José Luís Tinoco

arquiteto português
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José Luís de Matos e Silva Tinoco (Leiria, 27 de Dezembro de 1932) é um arquitecto, artista plástico, músico multi-instrumentista, compositor e letrista português.

José Luís Tinoco
Nascimento 27 de dezembro de 1932
Leiria
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação arquitecto, pintor, ilustrador, cartunista, músico e letrista

Carreira

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José Luís Tinoco nasceu no dia 27 de Dezembro de 1932, na cidade de Leiria. [1]

Oriundo de uma família em que se dava grande relevância às artes — filho de Agostinho Gomes Tinoco, que foi professor do Liceu Nacional de Leiria, cidade onde dirigiu o Círculo de Cultura Musical e o Museu e Arquivo Distrital; e de Maria Carlota Tinoco, pianista e professora de piano no Orfeão de Leiria; sobrinho materno de Abílio de Mattos e Silva (1908-1985), pintor, cenógrafo e figurinista, e de Maria Isabel Leal de Mattos e Silva, que usou o nome artístico de Isabel Affonseca (1918-2007), bailarina e professora de ballet clássico; e irmão mais novo de João José Tinoco (1924-1983), arquiteto.[2]

Foi com naturalidade que, após os estudos secundários no Liceu de Leiria, se matriculou no curso de arquitectura. Começou esses estudos na Escola de Belas-Artes do Porto e acabou-os em Lisboa.[3] A seguir manteve-se na capital, onde abriu um atelier próprio. Nesse período (anos 1950) José Luís Tinoco participa no movimento de renovação da arquitectura portuguesa,[carece de fontes?] sendo de assinalar as suas moradias de estilo modernista, que projectou no Restelo (indicada para o Prémio Valmor) e em São Pedro de Moel.[4][5]

Artista multidisciplinar, desenvolveu ao mesmo tempo atividades noutros campos: as artes gráficas e a música. Assim, dedicou-se à pintura e à ilustração.

Como pintor, foi, desde início, seduzido pela representação da figura humana, passando do neorrealismo a uma figuração fragmentada que o conduziu à abstração. Expôs, pela primeira vez, em 1956, tendo desde aí participado em numerosas exposições individuais e colectivas, sendo ainda de assinalar o facto de ter composto uma decoração efémera na esplanada do Café Majestic, no Porto, e em 1961, o vasto painel sobre madeira que pintou para o paquete Infante D. Henrique[6].

Destacam-se ainda as capas que desenhou para a edição da obra completa de José Rodrigues Miguéis (Editorial Estampa) e a sua colaboração com os serviços de filatelia dos CTT, que o levou a desenhar mais de 200 selos postais.[7]

Também concebeu peças de mobiliário, figurinos para bailado e realizou um filme de animação a partir da obra O que diz Molero, de Dinis Machado.

Enquanto músico, José Luís Tinoco tocou com a Orquestra Académica de Coimbra e, mais tarde, com o conjunto de Heinz Wörner e com o Hot Clube de Portugal. No último desses grupos surge associado aos primórdios do jazz português, ao constituir, na década de 1950 um trio com Ivo Mayer (piano) e António Barros Veloso (contrabaixo); José Luís Tinoco tocava então bateria.[8] Foi igualmente autor do álbum de rock progressivo Homo-Sapiens do projecto Saga, que ajudou a fundar e no qual executou os teclados e guitarras.[9]

Para o grande público, José Luís Tinoco é particularmente conhecido como compositor e/ou letrista de canções que obtiveram grande sucesso. Fez a composição de O amarelo da Carris e Um homem na cidade, sobre letra de José Carlos Ary dos Santos, e assinou a música e a letra de No teu poema e Os lobos e ninguém, todas elas canções interpretadas por Carlos do Carmo. Foi igualmente letrista e compositor de Madrugada, canção vencedora do primeiro Festival RTP da Canção a seguir ao 25 de abril de 1974, interpretada por Duarte Mendes, e que representou Portugal no Festival Eurovisão de 1975, em Estocolmo.

É pai do compositor Luís Tinoco.

Reconhecimento

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Foi igualmente letrista e compositor de Madrugada, canção vencedora do primeiro Festival RTP da Canção a seguir ao 25 de abril de 1974, interpretada por Duarte Mendes, e que representou Portugal no Festival Eurovisão de 1975, em Estocolmo. [10][11]

Em 2015 recebeu o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.[12]

Escreveu a canção Saudade, gravada pelos Trovante, é uma das 150 canções, que constam na antologia, As Palavras das Canções, organizada por João Calixto, editada com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores. [13][14][1]

Ver também

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Referências

  1. a b Calixto, João (2024). Antologia: As palavras das canções. Lisboa: Guerra e Paz, Sociedade Portuguesa de Autores. pp. 308–309. ISBN 978-989-702-970-7 
  2. Portal do Fado
  3. Lusa. «Sociedade Nacional das Belas Artes expõe desenhos inéditos de José Luís Tinoco». Região de Leiria. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  4. «Quinta Essência de 20 jul 2013». RTP Play. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  5. Portugal, Rádio e Televisão de. «Vida e Obra de José Luís Tinoco - Documentários - RTP». www.rtp.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  6. EGEAC - Lisboa
  7. «Museu de Leiria cede obras de José Luís Tinoco para exposição em Lisboa | C.M. Leiria». www.cm-leiria.pt. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  8. Sol 22 de Dezembro, 2012 "Morreram o fotógrafo Augusto Mayer e o pianista Ivo Mayer"
  9. Discogs "Saga - Homo Sapiens"
  10. «José Luís Tinoco – Meloteca». Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  11. «Capitão de Abril no Festival Eurovisão | Memórias da Revolução | RTP». Memórias da Revolução. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  12. «Sociedade Portuguesa de Autores celebra 90º aniversário». Sociedade Portuguesa de Autores celebra 90º aniversário. Consultado em 6 de janeiro de 2025 
  13. «Antologia "AS PALAVRAS DAS CANÇÕES", em fase de distribuição, homenageia dezenas de autores -». https://www.spautores.pt/. Consultado em 7 de novembro de 2024 
  14. Team, ReB (17 de abril de 2024). «As Palavras das Canções: novo livro reúne 150 letras que marcam a história da música portuguesa». Rimas e Batidas. Consultado em 7 de novembro de 2024 

Ligações externas

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