Joaquim Pedro Carreira
Joaquim Pedro Carreira foi um actor português que alcançou grande sucesso na primeira metade do século XIX, em papéis de baixa-cómica. Marcado pelas suas contrariedades físicas (cambaio e aleijado de um braço), nem por isso deixou de ser muito aplaudido e celebrado enquanto actor, "um dos mais legítimos representantes da velha escola dramática portuguesa".[1]
Antes de se estrear no palco no Teatro do Salitre, na década de 1830, era sapateiro com loja na Rua das Portas de Santo Antão.[1] A sua grande peça de combate era o drama O Rachador Escocês; agradou também muito no drama Naufrágio da Fragata Medusa[2] em que desempenhava o papel de comandante da fragata (a quem bem quadrava as deformidades físicas, que passavam pelas gloriosas mutilações dos homens do mar).[1]
Em 1852 passou a ser sócio da empresa do Teatro da Rua dos Condes; a 7 de Maio de 1863, fez lá o seu último benefício, declarando que abandonava a cena por intrigas.[2] Morreu de idade avançada, tendo sido nos últimos anos da sua vida ensaiador do "teatrinho dos doidos" no Hospital de Rilhafoles (desconhece-se se na qualidade de artista ou na de doente), sob orientação do Dr. Guilherme da Silva Abranches.[1]
Referências
- ↑ a b c d Palmeirim, Luís Augusto (1891). Os Excentricos do Meu Tempo. Lisboa: M. Gomes, Livreiro-Editor. pp. 183–189
- ↑ a b Sousa Bastos, António de (1899). Carteira do Artista: Apontamentos para a Historia do Theatro Portuguez e Brazileiro. Lisboa: Antiga Casa Bertrand. p. 176