Jamila Gordon
Jamila Gordon (nascida na Somália) é diretora executiva e fundadora de uma empresa australiana (Lumachain) de Software como serviço que aplica inteligência artificial e Blockchain aos canais de abastecimento de alimentos.[1]
Jamila Gordon | |
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Nascimento | século XX Somália |
Residência | Austrália |
Cidadania | Austrália, Somália |
Alma mater |
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Ocupação | empreendedora |
Distinções |
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Empregador(a) | GIO General, Deloitte, IBM, Qantas, CIMIC Group |
Depois de escapar da Guerra Civil da Somália, aos dezoito anos, ela foi deslocada para o Quênia antes de se mudar para a Austrália, onde se formou em Tecnologia da Informação pela Universidade La Trobe.[1]
Mais tarde, Jamila atuou como diretora de informática na Qantas e na Leighton Holdings/CIMIC e como executiva na IBM.[1] Foi nomeada premiada global da Microsoft no International Women's Entrepreneurship Challenge 2018,[2] Inovadora do ano da Austrália e Nova Zelândia no Women in AI Awards 2020,[3] Empreendedor do Ano da NSW Pearcey 2021.[4] Ela foi reconhecida como uma das 100 mulheres de 2021 da BBC.[5]
Infância e educação
editarJamila Gordon nasceu em uma família nômade, no interior da Somália, e foi criada em uma pequena vila com outras 15 crianças.[6][7] Como filha mais velha, esperava-se que ela desempenhasse um papel fundamental na administração da casa a partir dos cinco anos de idade, e essas responsabilidades eram mais importantes do que sua educação.[8] Quando ela tinha 11 anos, sua família mudou-se para Mogadíscio, capital da Somália, para evitar uma seca.[9] Assim que a guerra civil estourou, ela foi deslocada para o Quênia,[7][10] onde conheceu um mochileiro australiano, que a ajudou a se mudar para a Austrália.[7] Depois de chegar à Austrália, Jamila Gordon fez cursos de inglês no TAFE NSW[11] e se matriculou em contabilidade na La Trobe University, em Melbourne.[12] Ela mudou sua especialização para engenharia de software depois de fazer uma eletiva de programação e, finalmente, formou-se como bacharel em negócios e tecnologia da informação, em 1995.[12][13]
Carreira
editarDurante a faculdade, Jamila Gordon afirmou que trabalhou como lava-louças e ajudante de cozinha em um restaurante japonês local.[7]
Depois de se formar, Jamila Gordon trabalhou no desenvolvimento de software e, posteriormente, no gerenciamento de projetos. Ela continuou seu trabalho com software para a British Gas e, posteriormente, na Emirates Airlines. Mais tarde, ela foi contratada pela Deloitte e, depois disso, passou a gerente sênior de projetos da IBM. Em 2001, a IBM a transferiu para a Europa, trabalhando em cidades de vários países onde ela havia liderado lançamentos globais para clientes da IBM, incluindo Solectron, AXA Insurance e ABN AMRO Bank. Em 2007, ela foi contratada como Diretora de Informática da Qantas Airways e depois da Leighton Holdings/CIMIC.[14]
Lumachain
editarEm abril de 2018, Gordon fundou a Lumachain, empresa que fornece blockchain e software de visão computacional para a indústria da carne, com US$ 3,5 milhões em financiamento inicial, em uma rodada liderada pelo fundo de capital de risco CSIRO (Main Sequence Ventures).[8][15] Seu objetivo declarado é adicionar transparência às cadeias globais de abastecimento de alimentos e fornecer um registro auditável para provar se um item vem de fontes eticamente responsáveis (por exemplo, condições do trabalhador, conformidade com o código de saúde).[15][16] Em 2019, a empresa fez parceria com a Microsoft,[17][18] a JBS SA [19] e a CSIRO [20] para testes em larga escala.
Prêmios
editar- 2009 - Prêmio de Aluna Destacada da Universidade La Trobe.[21]
- 2018 - Global Awardee, Microsoft International Women Entrepreneurship Challenge (IWEC).[2]
- 2020 - Prêmio Empreendedora do Ano, da NSW Pearcey, Fundação Pearcey.[4]
- 2021 - Inovadora do Ano da Austrália e Nova Zelândia, Prêmio "Mulheres na Inteligência Artificial".[3]
- 2021 - Lista das 100 mulheres da BBC.[22]
Vida pessoal
editarGordon é uma defensora da diversidade e inclusão de mulheres em STEM,[14] e está ajudando refugiados de várias origens a terem sucesso na Austrália. Ela cita particularmente suas experiências em trabalho infantil como um fator impulsionador de seu trabalho socialmente responsável por meio da tecnologia.[7][8] Nessa função, ela já foi voluntária como membro do conselho das organizações sociais CareerSeekers e CareerTrackers.[23] Ela também é embaixadora global da Fundação IWEC e atua como membro do Conselho Consultivo da Questacon.[24]
Veja também
editarReferências
- ↑ a b c «Bio - Jamila Gordon». Questacon - The National Science and Technology Centre (em inglês). 6 de maio de 2019. Consultado em 6 de abril de 2021
- ↑ a b WECNY. «Awardees». IWEC Foundation (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2021
- ↑ a b «Australia - New Zealand». Women in AI (WAI) (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2021
- ↑ a b «2020 NSW Award » Pearcey». pearcey.org.au. Consultado em 6 de abril de 2021
- ↑ «BBC 100 Women 2021: Who is on the list this year?». BBC News (em inglês). 7 de dezembro de 2021. Consultado em 16 de dezembro de 2022
- ↑ Blakkarly, Jarni (16 de janeiro de 2018). «My Australia: From washing dishes to Qantas executive». SBS News (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2021 [ligação inativa]
- ↑ a b c d e Gordon, Jamila (6 de novembro de 2020). «How Artificial Intelligence creates opportunity for all». TEDxSydney (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2021 [ligação inativa]
- ↑ a b c Vickovich, Aleks (29 de julho de 2019). «Former Qantas executive raises $3.5 million for anti-slavery blockchain startup — inspired by her forced labour as a child in Somalia». Business Insider Australia (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2021
- ↑ Blakkarly, Jarni (3 de maio de 2018). «My Australia: From washing dishes to Qantas executive». iamamigrant.org (em inglês). Consultado em 21 de maio de 2021 [ligação inativa]
- ↑ Mudditt, Jessica; Walker, Nic (1 de maio de 2018). «What I've learned: Jamila Gordon». Company Director (em inglês). 34 (4). 80 páginas – via Informit
- ↑ 2018 Annual Review (Relatório). Australian Institute of Company Directors. 1 de outubro de 2018. p. 23
- ↑ a b «Square the Ledger profile: Jamila Gordon». www.latrobe.edu.au (em inglês). 2020. Consultado em 21 de maio de 2021 [ligação inativa]
- ↑ «Women and Leadership: Looking Beyond the Global Health Crisis». The New York Times (em inglês). 17 de novembro de 2020. ISSN 0362-4331. Consultado em 21 de maio de 2021
- ↑ a b Connolly, Byron (27 de fevereiro de 2017). «Jamila Gordon: The CIO who escaped the Somali Civil War». CIO (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2021
- ↑ a b «Lumachain lands $3.5 million for tech tackling modern slavery in food supply chains». SmartCompany (em inglês). 29 de julho de 2019. Consultado em 7 de abril de 2021
- ↑ «Jamila Gordon». Meat Business Women (em inglês). Consultado em 21 de maio de 2021 [ligação inativa]
- ↑ «AI, IoT and blockchain trace meat from paddock-to-plate at nation's largest food processing company, JBS, in Australian-first trial». Microsoft Australia News Centre (em inglês). 18 de novembro de 2019. Consultado em 21 de maio de 2021
- ↑ Satya Nadella features Lumachain in his Sydney keynote address (em inglês), consultado em 7 de abril de 2021
- ↑ «Agtech: Artificial Intelligence trial tracks JBS beef from paddock to plate». Beef Central (em inglês). 19 de novembro de 2019. Consultado em 21 de maio de 2021
- ↑ «Paddock to plate: Lumachain beefs up the data trail». www.theaustralian.com.au. The Australian. 19 de novembro de 2019. Consultado em 21 de maio de 2021 [ligação inativa]
- ↑ «Awards recognise high achievers». www.latrobe.edu.au (em inglês). La Trobe University. Consultado em 30 de maio de 2021 [ligação inativa]
- ↑ «BBC 100 Women 2021: Who is on the list this year?». BBC News (em inglês). 7 de dezembro de 2021. Consultado em 16 de dezembro de 2022
- ↑ «Jamila Gordon | LinkedIn». LinkedIn [ligação inativa]
- ↑ «Jamila Gordon, CEO and Founder of Lumachain». www.humanrights.unsw.edu.au. Australian Human Rights Institute. Consultado em 21 de maio de 2021 [ligação inativa]