Kanoê
Os Kanoê (etnônimo brasílico) ou Canoês são um grupo indígena que habita o sul do estado brasileiro de Rondônia, mais precisamente as Terras Indígenas Rio Branco e Rio Guaporé.[2][3]
Kanoê | |||
---|---|---|---|
População total | |||
319[1] | |||
Regiões com população significativa | |||
| |||
Línguas | |||
Kanoê | |||
Religiões | |||
Massacre
editarEm 1985, os canoês sofreram ataques de fazendeiros em Corumbiara, município que dá nome ao documentário do franco-brasileiro Vincent Carelli. Não se sabe quantos indígenas (entre eles os da etnia akuntsu) foram mortos, mas especula-se que tenha sido usado um trator de esteira, o mesmo que serve para desmatar grandes áreas.
As Terras Indígenas dessas etnias na Amazônia Legal são constantemente invadidas ilegalmente por missionários e[4] pela ação de madeireiros.[5][4] Devido isto, em 2014 a Funai criou o Sistema de Proteção e Promoção de Direitos com doze Frentes de Proteção Etnoambiental,[5][6] para fazer a vigilância ostensiva e em tempo integral das áreas.[7][6] São sete as etnias indígenas recém-contactados no Brasil pela Funai, que estão sobre proteção deste sistema: korubo, zo'é, kunt'su, tupi-kawahiv, kanoe, uruwahá e, awa-guajá.[5]
A Funai através da Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC) verificou que algumas etnias indígenas recém-contactados estavam em situação de fragilidade, assim ofereceu assistência diferenciada a estes: zo’é no Pará; aos kanoê e aos akuntsu em Rondônia, e; aos korubo do Javari no Amazonas.[8]
Comunidades
editarAs comunidades Kanoês são:[9]
- Aldeia de Ricardo Franco
- Aldeia da Terra Indígena Sagarana
- Aldeia São Luiz, da Terra Indígena Rio Branco
- Aldeia Kanoé na Terra Indígena Rio Omeré
- Deolinda, da Terra Indígena Paacás-Novas
- Família de Leonel Kanoé, em Barranquilha
Subgrupos
editarSubgrupos ou clãs:[10]
Nome | Tradução |
---|---|
Ürüiat | abelha |
Küakutep | cabaça |
Xiküariat | pássaro |
Küaküiat | ? |
Apabiat | ? |
Togaiap | ? |
Protêgaiat | árvore |
Referências
- ↑ «Quadro Geral dos Povos». Instituto Socioambiental. Consultado em 2 de setembro de 2017
- ↑ Localização: Terra Indígena Rio Branco e Terra Indígena Rio Guaporé
- ↑ Povos Indígenas no Brasil. Os Kanoê do Rio Guaporé. Por Laércio Nora Bacelar, novembro de 2002
- ↑ a b Ricardo, Fany; Fávero Gongora, Majoí, eds. (2019). Cercos e resistências: povos indígenas isolados na Amazônia brasileira (PDF). C3L00002 1a edição ed. São Paulo: Instituto Socioambiental. ISBN 978-85-8226-073-9. OCLC 1124955605. Resumo divulgativo
- ↑ a b c «Terra Indígena Hi-Merimã». Instituto Terras Indigenas do Brasil. Consultado em 14 de novembro de 2024
- ↑ a b «MPF investiga entrada ilegal de missionários em terras indígenas do Amazonas | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 30 de outubro de 2024
- ↑ «Missionário dos EUA é interrogado pela Funai após entrar ilegalmente em terra de índios isolados | Terras Indígenas no Brasil». terrasindigenas.org.br. Consultado em 30 de outubro de 2024
- ↑ «Quem são? - Povos Indígenas no Brasil». socioambiental.org. Consultado em 19 de novembro de 2024
- ↑ Etnografia e Documentação da Lingua Kanoé. Museu do Índio.
- ↑ Maldi, Denise. 1991. O Complexo Cultural do Marico: Sociedades Indígenas dos Rios Branco, Colorado e Mequens, Afluentes do Médio Guaporé. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Antropologia, vol. 7(2), p. 209-269.
Ligações externas
editar- «Página com a história dos Kanoês, na Enciclopédia de Povos Indígenas do brasil»
- Últimos cinco falantes da língua canoé tiveram primeiro contato em 2008; três deles sequer falam português. Por Flávia Martin
- Acervo Etnográfico Museu do Índio - Kanôe