Jorge Dória
Jorge Dória, nome artístico de Jorge Pires Ferreira (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 6 de novembro de 2013), foi um ator e humorista brasileiro.
Jorge Dória | |
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Na década de 1970. | |
Nome completo | Jorge Pires Ferreira |
Nascimento | 12 de dezembro de 1920 Rio de Janeiro, DF |
Nacionalidade | brasileiro |
Morte | 6 de novembro de 2013 (92 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Ocupação | ator |
Atividade | 1942-2005 |
Cônjuge | Íris Bruzzi (1980-1982) |
Biografia
editarFilho do militar oficial de cavalaria Alquindar Pires Ferreira e da dona de casa Ruth Pereira Pires Ferreira, Dória, nasceu entre o Maracanã e Vila Isabel, bairros da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, que na época era capital federal do Brasil.[1]
Formou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Com pouco mais de 20 anos, na década de 1940, abandonou o emprego público estável para seguir a carreira artística, desagradando a família que o queria como funcionário público do Ministério da Fazenda.[1]
Início da Carreira artística, teatro e cinema
editarEstreou no teatro em 1942, na Companhia Eva Todor e Luis Iglesias, em que permanece por quase dez anos, alternando atuações como comediante e ator dramático.[1] Na década de 1960, seu trabalho em teatro mais marcante é em Procura-se uma Rosa, escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gil, dirigida por Léo Jusi. E estreia no cinema em 1948, com o filme Mãe.[2]
Adotou o nome artístico de Jorge Dória, em homenagem ao amigo Leoni Doria Machado, com quem escreveu As Pernas da Herdeira (1951), peça em que estreou como ator, sob a direção de Esther Leão, na Companhia da vedete Zaquia Jorge.[3]
Destacou-se na peça Procura-se uma Rosa, na década de 1960, escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gil, com direção de Léo Jusi (Luiz Leôncio Jusi).[1] Ainda no teatro atuou na peças A Gaiola das Loucas, de Jean Poiret, com adaptação e direção de João Bethencourt, em 1974, na qual Dória viveu George, personagem este que seria seu maior sucesso como protagonista no teatro brasileiro).[1] Fez ainda O Avarento; Escola de Mulheres; A Presidenta; A Morte do Caixeiro Viajante entre outras.
Fã de filmes policiais, criou o argumento e colaborou no roteiro de mais dois filmes do gênero: Amei um Bicheiro (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderlei; e Mulheres e Milhões (1961), de Ileli. Assinou também o argumento da chanchada Absolutamente Certo (1957), de Anselmo Duarte, e de outras dezenas de filmes.[1]
No cinema, estrelou várias pornochanchadas. Foi também roteirista, além de ator premiado em filmes como Maior que o Ódio, O Assalto ao Trem Pagador (1962), dirigido por Roberto Farias, O Beijo, Minha Namorada, Bonga, o Vagabundo, Como é Boa a Nossa Empregada (1973), de Victor Di Mello; Oh, que Delícia de Patrão! (1974), de Alberto Pieralise; Com as Calças na Mão (1975), de Carlos Mossy. Em o A Dama do Lotação (1978) , destacou-se por viver Dr. Alexandre, sogro de Solange (Sônia Braga), casada com Carlos (Nuno Leal Maia). Também fez O Homem do Ano (2003), Traição (1998), A Dama do Cine Shanghai (1987), Pedro Mico (1985), O Sequestro (1981), Perdoa-me por me Traíres (1980), Assim era a Pornanchanchada (1978), As Secretárias… que Fazem de Tudo (1975), entre outros.[1]
Trabalho na televisão: novelas e humorísticos
editarTeria iniciado sua carreira na televisão em 1953, atuando em uma novela da TV Tupi, Delícias da Vida Conjugal.[carece de fontes]
Dória estreou na televisão em 1970, na extinta TV Tupi, no elenco da telenovela E Nós, Aonde Vamos?, escrita pela cubana Glória Magadan. Transferiu-se para a TV Globo em 1973 onde, a partir da sua criação para o personagem Lineu na primeira versão da série de televisão A Grande Família, Jorge Dória se tornou uma presença constante nas novelas e nos programas de humor da emissora de TV; sua primeira novela na emissora, O Noviço, foi em 1975, onde interpretava o vigarista Ambrósio do texto escrito por Mário Lago em uma adaptação pra TV da peça teatral homônima de Martins Pena: O Noviço. Dória Retornou à TV Tupi onde atuou na novela Aritana (1978), da escritora Ivani Ribeiro, e dedicou-se ao teatro e ao cinema. voltou à TV Globo em 1978 para protagonizar a novela O Pulo do Gato, onde na trama escrita por Bráulio Pedroso, ele era o playboy mulherengo Bubby Mariano; uma vez retornando à Globo, ali permaneceria na emissora nas duas décadas seguintes.[1]
Entre os trabalhos mais importantes na TV Globo estão João Brandão na novela Champagne, em que o seu personagem era um dos suspeitos de assassinar a copeira Zaíde (Suzane Carvalho). Também fez o milionário golpista Herbert Alvaray em Brega & Chique; o terrível conselheiro real Vanoli Berval em Que Rei Sou Eu? - seu maior sucesso na emissora, pela atuação, foi eleito Melhor Ator pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) - e o implicante aposentado Emílio Castro em Meu Bem, Meu Mal (1990) formando uma dupla cômica com a atriz Zilda Cardoso, o proprietário e a inquilina de um apartamento da periferia paulistana que estavam sempre brigando; todas estas novelas do autor Cassiano Gabus Mendes.[1]
Ao longo da década de 1990, participou de diversas novelas e manteve sucesso em personagens geralmente cômicos como o interesseiro Ângelo Pietro, em Zazá (1997), de Lauro César Muniz; e Rodolfo “Ruddy” Reis, em Era Uma Vez… (1998), de Walther Negrão. Em Suave Veneno (1999), de Aguinaldo Silva, mesmo aparecendo só a partir do meio da novela, roubou a cena com o carismático Genival, o pai do vidente charlatão Uálber, interpretado por Diogo Vilela.[1]
Em 2001, integrou a oitava temporada de Malhação, no papel de Carmelo. Em 2005, Jorge Dória afastou-se dos palcos e da TV por problemas de saúde, decorrentes de um acidente vascular cerebral. Seu último papel foi no humorístico Zorra Total, da TV Globo, ao interpretar o personagem Maurição, um homem macho que queria ver seu filho Alfredinho se tornar heterossexual, personagem, este, protagonizado por Lúcio Mauro Filho, onde consagrou o bordão “Mas onde foi que eu errei?”. Também participou de programas humorísticos como Sai de Baixo, Os Normais e Zorra Total.[4][1]
Morte
editarJorge Dória foi hospitalizado no dia 27 de setembro de 2013, no Rio de Janeiro, para tratar de uma infecção respiratória. No dia 22 de outubro, o quadro piorou. Jorge Dória morreu em 6 de novembro de 2013, aos 92 anos no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Barra D´Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O ator morreu após complicações cardiorrespiratórias e renais.[5][1]
Carreira
editarFilmografia
editarAno | Titulo | Personagem |
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1953 | Delícias da Vida Conjugal | Mário |
1970 | E Nós, Aonde Vamos? | Marcos |
1972 | O Bofe | José Pistola |
1972–75 | A Grande Família | Lineu Silva |
1975 | O Noviço | Ambrósio |
1978 | Aritana | Boaventura |
O Pulo do Gato | Bubby Mariano | |
1979 | O Todo Poderoso | Cristiano |
1980 | Cavalo Amarelo | Barbosa |
1981 | O Amor é Nosso | Sandoval |
1983 | Champagne | João Brandão |
Parabéns pra Você | Baby | |
1984 | Livre para Voar | J.J. (Jardim Julião) |
1985 | Jogo do Amor | Otávio |
1987 | A Rainha da Vida | Carlos Valadares |
Brega & Chique | Herbert Alvaray / Mário Francis | |
1989 | Que Rei Sou Eu? | Vanoli Berval |
Tieta | Pastor Hilário | |
1990 | Meu Bem, Meu Mal | Emílio Castro |
Rainha da Sucata | Alberico Cassinelli | |
1992 | Tereza Batista | Emiliano |
Deus nos Acuda | Tomás Rodrigues do Amaral Garcia | |
1993 | Olho no Olho | Átila |
1994 | Quatro por Quatro | Santinho |
1996 | Vira-Lata | Seu Moreira |
1997 | Zazá | Ângelo Pietro |
1998 | Era Uma Vez | Rodolfo "Rudy" Reis |
Sai de Baixo | Alfredo | |
1999 | Suave Veneno | Genival |
1999-2005 | Zorra Total | Mateus / Maurição |
2001 | Os Normais | Ney |
2002 | Malhação | Carmello |
Ano | Titulo | Personagem |
---|---|---|
2003 | O Homem do Ano | Dr. Carvalho |
1987 | A Dama do Cine Shanghai | velho |
1985 | Pedro Mico | Portela |
1981 | O Sequestro | Marcondes |
1980 | Perdoa-me por Me Traíres | |
1978 | A Dama do Lotação | |
1976 | Ninguém Segura Essas Mulheres | Túlio |
1975 | As Aventuras de um Detetive Português | Neiva |
1974 | O Comprador de Fazendas | |
1973 | Como É Boa Nossa Empregada | Dr. Renato "Naná" |
1972 | Eu Transo, Ela Transa | Roberto |
1971 | Bonga, o Vagabundo | Dr. Paulo |
1970 | Pais Quadrados, Filhos Avançados | |
1969 | As Duas Faces da Moeda | |
1968 | Juventude e Ternura | |
1966 | Cristo de Lama | |
1964 | O Beijo | jornalista Mário Ribeiro |
1962 | Assalto ao Trem Pagador | Delegado |
1952 | Amei um Bicheiro | Argumento. |
1951 | Maior que o Ódio | |
1949 | Também Somos Irmãos | |
1948 | Mãe | |
Inconfidência Mineira |
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l «Jorge Dória». Memória Globo. 29 de outubro de 2021. Consultado em 16 de junho de 2022
- ↑ Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.Jorge Dória
- ↑ «Biografia de Jorge Dória | Brasil Memória das Artes». web.archive.org. 30 de junho de 2018. Consultado em 6 de novembro de 2022
- ↑ «Morre aos 92 anos o ator Jorge Dória». G1. 6 de novembro de 2013
- ↑ «Morre aos 92 anos o ator Jorge Dória». Pop & Arte. 6 de novembro de 2013
Ligações externas
editar- Jorge Dória. no IMDb.
- Vida e Obra