Ladeira do Carmo em 1860
Ladeira do Carmo em 1860 é uma pintura do artista Augusto Luiz de Freitas, criada na década de 1920, no Brasil. O óleo sobre tela integra a coleção do Museu do Ipiranga, também conhecido como Museu Paulista, e retrata, baseado em fotografia de Militão Augusto de Azevedo, vista da Ladeira do Carmo em direção ao Aterro do Brás, em São Paulo, na década de 1860.[1]
Ladeira do Carmo, 1860 | |
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Autor | Augusto Luis de Freitas |
Data | século XX |
Técnica | tinta a óleo |
Dimensões | 77,5 centímetro, 60,5 centímetro x 118 centímetro, 100 centímetro |
Localização | Museu do Ipiranga |
Descrição e análise
editarA pintura de óleo sobre tela foi baseada na fotografia de Militão Augusto de Azevedo, intitulada Ladeira do Carmo e Aterrado do Braz (1862). A fotografia integra o Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo (1862-1887), que registra as mudanças urbanas na região central de São Paulo em um período de 25 anos. Há duas fotografias tiradas por Militão a partir do mesmo posicionamento, Ladeira do Carmo e Aterrado do Braz (1862) e Ladeira do Carmo e Aterrado do Braz (1887), sendo que Augusto de Freitas utilizou como referência somente os elementos da fotografia de 1862, que captura um momento de cheia do rio Carmo e na qual ainda não estavam presentes elementos da modernização do espaço, como as construções já presentes em 1887.[1] [2]
Assim como na fotografia, a obra de Augusto Luiz de Freitas retrata vista da Ladeira do Carmo, em direção ao Aterro do Brás, na qual é possível visualizar ao fundo a várzea do Carmo em período de cheia. Augusto pinta uma charrete puxada por um animal à direita, substituindo as figuras humanas que aparecem na fotografia original, além de trocar o calçamento de paralelepípedos por um chão de terra batida irregular. Tais substituições somadas à paleta de cor escolhida pelo artista reforça o aspecto colonial-imperial da cena.[1]
A pintura integra um conjunto de obras encomendadas na década de 1920 por Affonso Taunay, o então diretor do Museu Paulista, com o objetivo de fomentar um imaginário sobre a região por ocasião do centenário da Independência do Brasil. Nos anos 1920, a região da Várzea do Carmo, compreendendo o que hoje se conhece também como Parque Dom Pedro II, passava por transformações em sua estrutura devido ao projeto de parque público aos moldes europeus que o governo implementava. Para Taunay, era importante que houvessem representações da região por seu aspecto colonial-imperial pitoresco, antes que a memória da cidade de São Paulo antiga fosse trocada por imagens de modernidade que chegavam com as alterações urbanas do período e com os novos habitantes que chegavam ali, em especial os imigrantes.[1]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d Costa Ribeiro, Vanessa (2012). «Várzea do Carmo a Parque Dom Pedro II: de atributo natural a artefato - Décadas de 1890 a 1950» (PDF). Programa de Pós-Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Consultado em 6 de março de 2020
- ↑ «"Fotografias de rua para a antropologia: o Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo, 1862-1887, de Militão Augusto de Azevedo"»