Língua culina

Língua ameríndia do Brasil e Peru
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A língua culina (também Kulina, Kulyna, ou Madiha, Madija) é uma língua que pertence à família Arawá.[2][1][3][4]

Culina

Madija

Falado(a) em: Brasil (Acre e Amazonas) e Peru
Total de falantes: 7628 (2014)[1]
Família: Arawá
 Culina
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

O grupo Culinas é um grupo que fala a língua culina, que é pertencente a família lingüística Arawá e, até a chegada da civilização branca, foram um dos grupos mais numerosos no estado do Acre e sul do Amazonas. Sua autodenominação é madija (pronuncia-se madirrá) que significa "os que são gente", sendo os brancos tratados genericamente por cariás.[1]

O estilo lingüístico feminino é diferente do masculino: há oclusão de vogais, condensação de palavras inteiras. Apenas os Madija entendem o que suas mulheres falam e, como há neologismos que variam de aldeia para aldeia, essa compreensão às vezes restringe-se ao próprio grupo local.[1]

Vocabulário

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Vocabulário da língua curina por J. Braulino de Carvalho, comparado com a pequena lista de Lima Figueiredo (LF):[5][6]

Português Curina (J. Braulino de Carvalho) Curina (Lima Figueiredo)
orelha iribó[7]
cabeça itati itaté
face ebeté
cabelo itati-cunani itatecuné
olho inoucon inocó
nariz ené iné
boca errery irreri
lábio ipou
língua ebenon ibinon
dente inon inon
maxilar inferior enedê
supercílio nocucicurani
braço beve e marú iberrê
antebraço irribi-icutanin
mão zepê bacú izepé
dedo da mão zepê nucucinin
ombro sipecurê
pescoço imatou imatô (nuca)
garganta itamaedê itamêdê (pescoço)
tórax ibacou
mama zurrou rinin
coração ibonocori
abdômen izuné
monte-de-vênus marcy
vagina udinen
útero renen tuçunauy
nádega imeté, mani
coxa paracutuné
perna isson itçú
amury-bacú imori
pênis isupuri
dedo do pé tunany
unha nucucinin
água passou patçú
terra nami
fogo usiponé zipú
lua abalicú
estrela amuá
nuvem memé-esseni
relâmpago siciodé
igarapé pané
rio unin ueni
pedra sibá
pau aná
céu memé-bacú mémé
chuva passou-cané
trovão tuturudé
friagem sirinim
tanga ucá, soqué senté
rede poué
arco bubá sicité
cacete uruitá
machado baré
faca cussiró
banana usaimá
macaxeira puó
batata aricê
tinta urá
pintura icatanê
panela de barro vovoré-zipá
velho radauhy
velha made-radauhy
facão maston
tio [?] uepé
canoa darronin
remo oury
vara zipá
casa uzá
família edenin
pai abi
mãe amim
filho acauredeny
filha ucaton
irmão aton
irmã massê
tia abi-uaá
primo ucuté
prima massé-ucaritené
tio [avô?] asson
avó idé-inin
mulher inin situ
homem maqué magaiderrê
gente madija
menino redenin
menina bedenin
moço bicatauy
moça bacatanin
bonito bicani
feio tabacurá
remar oretinavê
roçar titarê
pescar disatarê
caçar zedeunaná
dançar seneunaná
trabalhar uapimatinaná
nascer touçounauy
morrer zuquey
comer ripanan ripanã
beber passazenaná zeinanâ
dormir uadanan
deitar upiriná
andar ucarizaná
nadar ucaninan cunãnã
correr upatany
gostar mandina
eu vi omitãni
já vou ni jou
venha aqui reticarrê
anta auy
veado badú
porco anumbeze
paca camanuy
cutia sinaman
sapo acoá
vuy
cobra macá
cobra surucucu macapé
cobra jararaca namacá
cobra papagaio-bóia macasseuy
nambu assury
jacamim tucipá
urubu abarisá
mutum idicon
garça anupí
mata ucausama

Referências

  1. a b c d Instituto Socioambiental. «Kulina». Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 12 de junho de 2018 
  2. «Kulina». Ethnologue. Consultado em 12 de junho de 2018 
  3. «Língua madiha (kulina) ganha gramática». Portal Luteranos. 2 de novembro de 2004. Consultado em 12 de junho de 2018 
  4. «Língua kulina ganha gramática». Jornal O Caminho. Consultado em 12 de junho de 2018 
  5. CARVALHO, João Braulino de. Breve notícia sobre os indígenas que habitam a fronteira do Brasil com o Peru elaborada pelo médico da Comissão, Dr. João Braulino de Carvalho, e calcada em observações pessoais. In: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil. Ano 1928. 4.° vol. Anexo especial n. 2: Relatório da Comissão de Limites do Brasil com o Peru. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1929. p. 320-223. [Uma lista menor, copiada desta, encontra-se em FIGUEIREDO, Lima. Índios do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1949. p. 146.]
  6. Vocabulário da língua curina. Site Línguas Indígenas Brasileiras, de Renato Nicolai.
  7. "Nota-se que todas as partes do corpo humano começam pelo som i."

Bibliografia

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  • Gordon, Flávio. Os Kulina do Sudoeste Amazônico - História e Socialidade. Rio de Janeiro: UFRJ. Museu Nacional, 2006.
  • Vocabulário curina - CARVALHO, João Braulino de. Breve notícia sobre os indígenas que habitam a fronteira do Brasil com o Peru elaborada pelo médico da Comissão, Dr. João Braulino de Carvalho, e calcada em observações pessoais. In: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Relatório apresentado ao Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil. Ano 1928. 4.° vol. Anexo especial n. 2: Relatório da Comissão de Limites do Brasil com o Peru. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1929. p. 320-223. [Uma lista menor, copiada desta, encontra-se em FIGUEIREDO, Lima. Índios do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1949. p. 146.]
  • Vocabulário culina - Schuller (1911)
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