Karin Boye
Karin Maria Boye (Gotemburgo, 26 de outubro de 1900 - Alingsås, 24 de abril de 1941) foi uma escritora, poetisa e desenhista sueca. Em seu país é reverenciada como uma grande e proeminente poetisa, mas é internacionalmente conhecida pelo romance distópico Kalocaína (1940). [1]
Karin Boye Karin Maria Boye | |
---|---|
Karin Boye, 1940
| |
Nascimento | 26 de outubro de 1900 Gotemburgo, Suécia |
Morte | 24 de abril de 1941 (40 anos) Alingsås, Suécia |
Nacionalidade | sueca |
Alma mater | Universidade de Uppsala |
Ocupação | Escritora, poetisa e desenhista |
Gênero literário | Romance |
Magnum opus | Kalocaína (1940) |
Biografia
editarKarin nasceu na cidade de Gotemburgo, na Gotalândia Ocidental, em 1900 e se mudou para Estocolmo em 1909 com a família. Seu pai era engenheiro civil e mudava-se constantemente por causa do trabalho. Na capital, ela estudou na Åhlinska skolan, uma escola só para meninas, até 1920, qualificando-se para o magistério em 1921.[2]
Frequentou a Universidade de Uppsala e a Universidade de Estocolmo, de 1921 a 1926, tendo lançado sua primeira coletânea de poemas em 1922, chamada Nuvens (em sueco Moln). Durante seus estudos em Uppsala, até 1930, ela foi membro de uma organização não-partidária de estudantes socialistas na Suécia, dedicada a lutar contra o fascismo. Esteve envolvida nos editoriais dos jornais de esquerda da organização, além de trabalhar como escritora e crítica em jornais, como o Social-Demokraten e o Arbetet.[2][3]
Em 1931, junto de Erik Mesterton e Josef Riwkin, ela fundou uma revista dedicada à poesia, chamada Spektrum, que introduziu T. S. Eliot e os surrealistas aos leitores suecos. Ela traduziu vários dos trabalhos de Eliot para sua língua materna.[2]
Carreira
editarKarin é mais conhecida na Suécia por suas poesias, como a famosa "Yes, of course it hurts" (em sueco: Ja visst gör det ont).[4] Fora da Suécia, seu trabalho mais conhecido é o romance distópico Kalocaína (1940). Inspirada pelo nazismo em sua visita a Berlim, o livro fala de uma sociedade reprimida e extremamente controlada, onde um cientista idealista, chamado Leo Kall, cria uma droga chamada kalocaína, um tipo de soro da verdade. Alguns acreditam que o livro de Karin serviu de inspiração para George Orwell, que escreveu 1984 dez anos depois. O livro virou filme na Suécia, em 1981 e foi uma das influências para o filme Equilibrium, de 2002.[2][5][6]
Últimos anos
editarEm 1932, há registros de Karin fazendo terapia em Berlim. Ela foi casada com Leif Björk de 1929 a 1931, mas não tiveram filhos e o casamento parecia ser mais amigável do que romântico. Em 1932, depois se separar de Leif, ela se envolveu com Gunnel Bergström, esposa do poeta Gunnar Ekelöf, que deixou o marido para ficar com ela. Enquanto estava em Berlim, ela conheceu uma jovem judia, chamada Margot Hanel, com quem teve um relacionamento de 1932 a 1941.[2] Karin descrevia Margot em suas cartas e diários comumente como "minha esposa".[7]
Morte
editarKarin lutou contra a depressão e teve conflitos com sua sexualidade por boa parte da vida. O relacionamento com Margot também teve seus conflitos e depois de um tempo separadas, elas sempre voltavam. Em 24 de abril de 1941, ela cometeu suicídio, com uma overdose de pílulas para dormir.[2][8] Margot também se suicidou algum tempo depois, por envenenamento por gás. Ela chegou a ser socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu.
Obras
editar- Poemas [1]
- Moln (Nuvens), 1922
- Gömda Land (Terra escondida), 1924
- Härdarna (Os lares), 1927
- För trädets skull (Por amor da árvore, 1935)
- De sju dödssynderna (Os sete pecados mortais), póstumo, 1941
- Romances [1]
- Kris (Crise), 1934, no qual descreve sua adolescência e a descoberta de sua bissexualidade.
- Kallocain, 1940, que põe em cena um estado totalitário semelhante ao regime da Alemanha Nazista de Hitler e da União Soviética de Stalin.
Referências
- ↑ a b c «Karin Boye». Bonniers Lexikon. 3. Estocolmo: Bonnier Lexikon. 1993. p. 61. ISBN 9163200384
- ↑ a b c d e f «Karin Boye». The History of Nordic Women's Literature. Consultado em 4 de novembro de 2018
- ↑ Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Karin Boye». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 117. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6
- ↑ Jenny Nunn (ed.). «Yes, of course it hurts». Karin Boye Site. Consultado em 4 de novembro de 2018
- ↑ «Karin Boye Biography». Chevely Prince Foundation. Consultado em 4 de novembro de 2018
- ↑ Richard B. Vowles (ed.). «Kallocain — Karin Boye's dark dystopia». Libertarian Futurist Society. Consultado em 4 de novembro de 2018
- ↑ «Karin Boye 100». Janmag Nusson. Consultado em 4 de novembro de 2018
- ↑ «Karin Boye». Encyclopaedia Britannica. Consultado em 4 de novembro de 2018