito anos de idade, e seus cinco irmãos Dalva, Cesar, Darcila, Denise e Jaqueline iniciassem o negócio da família.
No final da década de 1980, ocorre a primeira das grandes crises de fornecimento de energia que iriam abalar a economia do Brasil e, por extensão, o Estado de Rondônia. A família Cassol viu na crise uma oportunidade de crescer, impulsionada pelo Governo Federal, o qual oferecia, na época, um programa de incentivo para quem se dispusesse a investir na geração e distribuição de energia elétrica. Hoje a família é proprietária de quatro pequenas centrais hidrelétricas (pch) no Estado de Rondônia.
Política
editarCom a consolidação dos negócios, tanto na atividade agropecuária de ponta como na hidrogeração, Ivo Cassol decidiu exercer a vida pública. Na época do governo do coronel Jorge Teixeira de Oliveira (1979/1985), o pai Reditário Cassol foi nomeado administrador de Colorado do Oeste. Em 1986, Reditário elegeu-se deputado estadual, sendo o autor de projetos de lei que criaram 19 municípios na década de 1990. Em 1990, Reditário Cassol foi eleito deputado federal para a legislatura 1991/1994.
O irmão, César Cassol foi prefeito do município de Santa Luzia do Oeste entre 1989 e 1992 e, de 1994 a 2002, foi eleito deputado estadual por duas legislaturas. Em 2000, quem se elege para administrar a prefeitura de Alta Floresta d'Oeste é Darcila Cassol ("Nega Cassol"), irmã de Ivo (período 2001/2004). César Cassol foi eleito prefeito de Rolim de Moura para o quadriênio (2013/2016).
Em 1992, Ivo Cassol decidiu concorrer a prefeito de Rolim de Moura, mas teve sua candidatura impugnada dez dias antes das eleições. Em 1996, elegeu-se prefeito da cidade, tendo sido reeleito para o quadriênio 2001/2004. Para candidatar-se a Governador do Estado de Rondônia, renunciou ao mandato de prefeito no início de abril/2002.
Partido | Candidato | Votos | Votos (%) | |
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PDT | Ivo Cassol | 8 569 | ||
PMDB | Roque Mazzuchelli | 6 124 | ||
PTB | Mileni Cristina Benetti Mota | 4 204 | ||
Totais | 18 897 |
Partido | Candidato | Votos | Votos (%) | |
---|---|---|---|---|
PFL | Ivo Cassol | 14 851 | ||
PTB | João Francisco Matara | 6 488 | ||
Totais | 21 339 |
Em 2002, Ivo Cassol disputou o governo de Rondônia. No primeiro turno, recebeu 184.085 votos (29,62%), contra José Bianco (20,23%), Acir Gurgacz (16,89%) e Mauro Nazif (15,57%). Avançou ao segundo turno junto de José Bianco, no qual venceu com 348.081 votos (59,07%) contra 241.206 (40,93%) de votos de José Bianco.[5][6]
Nas eleições de Rondônia de 2006 reelegeu-se já no primeiro turno, tendo como principais adversários Fátima Cleide, senadora do PT, o ex-prefeito de Porto Velho, Carlinhos Camurça (PSB) e o então senador Amir Lando, do PMDB.[7]
Em 2008, o governador foi cassado do cargo por suposta compra de votos. O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia cassou a chapa de Cassol e o vice-governador João Cahulla. Com recurso, ambos foram mantidos nos cargos até o julgamento do TSE, que os manteve no cargo.[8][9][10]
Ivo Cassol deixou o governo no início de abril de 2010 para disputar o cargo de Senador da República na eleição de Rondônia em 2010. Ao renunciar, o seu vice, João Cahulla, assumiu até o fim do mandato.[11] Cassol concorre ao senado, e elege-se juntamente com Valdir Raupp.[12] Seus suplentes são o próprio pai Reditário Cassol e Odacir Soares Rodrigues.
Nesta eleição de 2010, Ivo Cassol teve sucesso ao se eleger ao Senado Federal, mas não conseguiu eleger o seu vice, João Cahulla, da sua coligação Avança Rondônia (PPS/PP/PTB/PSL/PTN/PSDC/PHS/PMN/PRP). O então governador Cahulla perdeu para Confúcio Moura em segundo turno, com 297.674 votos, 41,34% de porcentagem, contra 58,68% de Confúcio (422.707 votos). Uma diferença de 125.033 votos entre os dois candidatos.[13]
Em novembro de 2018, o senador votou a favor do aumento de salário dos integrantes do STF, que gerará o reajuste de milhares de salários no nível federal, estadual e municipal, com impacto negativo estimado de 6 bilhões de reais/ano no orçamento nacional.[14]
Polêmica sobre salários
editarEm março de 2012, Ivo Cassol deu declaração polêmica sobre Projeto de Lei prevendo o corte do 14º e 15º salários — sem desconto de imposto de renda — a que os parlamentares têm direito, tendo pedido vista do projeto e com isso postergado sua votação:[15]
“ | O político no Brasil é muito mal remunerado. Tem que atender o eleitor com pagamento de passagens, remédio, é convidado para patrono e tem que pagar as festas de formatura porque os jovens não tem dinheiro. | ” |
Condenação por fraude em licitações
editarEm 8 de agosto de 2013, Ivo Cassol foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a quatro anos e oito meses em regime semiaberto por fraudar licitações quando era prefeito de Rolim de Moura (RO) entre 1998 e 2002, direcionando os processos a empresas de parentes e amigos.[16]
O senador divulgou que vai recorrer da decisão do STF e continuará exercendo seu mandato.[17] Atualmente o julgamento está chegando ao fim, mas teve mais um pedido de vistas ao processo o que deve atrasá-lo.[18]
Em dezembro de 2016, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[19] Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista.[20]
Em outubro de 2017 votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[21][22]
Envolvimento com rede de prostituição
editarEm 14 de julho de 2017, Ivo Cassol foi flagrado conversando com agenciadores de uma rede de prostituição, através de escutas plantadas pela polícia civil da capital federal. Cassol demonstra em um dos audios intimidade com o agenciador e com uma de suas garotas de nome Gabriela, que utilizava as mulheres para influenciar as decisões dos parlamentares em relação a liberação de um medicamento contra o câncer.[23]
Referências
- ↑ «Ivo Cassol - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 30 de novembro de 2016
- ↑ «Cassol comemora a chegada do segundo neto nesta segunda-feira - Gente de Opinião». www.gentedeopiniao.com.br. Consultado em 30 de novembro de 2016
- ↑ Resultado da Eleição 1996
- ↑ Resultado da Eleição 2000
- ↑ «UOL Eleições 2002». eleicoes.uol.com.br. Consultado em 30 de novembro de 2016
- ↑ «ELEIÇÕES 2002 - Rondônia - Resultados». Folha Online. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ «G1 > Eleições 2006 > Rondônia - NOTÍCIAS - Ivo Cassol é eleito no primeiro turno em Rondônia». g1.globo.com. Consultado em 30 de novembro de 2016
- ↑ «TRE cassa o diploma de governador de Ivo Cassol em Rondônia». Canal Rural. 5 de novembro de 2008. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ «Governador Ivo Cassol recorre ao TSE para afastar cassação». ConJur. 19 de Dezembro de 2008. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ «TSE libera candidatura de Ivo Cassol, ex-governador cassado de Rondônia». Agência Brasil. 20 de Agosto de 2010. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ «Cassol renuncia e Cahulla assume o Governo de Rondônia». Rondoniagora. 1 de abril de 2010. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ Governador, senadores e deputados diplomados[ligação inativa]
- ↑ «Confúcio confirma vitória do primeiro turno e é o novo governador de Rondônia». UOL. 31 de Outubro de 2010. Consultado em 28 de Dezembro de 2022
- ↑ «Como votou cada senador no aumento dos salários dos ministros do STF». VEJA.com
- ↑ «Ivo Cassol reclama: "Político no Brasil é muito mal remunerado"». Yahoo! Notícias. 20 de março de 2012. Consultado em 21 de março de 2012. Arquivado do original em 23 de março de 2012
- ↑ «Senador Ivo Cassol é condenado a 4 anos e 8 meses de prisão». Estadão. 8 de agosto de 2013
- ↑ «Senador Ivo Cassol recorrerá da condenação no STF». Senado. 9 de agosto de 2013[ligação inativa]
- ↑ «RD POLÍTICA - Moradores da Balsa protestam, Raupp percorre interior, Ivo Cassol governador». rondoniadinamica.com. Consultado em 14 de setembro de 2016. Arquivado do original em 15 de setembro de 2016
- ↑ Bol (13 de dezembro de 2016). «Confira como votaram os senadores sobre a PEC do Teto de Gastos 155 Do UOL, em São Paulo». Consultado em 16 de outubro de 2017
- ↑ Redação - Carta Capital (11 de julho de 2017). «Reforma trabalhista: saiba como votaram os senadores no plenário»
- ↑ «Veja como votou cada senador na sessão que derrubou afastamento de Aécio». Consultado em 17 de Outubro de 2017
- ↑ «Janot denuncia Aécio Neves ao STF por corrupção e obstrução da Justiça». Consultado em 17 de Outubro de 2017
- ↑ http://www.opopular.com.br/editorias/politica/bolsonaro-e-filho-s%C3%A3o-interceptados-em-conversas-com-agenciador-de-garotas-de-programa-1.1309195
Ligações externas
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