Kozmo.com
Kozmo.com foi uma empresa de comércio eletrônico criada com capital de risco que prometia entregar o pedido, que incluía "vídeos, jogos, DVDs, música, revistas, livros, comida, utensílios e outros", além de café Starbucks ao cliente em menos de uma hora, com frete grátis, em diversas grandes cidades dos Estados Unidos.
Kozmo.com | |
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Atividade | E-commerce, |
Fundação | 1998 |
Destino | Falência |
Encerramento | 2001 |
Sede | Nova Iorque, Nova Iorque (Estado) |
Pessoas-chave | Joseph Park, Yong Kang |
Produtos | Entrega a domicílio, loja online |
Website oficial | kozmo |
Modelo de negócios
editarKozmo prometia o pedido ao cliente em menos de uma hora, utilizando-se de bicicletas, carros, caminhões ou transporte público, e sem cobrar taxa de entrega.[1] O modelo foi criticado por alguns analistas de negócios que apontavam para o fato da entrega direta e em menos de uma hora era extremamente custosa e duvidavam da capacidade da empresa gerar lucros sem cobrar uma taxa de entrega.[2] A empresa contra-argumentou que compensava esse custo adicional por não ter gastos de aluguel para lojas físicas, o que seria um custo fixo maior que o custo arcado com as entregas grátis.
História
editarA sede da empresa era em Nova Iorque. Segundo os documentos enviados ao Securities and Exchange Commission, em 1999 a empresa teve receita de US$ 3,5 milhões, com prejuízo líquido de US$ 26,3 milhões.[3] A empresa conseguira levantar US$ 250 milhões, dos quais US$ 28 milhões vieram de um grupo de investidores em 1999 que incluía Flatiron, Oak e Chase[4] e US$ 60 milhões da Amazon.com.[5] Kozmo fechou também um contrato com a Starbucks em fevereiro de 2000, onde concordou em pagar US$ 150 milhões à cafeteria para que esta anuncie a loja em seus estabelecimentos.[6]
Kozmo.com encerrou suas atividades em março de 2001, após pagar US$ 15 milhões. Em julho de 2000, no auge da empresa, ela operava em Atlanta, Chicago, Houston, São Francisco, Seattle, Portland, Boston, New York, Washington, D.C., San Diego e Los Angeles.[1]
Kozmo planejou um IPO com o Credit Suisse First Boston, mas nunca concluiu o lançamento ao público.[7]
O derrame de dinheiro e erros nas relações públicas continuaram a trazer problemas à empresa. Apesar de vários funcionários sugerirem à direção que o Kozmo imponha um valor mínimo de compra e/ou cobre uma taxa de entrega, a empresa continuou a usar o mesmo modelo de negócios (entrega grátis) para produtos de qualquer valor, mesmo por exemplo um chocolate de US$ 0,50.[carece de fontes]
A empresa foi o assunto de uma reportagem em abril de 2000 pelos repórteres Brock Meeks e Elliot Zaret do MSNBC.com. A reportagem acusava a empresa de propositalmente não oferecer seu serviço de entrega a bairros povoados majoritariamente por Afro-americanos. Kozmo negou que a raça tenha qualquer influência em sua decisão de onde oferecer entregas, informando que a empresa define seu mercado consumidor baseado principalmente em taxas de penetração de Internet.[8]
O Equal Rights Center, uma organização de direitos civis de Washington citou o artigo e intimou a empresa sobre as acusações. Mais tarde a organização voltou atrás, afirmando que de fato o Kozmo não tinha motivações raciais ao escolher sua área de entrega. Kozmo anunciou a doação de 125 mil dólares destinados à melhora do acesso da Internet em áreas carentes.[9]
Mesmo sendo popular entre estudantes universitários e profissionais jovens,[10] a empresa rapidamente faliu após o estouro da bolha da internet, demitindo seus 1100 funcionários e fechando definitivamente em abril de 2001.[11] Em várias cidades servidas, funcionários do Kozmo só souberam do fim da empresa na hora em que chegaram para trabalhar, quando encontraram as portas trancadas. Todas as bases de operação, e o centro de distribuição em Memphis, foram liquidados pouco depois. Roupas e acessórios dos funcionários foram vendidos a lojas de descontos em todos os Estados Unidos e podem ser encontradas à venda até hoje.[carece de fontes]
Após o Kozmo
editarO documentário e-Dreams, lançado em junho de 2001, exibe a ascensão e queda da empresa. Em abril de 2005, o ex-CTO Chris Siragusa lança o MaxDelivery, um serviço semelhante ao Kozmo atendendo o centro de Manhattan, especializado na entrega de comida, vinho, DVDs e conveniências. O serviço continua operando.[12][13]
Joseph Park, co-fundador e CEO, fundou em 2006 o Askville, hoje uma parte da Amazon. Park deixou a Amazon em junho de 2009, quando tornou-se presidente do BibleGateway.com, da editora cristã Zondervan, uma subsidiária do HarperCollins (empresa do grupo News Corp..[14]
Yong Kang, co-fundador, voltou a Wall Street e desde junho de 2009 é um banqueiro de investimentos no banco Lehman Brothers (hoje Barclays Capital).[15]
Veja também
editarNotes
editar- ↑ a b Wu, John C. (1 de novembro de 2001). «Anatomy of a Dot-Com». Supply Chain Management Review. Consultado em 17 de julho de 2007. Arquivado do original em 21 de agosto de 2004
- ↑ Dukcevich, Davide (22 de junho de 2000). «Kozmo.com Pedaling To The Precipice?». Forbes. Consultado em 16 de abril de 2010
- ↑ «Kozmo Com Inc SEC filing · S-1 · On 3/20/00». SECInfo.com. 20 de março de 2000. Consultado em 7 de janeiro de 2008
- ↑ "Kozmo.com Receives $28 Million from Flatiron, Oak Investment, Chase Capital and Others". Business Wire, Press Release. October 13, 1999. Retrieved 2010-03-11.
- ↑ Greenspan, Sharon (20 de março de 2000). «Press Release: Amazon.com Announces Investment...». Amazon.com. Consultado em 17 de julho de 2007
- ↑ Wilcox, Joe (14 de fevereiro de 2000). «Kozmo.com sees more sales in Starbucks deal». News.com. Consultado em 16 de abril de 2010
- ↑ Sandoval, Greg (February 29, 2000). "Kozmo may deliver itself to the public". News.com. Retrieved 2010-04-16.
- ↑ Zaret, Eliot; Meeks, Brock (11 de abril de 2000). «Kozmo's digital dividing lines». MSNBC.com. Consultado em 11 de março de 2010. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2000
- ↑ «Kozmo.com and Equal Rights Center Announce Initiative to Bridge the Digital Divide». Business Wire. 5 de dezembro de 2000. Consultado em 11 de março de 2010
- ↑ Casselman, Ben (17 de abril de 2001). «Kozmo.com Website Goes Out of Business». Columbia Spectator. Consultado em 17 de julho de 2007. Arquivado do original em 10 de julho de 2010
- ↑ Sandoval, Greg (April 11, 2001). "Kozmo to shut down, lay off 1,100". News.com. Retrieved 2010-04-16.
- ↑ Cantrell, Amanda (September 14, 2005) "Rebirth of Kozmo.com, kind of". CNN, CNNMoney.com. Retrieved 2010-04-16.
- ↑ Metz, Rachel (July 13, 2005). "Diapers Revive Dead Dot-Com"". Wired.
- ↑ Engleman, Eric (29 de setembro de 2009). «Kozmo.com founder Park leaves Amazon for Bible Gateway». TechFlash. Consultado em 28 de abril de 2010
- ↑ Henricks, Mark (29 de maio de 2008). «Where are they now: Kozmo.com». The Industry Standard. Consultado em 27 de abril de 2013. Arquivado do original em 1 de junho de 2008
Referências
editar- Kozmo.com's Challenge: Turning the Last Mile Into the Green Mile. Katherine Hobson, TheStreet.com, March 30, 2000.
- Making Sense (and Art) of the Dot-Com Crash. Stacy Cowley, PC World, IDG News. January 21, 2002.
Ligações externas
editar- Archived versions of kozmo.com at the Internet Archive (Original Kozmo.com site predates 1 de junho de 2001).