João Glama Ströberle
João Glama Ströberle (Lisboa, c. 1708 – Porto, 12 de Janeiro de 1792) foi um pintor português, de origem alemã. Nascido em Lisboa, estudou pintura em Roma e, após o terramoto de Lisboa de 1755 — que testemunhou — veio a fixar-se no Porto, onde deixou vasta obra de trabalhos de âmbito profano e religioso.
João Glama Ströberle | |
---|---|
Autoretrato (c. 1730)
| |
Pseudónimo(s) | Pastor Talarco Alessiano |
Nascimento | 1708? São Paulo, Lisboa, Portugal |
Morte | 12 de janeiro de 1792 (84 anos) Santo Ildefonso, Porto, Portugal |
Principais trabalhos | Alegoria ao Terramoto de 1755 A Virgem, o Menino, S. José e um Anjo |
Área | Pintura, desenho |
Biografia
editarO seu pai, João Armando Glama, terá vindo para Portugal no séquito da rainha D. Mariana da Áustria.[1]
Após ter estudado com Vieira Lusitano e outros pintores em Lisboa, partiu para Roma em 1734, a fim de aperfeiçoar o seu nível de conhecimento artístico, onde obteve a protecção de Frei José Maria da Fonseca e Évora, futuro bispo do Porto.[2] Aí, terá frequentado a célebre Academia de São Lucas, onde ganhou o 3º Prémio da Primeira Classe de Desenho, em 1738, com o tema O Martírio dos Sete Irmãos Macabeus[2] e estabelecido contacto com as oficinas de reputados mestres italianos. Terá ainda sido membro da Arcádia Romana, onde utilizava o pseudónimo Pastor Talarco Alessiano.
Conhecem-se três cadernos de desenhos executados durante a sua longa estada romana (1734-c. 1747), onde estudou com Marco Benefial até 1740 e Agostino Masucci desde 1741. Contêm cópias de obras dos grandes mestres, desenhos de antiguidades, estudos de figura, vistas de cidades e paisagens, apontamentos autobiográficos, retratos e outras composições originais, algumas desenhadas já após o regresso a Portugal.[2]
Após a morte do pai em 1741, João Glama terá regressado a Portugal. Em Lisboa, é encarregado da decoração dos murais do Teatro Real do Paço, e terá ainda sido responsável por projectar o monumental mausoléu utilizado nas exéquias de D. João V.[3] Mais tarde, testemunhou o Terramoto de 1755, tendo pintado um quadro, intitulado precisamente O Terramoto de 1755, alusivo à catástrofe natural.
Fixa-se, posteriormente, no Porto, onde deixa uma vasta obra de trabalhos de âmbito profano e religioso. É da sua autoria a grande tela do retábulo-mor da Igreja do convento de S. João Novo, no Porto, encomendada pelo Bispo D. António de Sousa.[4]
Referências
editar- ↑ Vítor, Serrão (1989). Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença. p. 205-206
- ↑ a b c Nota descritiva da obra na exposição "Anatomia de uma Pintura - João Glama e o Terramoto de 1755", no MNAA, de 19 de Janeiro a 27 de Maio de 2018.
- ↑ Robert C., Smith (1963). Alguns Retábulos e Painéis de Igrejas e Capelas do Porto. Porto: Câmara Municipal do Porto. p. 331-312
- ↑ «DGPC | Pesquisa Geral». www.patrimoniocultural.gov.pt. Consultado em 3 de janeiro de 2020
- ↑ Reuter, Anna (2018). Anna Reuter, “The sketchbooks of a Disciple of Marco Benefial and Agostino Masucci: Apprenticeship and Invention in the Work of João Glama Ströberle (1708-92)”, Getty Research Journal, n° 10, 2018, pp. 83-104. [S.l.]: Getty Research Journal