Basílio Bessarion

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Basílio Bessarion, O.S.B.M. (Johannes Bessarion, grego: Βασίλειος Βησσαρίων;[nota 1] Trebizonda, 2 de janeiro de 1403 - Ravena, 18 de novembro de 1472) foi um clérigo e erudito bizantino, arcebispo de Niceia, Patriarca latino de Constantinopla e cardeal da Igreja Católica Romana. Participou nos concílios de Ferrara e Florência defendendo a União das Igrejas católica ortodoxa e católica romana.

Bessarion
Cardeal da Santa Igreja Romana
Patriarca Latino de Constantinopla
Basílio Bessarion
Justus van Gent e Pedro Berruguete, Le cardinal Bessarion (Les Hommes Illustres)

Título

Cardeal-bispo de Sabina
Cardeal-presbítero de Santos XII Apóstolos
Atividade eclesiástica
Ordem Ordem de São Basílio Magno
Diocese Patriarcado Latino de Constantinopla
Nomeação abril de 1463
Predecessor Isidoro de Kiev
Sucessor Pietro Riario, O.F.M. Conv.
Mandato 14631472
Ordenação e nomeação
Ordenação episcopal 11 de novembro de 1437
Nomeado arcebispo 1437
Nomeado Patriarca 21 de outubro de 1449
Cardinalato
Criação 18 de dezembro de 1439
por Papa Eugênio IV
Ordem Cardeal-presbítero
Título Santos XII Apóstolos
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Trebizonda
2 de janeiro de 1403
Morte Ravena
18 de novembro de 1472 (69 anos)
Funções exercidas Arcebispo-titular de Niceia
Arcebispo-titular de Tebas
Cardeal-bispo de Frascati
Patriarca Latino de Jerusalém
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Realizou traduções das obras de Aristóteles e Teofrasto, e defendeu a não contradição entre as filosofias aristotélica e platônica.

Nascido com o nome de João, numa data entre 1389, 1395 e 1403. Educado em Constantinopla, em 1423 mudou-se para Mistra, em Moreia, para acudir às aulas de Gemisto Pletão.[1] Frente às acusações do aristotélico Jorge de Trebizonda que apresentava Platão como incompatível com o cristianismo, como de vida descuidada e como pouco sábio, escreveu na sua defesa In calumniatorem Platonis, sem atacar a figura de Aristóteles, a quem mostrou um grande respeito, mas defendendo a Platão e mostrando a sua predileção por ele.[1]

Em 1423 entrou na Ordem de São Basílio, adotando o nome monástico de Bessarion (um antigo anacoreta egípcio). Ordenado presbítero em 1431, já em 1436 foi designado hegúmeno de um mosteiro basiliano, e no ano seguinte o imperador João VIII Paleólogo nomeou-o Metropolita de Niceia. Acompanhou o Imperador a Itália na sua tentativa de reunir as Igrejas Ortodoxa e Romana e pôr fim ao cisma de 1054. Entre 1438 e 1439 participou no Concílio de Basileia, nessa época transladado para Ferrara e logo para Florência. Bessarion apoiou a união e ganhou o favor do Papa Eugênio IV, que o investiu cardeal a 18 de dezembro de 1439.[1]

Cardinalato

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Recebeu o chapéu vermelho e o título de Cardeal-presbítero de Santos XII Apóstolos em 8 de janeiro de 1440. Foi redator, junto a Ambrogio Traversari, do decreto de Florência e Ferrara no qual se estabelecia o fim do cisma.

Camerlengo do Sagrado Colégio dos Cardeais para o ano de 1441. Desempenhou sucessivamente o arcebispado de Siponto e as sedes suburbicárias de Sabina e Frascati. Proposto para Papa à morte de Nicolau V em 1455, não resultou eleito.

Em 1449 foi nomeado Patriarca Latino de Jerusalém, cargo que exerceu até 1458, quando foi nomeado administrador apostólico da Diocese de Pamplona, na Espanha, encarregando-se da gestão o seu Vigário-Geral, Juan de Michaelis. Bessarion foi um dos cardeais encarregados da causa de canonização de Bernardino de Siena em 1449, que foi canonizado no ano seguinte.[1] Foi para Narni com os cardeais Alessandro Oliva, O.E.S.A. e Enea Silvio Piccolomini para trazer o crânio do Apóstolo Santo André para Roma, chegando em 12 de abril de 1462 em Ponte Molle, onde o Papa Pio II tomou, e o trouxe no dia seguinte para a basílica Patriarcal do Vaticano.[2]

Em 1463 foi designado Patriarca Latino de Constantinopla, por nomeação do Papa Pio II, sucedendo ao anterior Patriarca, Isidoro de Kiev (1458-1462), já falecido.[1]

Bessarion teve uma das maiores bibliotecas da sua época. Doou mais de 800 códices gregos e bizantinos à República de Veneza, ao ser relevado em julho de 1462 da Sé Episcopal de Pamplona pelo bispo Nicolás de Echávarri. Atualmente os manuscritos de Bessarion formam um dos legados mais importantes da Biblioteca Marciana em Veneza.[1]

Em novembro de 1464, juntamente com os cardeais Guillaume d'Estouteville e Juan Carvajal, foi nomeado comissário da Santa Cruzada. Eleito camerlengo do Sagrado Colégio dos Cardeais no consistório de 7 de janeiro de 1467; ocupou o cargo até 11 de junho de 1468.[1][2]

Os seus trabalhos para evitar o empuxo do Império Otomano na Europa estiveram sempre muito relacionados à estratégia militar e diplomática nos reinos europeus do Centro e o Oeste da Europa do Cardeal Juan Carvajal. Ainda tentou promover a união da Igreja Católica com a Igreja Ortodoxa Russa com o casamento de Ivan IIII com a filha de Tomás Paleólogo, Sofia Paleóloga. Na segunda-feira, 23 de dezembro de 1471, foi legado perante o rei da França, o duque de Borgonha e o rei da Inglaterra para a defesa da cristandade; ele deixou Roma em 20 de abril de 1472; chegou a Saumur em 15 de agosto; ele retornou doente e sem sucesso, falecendo em Ravena.[1][2]

Seu corpo foi transferido para Roma em 3 de dezembro de 1472; as exéquias ocorreram em dezembro, presididas pelo papa; ele foi enterrado na basílica de Ss. XII Apostoli, que ele havia embelezado e onde havia construído um túmulo modesto em 1466; ele havia preparado seu epitáfio em latim seguido por um distique em grego.[1]

Amigo e benfeitor dos sábios, a quem ele deixou muitos de seus livros, Basílio traduziu para latim as obras de muitos autores gregos, assim como várias obras de teologia, filosofia e literatura, nomeadamente "In calumniatorem Platonis" em 1469, que tinha uma grande influência. Sua vida, escrita por Luigi Bandini, foi publicada em Roma em 1777.[2]

Conclaves

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Referências

  1. a b c d e f g h i «Catholic Encyclopedia» (em inglês). Biografia de Bessarion 
  2. a b c d The Cardinals of the Holy Roman Church

Notas

  1. Na verdade, Bessarion era seu nome monástico, e não um sobrenome.

Bibliografia

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Epistolae et orationes, 1471

Ligações externas

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Precedido por
Hardouin de Bueil
 
Arcebispo-titular de Niceia

14371440
Sucedido por
Jean de Prangins
Precedido por
Simone Atomano, O.S.B.I.
 
Arcebispo-titular de Tebas

14401449
Sucedido por
Carlo Domenico del Carretto
Precedido por
Louis de Bar
 
Cardeal-presbítero de
Santos XII Apóstolos

14401449
in commendam até 1472
Sucedido por
Clemente Grosso, O.F.M. Conv.
Precedido por:
Branda Castiglione
 
Cardeal-bispo de Sabina

1449
14681472
Seguido por:
Amadeu de Savoie
Precedido por:
Juan de Torquemada, O.P.
Seguido por:
Alain de Coëtivy
Precedido por
Giuliano Cesarini
 
Cardeal-bispo de Frascati

14491468
Sucedido por
Latino Orsini
Precedido por
Christophorus Garatoni
 
Patriarca Latino de Jerusalém

14491458
Sucedido por
Lorenzo Zane
Precedido por
Isidoro de Kiev
 
Patriarca Latino de Constantinopla

14631472
Sucedido por
Pietro Riario, O.F.M. Conv.