João António das Neves Ferreira
João António de Brissac das Neves Ferreira ComTE • ComA • GCA • ComSE (Santa Maria de Belém, 28 de fevereiro de 1846 – Funchal, 5 de julho de 1902) foi um militar e administrador colonial português.
João António das Neves Ferreira | |
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Nascimento | 1846 Lisboa |
Morte | 1902 |
Cidadania | Reino de Portugal |
Distinções |
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Biografia
editarEm 23 de Março de 1880 foi nomeado governador de Benguela, durante o qual sufocou uma revolta naquela região, mas logo depois, pediu sua exoneração, regressando a Lisboa[1].
Por decreto de 23 de Dezembro de 1885, foi nomeado governador do Congo Português[2]. Neste governo procedeu a importantes reformas desenvolvendo consideravelmente o comércio. Pouco tempo depois, em 1889[3], era nomeado governador-geral da província de Moçambique[1].
Durante o ultimato britânico de 1890 viu-se isolado, sem possibilidade de defesa e combate, tendo que empregar a diplomacia. A esquadra inglesa chega à costa moçambicana, mas Neves Ferreira, com o seu espírito diplomático, sugere conferências, ganhando tempo e tomando medidas mais severas, avisando que se os ingleses se atrevessem a atacar e a invadir Lourenço Marques e Moçambique, que lá seriam recebidos, "devida e cortesmente pelos torpedos que se ocultavam nas águas dos portos"[1][4]. Neste mesmo ano, foi promovido a Capitão de mar e guerra[1].
Não concordando com algumas ordens do governo da metrópole, pediu a sua exoneração, voltando à Europa. Chegando a Lisboa foi nomeado governador civil do Distrito do Porto onde encontrou os ânimos agitados, por conta da revolta de 31 de Janeiro de 1891. Em 1893, foi encarregado do Ministério da Marinha e Ultramar, chamado pelo conselheiro Hintze Ribeiro[1].
Em 1896, foi nomeado governador-geral da província de Angola, onde não tomou posse, pois teve de ir à Índia Portuguesa, onde graves revoltas ocorriam. Sua alteza D. Afonso, após representar a Coroa Portuguesa como Vice-Rei, deixou Neves Ferreira como governador interino, onde também não aceitaria algumas das ordens vindas de Lisboa. Depois de regressar da Índia, deixou completamente a política, dedicando-se então ao estudo dos problemas coloniais, fazendo parte de muitas companhias de fomento e exploração no ultramar.
Era Comendador e Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis e Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, da Ordem do Mérito Naval de Espanha e da Legião de Honra de França. Foi também Ajudante de Ordens de D. Carlos I de Portugal[1].
Referências
- ↑ a b c d e f «Dicionário Histórico de Portugal»
- ↑ «Lista de governadores do Congo Português»
- ↑ «Lista de Governadores de Moçambique»
- ↑ Segundo relatos da época, diz-se que mandou dizer ao comandante britânico que “Ide levar essas ameaças a Lisboa, porque em Moçambique ninguém tem direito de falar mais alto do que eu.”
Precedido por Criação do Distrito |
Governador do Congo Português 1887 - 1889 |
Sucedido por António de Azevedo de Vasconcelos |
Precedido por José Joaquim de Almeida |
Governador-geral de Moçambique 1889 - 1890 |
Sucedido por Joaquim José Machado |
Precedido por Afonso de Bragança, Duque do Porto |
Governador Interino da Índia Portuguesa 1896 - 1897 |
Sucedido por João Manuel Correia Taborda |