Joaquim José Rodrigues Torres

Nobre brasieiro e político

Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí (Freguesia de São João de Itaborahy, Vila de Santo Antônio de Sá, 13 de dezembro de 1802Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1872), foi um jornalista e político brasileiro.

O Visconde de Itaboraí
Joaquim José Rodrigues Torres
6º e 19º Presidente do Conselho de Ministros do Brasil
Período 16 de julho de 1868
a 29 de setembro de 1870
Monarca Pedro II
Antecessor(a) Zacarias de Góis
Sucessor(a) O Visconde de São Vicente
Período 11 de maio de 1852
a 6 de setembro de 1853
Monarca Pedro II
Antecessor(a) O Visconde de Monte Alegre
Sucessor(a) O Marquês do Paraná
Ministro da Fazenda
Período 16 de julho de 1868
a 29 de setembro de 1870
Antecessor(a) Zacarias de Góis
Sucessor(a) O Visconde de Inhomirim
Período 13 de janeiro de 1851
a 12 de fevereiro de 1853
Antecessor(a) Paulino José Soares de Sousa
Sucessor(a) Manuel Felizardo de Sousa e Melo
Presidente do Rio de Janeiro
Período 30 de abril de 1834
a 22 de agosto de 1836
Antecessor(a) Antônio Pinto Chichorro da Gama
Sucessor(a) Paulino José Soares de Sousa
Dados pessoais
Nome completo Joaquim José Rodrigues Torres
Nascimento 13 de dezembro de 1802
Freguesia de São João de Itaborahy, Vila de Santo Antônio de Sá, Rio de Janeiro, Brasil
Morte 8 de janeiro de 1872 (69 anos)
Rio de Janeiro, Município Neutro, Brasil
Progenitores Mãe: Emerenciana Matilde Torres
Pai: Manuel José Rodrigues Torres
Alma mater Universidade de Coimbra
Prêmio(s) Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul
Partido Liberal
Conservador
Profissão Professor, jornalista e senador
Títulos nobiliárquicos
Visconde de Itaboraí 11 de dezembro de 1854

Biografia

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Filho de Manuel José Rodrigues Torres e de Emerenciana Matilde Torres, fez seu estudo básico no Rio de Janeiro e depois partiu para Portugal, onde se formou em matemática na Universidade de Coimbra, em 1825. Ao retornar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte foi logo contratado como lente substituto da Real Academia Militar. Retornou à Europa em 1827, aperfeiçoou seus estudos em Paris até 1829, retornou ao Brasil e permaneceu no magistério até 1833.

Filiado ao Partido Liberal, fundou o jornal Independente, que teve curta duração. Iniciou na vida pública como ministro da Marinha, em 16 de julho de 1831. Posteriormente, já ligado ao Partido Conservador, ao lado de Eusébio de Queirós e do Visconde de Uruguai, compôs a tríade de importantes políticos, apelidada de "Trindade Saquarema".[1]

Se uniu a família Cotrim do Rio de Janeiro e teve como neto o Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim que foi engenheiro, agricultor, pecuarista e político.

Foi deputado geral na 3ª legislatura pela corte e pelo Rio de Janeiro, primeiro presidente da província do Rio de Janeiro, cargo no qual, entre outras realizações, instalou a capital fluminense na Vila Real da Praia Grande, no ano seguinte renomeada Niterói, e criou sua Guarda Policial, atual Polícia Militar. Em 1837 transfere-se para o Partido Conservador.

Foi também presidente do Banco do Brasil em dois períodos,[2] ministro da Fazenda (ver gabinetes Olinda de 1848 e Monte Alegre), conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1844 a 1872.

Em 11 de dezembro de 1854 foi agraciado visconde, oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi contrário a lei do ventre livre antes de sua promulgação.

Gabinete de 11 de maio de 1852

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Ver artigo principal: Gabinete Itaboraí (1852)

Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Fazenda

Gabinete de 16 de julho de 1868

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Ver artigo principal: Gabinete Itaboraí (1868)

Foi Presidente do Conselho de Ministro e simultaneamente ministro da Fazenda

Oposição à Lei do Ventre Livre

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A Lei do Ventre Livre, promulgada em 1871, enfrentou resistência de setores escravocratas preocupados com os possíveis impactos sociais e econômicos da medida. Entre os opositores, destacou-se o Visconde de Itaboraí, que argumentou contra a proposta ao longo de sessões de votação no senado sob três principais perspectivas.[3]

Primeiramente, ele apontou o risco de possíveis conflitos sociais decorrentes da convivência de negros livres e escravizados nas mesmas fazendas, o que poderia estimular rebeliões e desordens. Em segundo lugar, criticou a liberdade parcial concedida aos filhos das escravizadas, que deveriam trabalhar até os 21 anos, considerando essa condição contraditória e insuficiente para garantir a verdadeira liberdade. Por fim, argumentou que a oposição dos fazendeiros não derivava de crueldade, mas sim de receios sobre os impactos da lei na estabilidade do trabalho rural e na segurança das propriedades.[4]

A oposição do senador exemplifica as tensões entre as pressões por mudanças abolicionistas e os interesses escravocratas, ilustrando a resistência institucional e cultural ao processo de emancipação no Brasil.[5]

Ver também

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Bibliografia

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  • MACEDO, Joaquim Manuel de, Anno biographico brazileiro (v.1), Typographia e litographia do imperial instituto artístico, Rio de Janeiro, 1876.

Referências

  1. Vignoli, Silênio (9 de maio de 2013). «Raízes do Tempo Saquarema dão frutos até hoje». O SAQUÁ. Consultado em 21 de fevereiro de 2023 
  2. «Banco do Brasil – Relação dos presidentes (desde 1853)». Banco do Brasil. Consultado em 6 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2015 
  3. «Fazendeiros tentaram impedir aprovação da Lei do Ventre Livre». Senado Federal. Consultado em 25 de dezembro de 2024 
  4. «Fazendeiros tentaram impedir aprovação da Lei do Ventre Livre». Senado Federal. Consultado em 25 de dezembro de 2024 
  5. «Fazendeiros tentaram impedir aprovação da Lei do Ventre Livre». Senado Federal. Consultado em 25 de dezembro de 2024 

Ligações externas

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Precedido por
José Manuel de Almeida
Ministro da Marinha do Brasil
1831 — 1832
Sucedido por
Bento Barroso Pereira
Precedido por
Antero José Ferreira de Brito
Ministro da Marinha do Brasil
1832 — 1834
Sucedido por
Antero José Ferreira de Brito
Precedido por
Bernardo Pereira de Vasconcelos
Ministro da Fazenda do Brasil
1832
Sucedido por
Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de Albuquerque
Precedido por
Antônio Pinto Chichorro da Gama (Ministro do Reino)
Presidente da Província do Rio de Janeiro
1834 — 1836
Sucedido por
Paulino José Soares de Sousa
Precedido por
Tristão Pio dos Santos
Ministro da Marinha do Brasil
1837 — 1839
Sucedido por
Jacinto Roque de Sena Pereira
Precedido por
Sebastião do Rego Barros
Ministro da Guerra do Brasil
1839
Sucedido por
Jacinto Roque de Sena Pereira
Precedido por
Jacinto Roque de Sena Pereira
Ministro da Marinha do Brasil
1840
Sucedido por
Antônio Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque
Precedido por
Francisco Vilela Barbosa
Ministro da Marinha do Brasil
1843
Sucedido por
Salvador José Maciel
Precedido por
Salvador José Maciel
Ministro da Marinha do Brasil
1843 — 1844
Sucedido por
Jerônimo Francisco Coelho
Precedido por
Pedro de Araújo Lima
Ministro da Fazenda do Brasil
1848 — 1853
Sucedido por
Paulino José Soares de Sousa
Precedido por
Marquês de Monte Alegre
Presidente do Conselho de Ministros
11 de maio de 1852 — 5 de setembro de 1853
Sucedido por
Marquês de Paraná
Precedido por
João Pereira Darrigue de Faro
Dias de Carvalho
Presidente do Banco do Brasil
1855–1857
1859
Sucedido por
Dias de Carvalho
Cândido Batista de Oliveira
Precedido por
Zacarias de Góis
Presidente do Conselho de Ministros
16 de julho de 1868 — 29 de setembro de 1870
Sucedido por
José Antônio Pimenta Bueno
Precedido por
Zacarias de Góis
Ministro da Fazenda do Brasil
1868 — 1870
Sucedido por
Francisco de Sales Torres Homem
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