Láudano (do latim laudare, louvar) é o termo utilizado na literatura médica para designar um medicamento, feito originalmente à base de vinho branco, açafrão, cravo, canela e ópio, desenvolvido pelo alquimista Paracelso, no século XVI, embora haja dúvidas se o láudano de Paracelso continha ópio.[1] Já no século XIX, na Inglaterra vitoriana, a mistura poderia conter whisky, ao invés de vinho.

Frasco inglês de 100 ml

O láudano foi utilizado até o início do século XX para tratar todo tipo de dor ou mal-estar.[2][1]

Propriedades farmacológicas

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O álcool e o ópio têm efeito sedativo e analgésico, causando bem-estar, sem todavia tratar a causa da doença, que pode seguir avançando. Como o álcool, o ópio causa maior perda de líquidos e dependência química. O ópio também causa diminuição do ritmo cardíaco e da respiração. Pacientes com sudorese e vômitos morriam por desidratação; pacientes com problemas respiratórios morriam por insuficiência respiratória e aqueles com déficit cardíaco morriam por insuficiência cardíaca e infecções que podiam avançar e causar sepse ou outras complicações. Para piorar, o láudano era muito usado por grávidas (causando problemas fetais). Como calmante, era usado por crianças agitadas e por mulheres, no tratamento da histeria e melancolia.[3]

A partir do século XVII, os principais tipos eram:[4]:

  • Láudano de Sydenham (clássico): ópio, açafrão, cravo, canela e vinho.
  • Láudano de Rousseau: ópio cozido e fermentado com mel e cerveja.
  • Láudano vitoriano: ópio diluído em whisky ou gin.

Muitos médicos famosos tinham um láudano com o seu nome. O láudano de Sydenham foi a principal preparação líquida contendo ópio, usada na Inglaterra no século XVII e com grande aceitação na Europa e nas Américas até o início do século XX.[1]

Referências

  1. a b c Uma breve história do ópio e dos opióides. Por Danilo Freire Duarte. Revista Brasileira de Anestesiologia vol.55 nº 1 Campinas, janeiro-fevereiro de 2005 ISSN 1806-907X
  2. El láudano, la sustancia "cura-todo" de Paracelso. 17 de dezembro de 2012.
  3. Victorian Web. Victorian Drug Use. Por Andrzej Diniejko.
  4. A. W. Chase, Dr. Chase's Recipes. Ann Arbor, Michigan: Published by R. A. Beal, 1870, p. 133.