Juliano (asecreta)

Juliano (em latim: Iulianus) foi um oficial bizantino do século VI, ativo durante o reinado do imperador Justiniano (r. 527–565). Um grego nativo da Palestina, era irmão do também oficial Sumo. Aparece pela primeira vez em 530/1, quando serviu nos agentes nos assuntos e então quando foi enviado pelo imperador às cortes de Elesbão e Esimifeu no final de 530 ou começo de 531.

Juliano
Nacionalidade Império Bizantino
Etnia Grega
Ocupação General
Filiação Sumo (irmão)
Religião Catolicismo

Nos anos 530, provavelmente serviu como consiliário de Sumo durante o tempo em que era duque da Palestina. Em 540, reaparece nas fontes como asecreta e esteve envolvido numa embaixada para o Cosroes I (r. 531–578), que havia invadido os territórios bizantinos. Juliano estava em Antioquia quando o último sitiou e convenceu-o a não incendiar as igrejas locais. Ele negociou a paz com os persas no mesmo ano e entregou a carta de Justiniano que aceitava os termos acordados.

Dracma de Cavades I (r. 488–496; 499–531)

Juliano era um oficial grego nativo da Palestina, irmão do oficial Sumo. Aparece pela primeira vez em 530/1, quando exerceu a função nos agentes nos assuntos, o serviço de inteligência imperial. Foi enviado pelo imperador Justiniano (r. 527–567) à corte axumita de Elesbão e à corte himiarita de Esimifeu respectivamente para alistar seus agentes contra o Império Sassânida.[1] Essa embaixada provavelmente ocorreu no final de 530 ou começo de 531, após o emissário Rufino relatar que o Cavades I (r. 488–496; 499–531) não pretendiam mais fazer a paz. Ele viajou por Alexandria, rio Nilo e então o mar Vermelho até chegar ao Império Axumita e Iêmem e após concluir sua missão escreveu um relato oficial da viagem que seria posteriormente utilizado por João Malalas e Teófanes, o Confessor.[2]

 
Dracma de Cosroes I (r. 531–579)
 
Soldo de Justiniano (r. 527–565)

Juliano é brevemente mencionado num panegírico dedicado a seu irmão Sumo por Corício de Gaza que fora datado em 537/8. Estava presente na ocasião em que o panegírico foi entregue e o autor mencionou que era merecedor de um para si por sua conduta imaculada e por seu conselho e ajuda prestado a Sumo. Segundo as Orações de Corício escritas entre 532 e 539, Juliano era homem de cultura que serviu como o principal conselheiro de seu irmão. Desta afirmação, os autores da Prosopografia do Império Romano Tardio sugerem que poderia ter servido como consiliário (em latim: consiliarius) de Sumo enquanto ele servia como duque da Palestina em 537/8.[3]

Em 540, Juliano é mencionado como asecreta. Foi enviado junto de João como emissário pelo imperador ao xá Cosroes I (r. 531–578), que havia invadido o território bizantino. Ao chegarem em Antioquia, contudo, foram impedidos de prosseguir. Informaram às cidades do Oriente a não pagarem resgate aos persas e acusaram o bispo Efrém de querer render sua sé.[4] Quando Cosroes sitiou a cidade, Juliano e João saíram da cidade para reclamar da violação da paz e então retornaram. Após ela ser tomada, foram convocados diante de Cosroes, que levou-os até a igreja local. Sob os pedidos deles, poupou o edifício quando queimou a cidade, bem como a Igreja de São Juliano e os edifícios adjacentes, todos situados fora das edificações onde os emissários estavam. Logo depois, Juliano e João visitaram Cosroes I novamente e reprovaram-no por descumprir a Paz Eterna, embora também tenham negociado termos de paz e sua retirada à Pérsia. Relutantemente concordaram que ele visitasse Apameia e entregaram-lhe uma carta de Justiniano concordando com a paz.[3]

Referências

  1. Martindale 1992, p. 731.
  2. Martindale 1992, p. 731-732.
  3. a b Martindale 1992, p. 732.
  4. Greatrex 2002, p. 103.

Bibliografia

editar
  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Martindale, John Robert; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, J. (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III: A.D. 527–641. 3. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 9780521201605