José Gurgel do Amaral Filho
José Gurgel do Amaral Filho (Aracati, 28 de janeiro de 1784 - 30 de janeiro de 1874), foi proprietário da Fazenda Porteiras (herdada de seu pai), que por sua vez foi uma grande produtora de charque do Ceará durante o período colonial.
José Gurgel do Amaral Filho | |
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Retrato de José Gurgel do Amaral Filho. Pintado a óleo por autor desconhecido, c. de 1833 | |
Nascimento | 28 de janeiro de 1784 Aracati |
Morte | 30 de janeiro de 1874 Aracati |
Residência | Fazenda Porteiras, Aracati - CE, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Progenitores | Mãe: Cosma Nunes Nogueira Pai: José Gurgel do Amaral |
Parentesco | Bento do Amaral da Silva, Bento do Amaral Coutinho |
Ocupação | militar, proprietário rural |
Biografia
editarEm 19 de agosto de 1806, o Governador da Capitania do Ceará Grande, João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg (futuro Marquês de Aracati) – concedeu uma sesmaria de três léguas de comprimento por um metro de largura no Arapuá ao Capitão José Gurgel do Amaral legitimando (o que a princípio se chamava Sítio Cabaças, e que posteriormente passou a ser conhecido pela denominação Fazenda Porteiras).[1][2][3][4]
O Major José Gurgel do Amaral Filho herdou as terras do pai, o Capitão José Gurgel do Amaral. José é mais conhecido por causa de sua prole: 20 filhos oriundos de dois casamentos, e por esse motivo recebeu a alcunha de "Pai do Aracati".[1][2][5]
Genealogia
editarAscendência
editarEra filho de José Gurgel do Amaral (1735 - ?) e Cosma Nunes Nogueira II (1750 - ?). Neto paterno de João de Alencastro Lopes e Isabel de Jesus Bezerra, e neto materno do Alferes Teodósio Costa Nogueira e Cosma Nunes Nogueira I.[1][2][5] José Gurgel do Amaral Filho é tataraneto (ou 3º neto) do Dr. Cláudio Gurgel do Amaral (1654 - 1716). Tetraneto (ou 4º neto) do português Capitão João Batista Jordão (1605 - 1689) casado com Ângela do Amaral Gurgel (1616 - 1695), os quais foram pais de Cláudio. Pentaneto (ou 5º neto) do corsário teuto-francês Toussaint Gurgel (1576 - 1631), casado com a brasileira Domingas de Arão Amaral (1586 - 1654),[6] (os quais foram pais de Ângela); E 5º neto dos portugueses Antônio Nunes da Silva (1578 - ?) e Maria Jordão (1588 - ?), os quais foram pais do Capitão João.[5][7] [8][9] Hexaneto (ou 6º neto) dos portugueses Antônio Diogo do Amaral (1550 - ?) e Micaela de Jesus do Arão (pais de Domingas).[1][2][5][9][10]
José Gurgel do Amaral Filho era irmão de:
- Isabel Nogueira Gurgel do Amaral (1775 - ?), faleceu criança.;[1][2][5]
- Isabel de Jesus Bezerra Gurgel do Amaral (1777 - ?), se casou em 1799 com José da Costa Nogueira,[5] filho de Teobaldo da Costa Nogueira (irmão de Cosma II) e Ana Teresa de Holanda;[1][2]
- Caetana Nunes Nogueira (1779 - ?), faleceu criança;[1][2]
- Ana Isabel Nogueira Gurgel do Amaral (1780 - ?), casada em 1800 com José Antônio da Costa,[5] filho de Antônio da Costa e Joana Lopes Barreira;[1][2]
- Matilde Francisca Gurgel (1782 - ?), casada em 1797 com o Capitão-Mór João Paulo Barbosa (1767 - ?),[5] filho de Francisco Xavier Barbosa e Lourença Maria de Jesus Câmara;[1][2] Matilde é ancestral de dois ex-governadores do estado do Pernambuco, Alexandre José Barbosa Lima (bisavó) e Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho (trisavó).[2]
- Caetana Jesumira Gurgel (1788 - 1789);[1]
- Helena Nunes Nogueira (1790 - ?), casada em 1800 com Teodósio da Costa Nogueira[5] (irmão de Teobaldo, acima citado);[1][2]
- Venâncio José Nogueira Gurgel do Amaral;[1][2][5]
Filhos
editarDo casamento em 1805 com Quitéria Ferreira de Barros (1787 - 1832), filha de José de Barros Neto e Caetana Maria Micaela de Carvalho (1748 - ?), teve:[1][2][5]
- José Gurgel do Amaral I (1808 - ?),[1] se casou em 1828 com Antônia Ferreira de Moura, filha de Antônio Ferreira de Moura I e Maria Joaquina de Moura;[2]
- Delfino Gurgel do Amaral (1810 - ?),[1] casado em primeiras núpcias com Rufina Barbosa de Castro, filha de João de Castro e Francisca Nunes Barbosa (filha do Capitão-Mór João Paulo Barbosa e Matilde Francisca Gurgel). Delfino se casou em segundas núpcias com Úrsula Malaquias de Oliveira, filha de Valentim Pereira de Brito e Teresa Maria de Jesus de Castro.[2]
- Vicente Gurgel do Amaral (1812 - ?),[1] se casou com Ana Carolina Rabelo, filha de Vicente Ferreira Rabelo e Teresa de Jesus Maria.[2]
- Antônio Gurgel do Amaral (1814 - ?),[1] se casou com Maria Joana Barbosa Correia Lima, filha do Major Geraldo Correia Lima e Joana Batista Gurgel Barbosa (filha do Capitão-Mór e João Paulo Barbosa e Matilde Francisca Gurgel);[2]
- Caetana Gurgel do Amaral (1817 - ?);[1][2]
- Isabel Gurgel do Amaral (1819 - ?),[1] casada com Eduardo Gonçalves Valente;[2]
- Cipriano Gurgel do Amaral (1820 - ?),[1] se casou em primeiras núpcias com Joana Nogueira, e em segundas núpcias com Joaquina Rabelo;[2]
- Quitéria Gurgel do Amaral (1822 - 1897),[1] casada em 1848 com Tenente-Coronel Antônio Francisco de Oliveira (1784 - 1897), filho do Tenente Manoel João de Oliveira e Antônia Maria de Jesus Fernandes. O Tenente-Coronel Antônio era já viúvo de Mafalda Gomes de Freitas (1804 - 1843),[2] com quem se casou em primeiras núpcias em 1821. Mafalda era filha do Capitão Antônio Fernandes Pimenta e Francisca Romana do Sacramento Figueira (1771 - 1851).[11]
- Cândido Gurgel do Amaral (1824 - 1891),[1] se casou em 1853 com Ana Mafalda de Oliveira (1837 - 1923), filha do Tenente-Coronel Antônio Francisco de Oliveira e Mafalda Gomes de Freitas (acima citados).[2]
- Matilde Gurgel do Amaral (1826 - ?),[1] casada com João Paulo Barbosa Filho.[2]
- Florinda Gurgel do Amaral (1828 - ?),[1] casada com José Cláudio Oliveira Barbosa, filho de Domingos José Barbosa e Maria Isabel de Oliveira. José Cláudio se casou em primeiras núpcias com Lourença Gurgel Barbosa (1795 - ?), filha do Capitão-Mór João Paulo Barbosa e Matilde Francisca Gurgel (anteriormente citados).[2]
- Luisa Gurgel do Amaral (1830 - ?),[1] casada com José Carlos da Costa Nogueira, filho de Antônio Ferreira de Moura II (filho de Antônio Ferreira de Moura I e Maria Joaquina de Moura) e Maria Joaquina do Nascimento da Costa Nogueira (filha do Alferes Teodósio Costa Nogueira e Cosma Nunes Nogueira I).[2]
Quitéria era neta paterna do Capitão Feliciano Gomes da Silva (1732 - 1762) e Maria Floriana de Barros Ferreira, e neta materna de Antônio Álvares Maciel de Carvalho (? - 1799) e Quitéria Correia Lima (? - 1803).[1] Bisneta (por Feliciano) de José Pereira de Carvalho e Maria Quaresma.[2][12] Tatarena (por Antônio) do português Antônio Alves de Carvalho e Caetana Maria Maciel. 4ª neta (por Caetana Maria) do português Dr. Luciano Dias Cardoso de Vargas e Maria Maciel de Carvalho.[2] [13][14]
Enviuvando, o Major José contraiu segundas núpcias em 1832 com Maria Joaquina Ferreira de Moura (prima da sua primeira esposa), filha de Antônio Ferreira de Moura I e Maria Joaquina de Moura, e teve:[1][2]
- Francisca Gurgel do Amaral (1832 - ?),[1] casada com Eduardo Gonçalves Valente (viúvo de sua meia-irmã Isabel); Francisca foi casada em segundas núpcias com Antônio João Batista Guedes.[2]
- Filomena Gurgel do Amaral (1838 - ?),[1] casada com Joaquim Gonçalves Valente;[2]
- Olímpia Gurgel do Amaral (1839 - ?),[1] casada em primeiras núpcias com Joaquim Bento de Oliveira (sem descendência). Olímpia foi casada em segundas núpcias com Tristão Gurgel do Amaral (1832 - ?), filho de José Gurgel do Amaral I e Antônia de Moura (José I era meio-irmão de Olímpia). Olímpia foi casada em terceiras núpcias com João Nogueira de Freitas Costa.[2]
- Capitão Tibúrcio Valeriano Gurgel do Amaral (1843 - ?),[1] se casou em 1868 com Caetana Jesumira Gurgel de Oliveira (1851 - 1940), filha do Tenente-Coronel Antônio Francisco de Oliveira e Quitéria Gurgel do Amaral (Quitéria era meia-irmã do Capitão Tibúrcio).[2]
- Euclides Gurgel do Amaral (1850 - ?),[1] se casou com Ana Rosa Gondim Maia, filha de Joaquim de Carvalho Maia e Francisca Pires Gondim.[2]
- Felismina Gurgel do Amaral (1850 - 1928),[1] se casou com Ernesto Gurgel do Amaral (1831 - 1915), filho de José Gurgel do Amaral I e Ana Ferreira de Moura (José I era meio irmão de Felismina).[2]
- José Gurgel do Amaral II (1852 - 1978),[1] se casou em primeiras núpcias em 1876 com Cecília Cândida Oliveira Gurgel do Amaral (1853 - ?), filha de Cândido Gurgel do Amaral e Ana Mafalda de Oliveira (Cândido era meio-irmão de José II). José II se casou em segundas núpcias com Maria Inácia Santiago (1863 - 1929), filha de Miguel Correia Rodrigues de Mendonça e Ana Joaquina da Silva.[2]
- Jesumira Gurgel do Amaral (1860 - ?),[1] casada em 1879 com Antônio João Batista Guedes (viúvo da sua irmã Francisca).[2]
Descendência
editarDele descendem várias personalidades brasileiras, dentre as quais se destacam: o ex-presidente do Brasil, Humberto de Alencar Castelo Branco, dois ex-governadores do estado do Rio Grande do Norte, Francisco Gurgel de Oliveira e Walfredo Dantas Gurgel, a Baronesa do Assú, Maria das Mercês Gurgel de Oliveira, o historiador e poeta Deífilo dos Santos Gurgel;[2]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai AMARAL, Miguel Santiago Gurgel do (1969). Porteiras e Currais. Fortaleza: Editora Henriqueta Galeno. pp. 74 páginas
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak AMARAL, Aldysio Gurgel do (1986). Na Trilha do passado - Genealogia da Família Gurgel. Fortaleza: Tipografia Minerva. pp. 283 páginas
- ↑ «Plataforma SILB - Sesmarias do Império Luso-Português». www.silb.cchla.ufrn.br. Consultado em 29 de dezembro de 2017
- ↑ GADELHA E FILHO, Eugênio (1926). Volume 8 de Datas de Sesmarias. Fortaleza: Typografia Gadelha. pp. Páginas 173–175
- ↑ a b c d e f g h i j k LEAL, Adriano Barros (26 de março de 2011). «A Família Gurgel do Amaral no Ceará». Genealogia Cearense. Consultado em 29 de dezembro de 2017
- ↑ BOGACIOVAS, Marcelo Meira Amaral (2009). Franceses em São Paulo: Séculos XVI-XVIII. São Paulo: Revista da ASBRAP (Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia). pp. Páginas 237–238
- ↑ RHEINGANTZ, Carlos Grandmasson (1965). Tomo I de Primeiras Famílias do Rio de Janeiro - Séculos XVI e XVII. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana. pp. Páginas 113–117
- ↑ RHEINGANTZ, Carlos Grandmasson (1967). Tomo II de Primeiras Famílias do Rio de Janeiro - Séculos XVI e XVII. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana. pp. Páginas 324–327, 367–368
- ↑ a b AMARAL, Heitor Luís Gurgel do (1964). Uma Família Carioca do Século XVI. Rio de Janeiro: Livraria São José. pp. Página 76
- ↑ BARATA, Carlos Eduardo de Almeida; BUENO, Antônio Henrique Cunha (2001). Tomo I de Dicionário das Famílias Brasileiras. São Paulo: Ibero-America. pp. Página 236
- ↑ MEDEIROS FILHO, Olavo Silva de (1981). Velhas Famílias do Seridó. Brasília: Senado Federal. pp. Página 425–426
- ↑ LIMA, Francisco Augusto de Araújo (2006). Volume 7 de Famílias Cearenses. Fortaleza: Editora Artes Digitais. pp. 480 páginas
- ↑ GIRÃO, Raimundo (1962). O Abraão do Jaguaribe (parte I). Fortaleza: Revista do Insituto do Ceará. pp. Página 117
- ↑ GIRÃO, Raimundo (1963). O Abraão do Jaguaribe (parte II). Fortaleza: Revista do Instituto do Ceará. pp. Página 119