João Cristino da Silva
João Cristino da Silva (Lisboa, 24 de julho de 1829 — Lisboa, 12 de maio de 1877),[1] foi um pintor português da época romântica.[2]
João Cristino da Silva | |
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Retrato fotográfico de João Cristino da Silva
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Nome completo | João Cristino da Silva |
Nascimento | 24 de julho de 1829 Santiago (Lisboa) |
Morte | 12 de maio de 1877 (47 anos) Hospício de Rilhafoles, Pena (Lisboa) |
Nacionalidade | Portugal |
Ocupação | pintor |
Principais trabalhos | Cinco Artistas em Sintra |
Movimento estético | Romantismo |
Biografia
editarNasceu em Lisboa, filho de António Paulino da Silva e de Maria do Carmo Silva, burgueses de Alfama. O pai, proprietário e mestre de uma fábrica de fitas, assiste com orgulho ao despontar da vocação do seu filho para a pintura, que com as sobras das tintas realiza as suas primeiras experiências, e inscreve-o na Academia das Belas Artes de Lisboa. Iniciou os seus estudos em 1841[1] na Academia de Belas Artes de Lisboa(A), onde mais tarde viria a ser professor, mas não terminou o curso por discordar com os métodos de ensino. No período de 1847 a 1849[1] estudou cinzelagem na oficina de lavrantes[3] do Arsenal do Exército.[2] Em 1849 voltou a dedicar-se à pintura.[1]
No entanto, continuou a pintar e a expor, quer em Portugal, quer no estrangeiro, nomeadamente em Paris e Madrid. Artista ligado ao Romantismo, ficou sobretudo conhecido como um pintor de pintura da paisagem, sendo companheiro de Tomás da Anunciação, que considerava como um Mestre.[4]
Na Exposição Universal de Paris de 1855 expôs a sua obra Cinco Artistas em Sintra(B).[2]
Em Madrid expôs algumas das sua obras, tendo sido condecorado pelo rei Amadeu I.[2]
Em 1860 tornou-se professor substituto da Academia, mas devido ao seu temperamento irreverente acabou por abandonar o cargo, nove anos depois.
Casou em 23 de julho de 1864 na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, com Maria Joana de Mesquita e Melo Silva, com quem teve quatro filhos. Teve ainda um filho fora do casamento, que educou e que seguiu o percurso do pai na Academia de Belas Artes.
A partir de 1867 Cristino, passou a receber um subsídio oficial, o que lhe permitiu viajar por França e Suíça, dando-lhe a possibilidade de contactar com a pintura desses países.[5] Esse contacto reforçou a aproximação da sua pintura do naturalismo.[5]
O artista pintou ao longo dos seus 47 anos de vida, mais de trezentos quadros.[4]
Encontra-se colaboração artística da sua autoria no semanário Arquivo Pitoresco[6] (1857-1868).
O pintor, acabou os seus dias no hospício de Rilhafoles, em virtude de ter enlouquecido.[5] Foi sepultado no Cemitério do Alto de São João.
Considerações sobre a sua obra
editar“ | A sua obra, com mais fôlego que a de Anunciação, nos seus melhores momentos, é, no entanto, irregular. José Augusto França[7] |
” |
'
Obras
editar- Auto-retrato[1] (c. 1854) - no Museu do Chiado
- Cinco Artistas em Sintra.[2] (1855) - no Museu do Chiado
- Estrada da Pena (c. 1855-57) - no Museu Regional de Sintra
- Sem título (Paisagem) (c. 1855-60) - numa Coleção Particular
- Recuar da onda[1] (1857)
- Paisagem e animais - Vista de Lisboa tirada de Entremuros[1] (1859)
- Título desconhecido (Caminho da Pena) (c. 1860) - numa Coleção Particular
- Título desconhecido (Paisagem de Sintra) (c. 1860-66) - numa Coleção Particular
- A Passagem do gado[1] (1867) - no Museu do Chiado
- Cruz Alta de Sintra.[2]
- Fonte das Lágrimas.[2]
- Álbum de Desenhos - na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian
Galeria
editar-
O Regresso a Casa (1866)
-
Serra de Sintra e Palácio da Pena (1855-1857)
-
Marinha (1855)
-
Boca do Inferno, Cascais (1863-65)
-
Interior de Convento
-
Praça de Luiz de Camões, em Lisboa (1905-10)
-
Napolitana (1876)
Ver também
editar- Lista de pintores de Portugal.
- Museu do Chiado
Bibliografia
editar- O Grande Livro dos Portuguses (pág. 178) - ISBN 972-42-0143-0
Notas
editar- Nota (A): Por não concordar com o ensino de António Manuel da Fonseca, deixou a Academia em 1847.[1]
- Nota (B): Este quadro foi adquirido pelo rei D. Fernando antes da Exposição Universal de Paris de 1855.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j Arte Portuguesa do Século XIX publicado pelo Instituto Português do Património Cultural em 1988
- ↑ a b c d e f g Enciclopédia Larousse (vol. 6) ISBN 978-972-759-926-4
- ↑ A Enciclopédia (Vol. 18) ISBN 972-22-2308-9
- ↑ a b História de Portugal - Dicionário de Personalidades (Vol. XIX) ISBN 989-554-124-4
- ↑ a b c Grande Enciclopédia Universal (Vol. 6) ISBN 84-963330-06-0 Erro de parâmetro em {{ISBN}}: comprimento
- ↑ Rosa Esteves. «Ficha histórica: Archivo pittoresco : semanário illustrado» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Junho de 2014 Texto " Universidade de Aveiro " ignorado (ajuda)
- ↑ José Augusto França, A Arte Portuguesa de Oitocentos, Biblioteca Digital Camões, [1]
Ligações externas
editar- João Cristino da Silva e o tema da paisagem na literatura portuguesa de meados do século XIX de Helena Carvalhão Buescu da Universidade de Lisboa [2]
- «Seis Séculos de Pintura Portuguesa»
- «História da Sociedade Nacional de Belas-Artes de 1860 a 1951»
- «O Século XIX Na Colecção do Museu do Chiado»
- José-Augusto França, A Arte em Portugal no Século XIX, Volume I, Lisboa, Bertrand Editora, 1990;
- Raquel Henriques da Silva, «Romantismo e Pré-Naturalismo», in História da Arte Portuguesa, Do Barroco à Contemporaneidade, Temas e Debates, 1995, pp. 329–367;
- Maria de Aires Silveira, João Cristino da Silva (1829-1877), Lisboa, Museu do Chiado, 2000