Juvêncio, o justiceiro do sertão
Juvêncio, o Justiceiro do Sertão, era um personagem brasileiro fictício do gênero nordestern (um western ambientado no Nordeste brasileiro).[1] Ele surgiu em um programa da Rádio Piratininga de São Paulo no início dos anos 60, na esteira do sucesso do carioca Jerônimo, o Herói do Sertão criado em 1953.[2] Tinha o formato de uma radionovela, em capítulos que duravam 15 minutos. O produtor era Reinaldo Santos (autor da canção "Casinha pequenina", celebrizada pelo filme homônimo interpretada por Mazzaropi) e que produzia na mesma emissora o programa "Terra Sempre Terra", com duplas sertanejas cantando ao vivo.[3] O programa se tornou muito popular, com apresentações em shows, circos e gerou até o lançamento de uma revista em quadrinhos.[2] O produtor Vicente Lia era o herói Juvêncio, Adalberto Amaral (menino Juquinha) e Geraldo Jacote (Cicatriz).
Personagem
editarJuvêncio era um valente herói sertanejo, que, ao lado do menino Juquinha, defendia seu povoado do ataque do bandoleiro Cicatriz. Seu cavalo era Corisco e o do Juquinha, Saci.
O personagem guardava semelhanças com outro herói mascarado, o Lone Ranger (que durante anos, também ficou conhecido no Brasil como Zorro),[4][5][2] que também fez sua estreia em um programa de rádio.[6] Mas, ao contrário de Lone Ranger, Juvêncio costumava atirar para matar, e por isso era chamado de "justiceiro".
Programa de rádio
editarO programa foi transmitido até 1974, encerrada a série depois de muitas dificuldades impostas pela censura militar, além da concorrência da TV, que por influência dos programas de rádio, passou a exibir telenovelas inspiradas no gênero western, como A Muralha, Legião dos Esquecidos (ambas da paulista TV Excelsior), Irmãos Coragem (TV Globo) e Jerônimo, o Herói do Sertão (TV Tupi).
Histórias em Quadrinhos
editarEm Maio de 1968, o personagem ganhou uma revista em quadrinhos pela Editora Prelúdio, onde foi desenhado por artistas como Sérgio Lima, Rodolfo Zalla, Eugênio Colonnese e Edmundo Rodrigues e roteirizado por Gedeone Malagola, Helena Fonseca, R. F. Lucchetti e Fred Jorge[2] além do próprio Reinaldo Santos. Edmundo Rodrigues também havia desenhado a revista do Jerônimo.[7] A editora Prelúdio publicava cordéis, tendo até mesmo publicado quadrinizações de cordéis, por Nico Rosso e Sérgio Lima, esse último responsável por quadrinizações de O Romance do Pavão Misterioso de José Camelo de Melo Rezende e "A Chegada de Lampião no inferno" de José Pacheco,[8] ilustradas por Sérgio Lima.[9][10]
Ver também
editarReferências
- ↑ Rodrigo Fonseca (1 de agosto de 2013). «Pilar do 'nordestern', o faroeste 'O cangaceiro' chega aos 60 anos sem tributos à altura de seu sucesso». O Globo
- ↑ a b c d João Antonio Buhrer de Almeida (6 de setembro de 2010). «Arquivos Incríveis: Juvêncio, O Justiceiro: O Cowboy Mascarado do Brasil». Bigorna.net
- ↑ http://www.riototal.com.br/coojornal/vasques206.htm Acessado em 20-07-12
- ↑ Toni Rodrigues (31 de março de 2005). «Ebal 60 anos: uma celebração». Universo HQ
- ↑ Nano Souza (8 de agosto de 2013). «Zorro e Cavaleiro Solitário - Uma Confusão à Brasileira». HQManiacs
- ↑ Sérgio Codespoti (29 de novembro de 2005). «Dynamite publicará novas aventuras de Lone Ranger». Universo HQ
- ↑ Marcus Ramone (8 de setembro de 2004). «Raios e trovões! Os bons e velhos quadrinhos de western - Heróis de verdade». Universo HQ
- ↑ Chegada de Lampião no inferno (A)
- ↑ Álbum O pavão misterioso traz cordel em quadrinhos
- ↑ O Pavão Misterioso - Cordel em quadrinhos