João de Deus Antunes Pinto
João de Deus Antunes Pinto (Oleiros, Álvaro, 1803 – Lisboa, 27 de Julho de 1864) foi um prelado, político e maçon português.
Família
editarO Dr. D. João de Deus Antunes Pinto era filho de José Antunes Pinto, Proprietário do Ofício do Juízo Ordinário da Vila de Álvaro, e de sua mulher Maria Tomásia Antunes Freire, natural de Oleiros.
Biografia
editarFormou-se como Bacharel em Leis e em Cânones na Faculdade de Leis e na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra, que frequentou de 1824 a 1828, e tornou-se Sacerdote.[1][2]
Foi iniciado na Maçonaria em data e em Loja desconhecidas com o nome simbólico de Minos.[2]
Cónego da Sé Patriarcal de Lisboa, foi ainda Vigário da Igreja Matriz de Oleiros e Fidalgo da Casa Real e Juiz Desembargador da Relação e Cúria Patriarcal.[2][3][4][5]
Simpatizava com a Carta Constitucional. Adepto do Liberalismo, recebeu o encargo de suprimir o Convento de São Bento da Saúde, o Convento de São Bento da Estrela e o Convento de Santa Apolónia, em Lisboa, e o Convento de São Domingos de Azeitão, em Setúbal.[1]
Em fins de 1833 foi incumbido de verificar as devastações feitas no Mosteiro de Alcobaça e, nesta emergência, sustentou azeda polémica com o Deputado António Luís de Seabra, pelo que, como consequência, escreveu A Calúnia Convencida ou Resposta... às Observações do Senhor Deputado António Luís de Seabra, Lisboa, 1835.[1]
Como, em 1834, fosse muito grave o estado do Bispo de Leiria, D. João Inácio da Fonseca Manso, o Governo Liberal pretendeu considerar a Sé "quase vacante" e, por Decreto de 4 de Março de 1834, nomeou o D. João de Deus Antunes Pinto para o cargo de Governador Temporal da Diocese, 19º Bispo de Leiria e sugeriu ao Cabido que o elegesse Vigário-Geral ou Vigário Capitular. Esta protecção do Governo Liberal era severamente criticada nos meios eclesiásticos, que o apontavam como Membro da Maçonaria, onde teria o nome de Irmão Minos, e seu colaborador nas violências contra a Igreja. Chegou a Leiria a 5 de Maio. Porém, os Cónegos não se inclinavam a cumprir a Carta Régia de D. Pedro IV de Portugal, que tinham recebido, e só o fizeram depois de submeterem o caso à aprovação do Bispo, que estava inutilizado pela doença. Entrou no exercício da Jurisdição a 22 de Maio. Mais tarde, foi Vigário Capitular e Cónego da Sé Patriarcal de Lisboa,[2] etc.[1][3][4][5]
Sendo Liberal e Cartista, dedicou-se também à política e foi eleito várias vezes, em várias Sessões Legislativas, tendo sido duas vezes Deputado às Cortes, pela Província da Estremadura de 1834 a a 21 de Julho de 1836 e pela Província do Alentejo de 1848 a 1851.[2] Teve uma relevante atividade parlamentar, nomeadamente no domínio da discussão de leis em matérias eclesiásticas e nas áreas do direito civil e criminal, e foi Advogado da Casa Real.[2][3][6][5]
Notável Jurisconsulto, deixou publicados vários trabalhos de jurisprudência.[2][3][6][5]
Foi elevado ao Grau 33 em 1842 ou 1843 pelo então Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano António Bernardo da Costa Cabral, tendo feito parte do Supremo Conselho por este presidido, e cujos trabalhos começaram em 1843-1844.[2]
Foi o 11.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano em 1846.[7], e 19º Bispo de Leiria
Descendência
editarDe sua prima Carolina de Benjamim Pinto (Oleiros, Álvaro - ?), teve um filho natural reconhecido e legitimado, João de Benjamim Pinto, 1.º Conde de Vialonga.
Referências
- ↑ a b c d Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 21. 811
- ↑ a b c d e f g h António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. [S.l.: s.n.] pp. Volume II. Colunas 1.126-7
- ↑ a b c d Aldeia-de-alvaro.chospitalarios.com http://aldeia-de-alvaro.chospitalarios.com/Historia/Historia.htm Em falta ou vazio
|título=
(ajuda) - ↑ a b «Deputados de Oleiros». Jornaldeoleiros.com
- ↑ a b c d "Anuário da Nobreza de Portugal - 1985", António Luís Cansado de Carvalho de Matos e Silva, Dislivro Histórica, 1.ª Edição, Lisboa, 1987, Tomo II, p. 286
- ↑ a b «Deputados de Oleiros». Jornaldeoleiros.com
- ↑ «Dirigentes das Maçonarias Portuguesas». Tripod.com. Consultado em 30 de Janeiro de 2015
Precedido por António Bernardo da Costa Cabral |
Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano (Interino) 1846 |
Sucedido por Marcelino Máximo de Azevedo e Melo (Interino) |