Lahaul e Spiti
Lahaul e Spiti ou Lahul e Spiti é um distrito do norte da Índia, no estado do Himachal Pradexe. Tem 13 841 km² de área e em 2011 tinha 31 564 (densidade: 2,3 hab./km²).[1] Foi criado em 1960, resultando da fusão de dois distritos separados, cada um deles correspondente a um vale: Lahaul e Spiti. A capital do primeiro era Kardang e do segundo Dhankar. A capital do novo distrito é Keylong, situada a poucos quilómetros de Kardang.
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Distrito | ||||
Montanhas no vale de Lahaul | ||||
Localização | ||||
Localização de Lahaul e Spiti no Himachal Pradexe | ||||
Coordenadas | 32° 20′ N, 77° 50′ L | |||
País | Índia | |||
Estado | Himachal Pradexe | |||
Administração | ||||
Capital | Keylong | |||
Características geográficas | ||||
Área total [1] | 13 841 km² | |||
População total (2011) [2] | 31 564 hab. | |||
Densidade | 2,3 hab./km² | |||
Sítio | hplahaulspiti |
Os vales de Lahaul e de Spiti estão separados pelo passo de montanha Kunzum La (4 551 m de altitude), situado a 9 km do lago Chandra Tal.[3] A sul, o principal acesso ao distrito é o passo Rohtang La (3 978 m), por onde passa a principal via rodoviária do distrito, a estrada Manali–Leh. A sul-sudeste, o distrito termina a 24 km de Tabo, onde a estrada que percorre o vale de Spiti entra no distrito de Kinnaur.[4]
Os dois vales têm caraterísticas bastante diferentes. Spiti é mais árido e com terreno mais difícil de atravessar, com uma altitude média do fundo do vale de 4 270 m. Está rodeado de montanhas imponentes, no fundo das quais corre o rio Spiti, que desagua no Sutlej. É uma área de deserto de montanha, com precipitaçao anual de apenas 170 mm.[5] Em 2011 era o terceiro distrito menos povoado da Índia.[2] A religião de quase dois terços da população é o budismo tibetano e, à parte de pequenas minorias que não chegam a 1%, os restantes habitantes são hindus. A taxa de analfabetismo no distrito era, em 2011, 23,2% — 14,3% para os homens e 33,2% para as mulheres.[1]
Flora e fauna
editarAs duras condições da região fazem com que a vegetação seja escassa, constituída por tufos dispersos de ervas duras e arbustos, inclusivamente em altitudes inferiores a 4 000 m. A linha de glaciares, isto é, de neves eternas, situa-se geralmente a cerca de 5 000 m.[carece de fontes]
Nas planícies de Lingti há animais como iaques e dzos. A caça e a diminuição de alimentos levaram a uma grande diminuição das populações de antílope-tibetano, argali, kiang, cervo-almiscarado e leopardo-das-neves. No inverno ainda se avistam íbexes, ursos-pardo e raposas.[carece de fontes]
No distrito há pelo menos duas áreas protegidas: o Parque Nacional do Vale de Pin e o Santuário de Vida Selvagem de Kibber.[carece de fontes]
Cultura e religião
editarAs línguas, cultura e etnias de Lahaul e de Spiti estão estreitamente relacionadas. Geralmente, os lahaulis são de ascendência mista tibetana e indo-ariana. O bothia de Spiti são mais aparentados com os tibetanos. As línguas locais são da família do tibetano, tanto em Spiti como em Lahaul. São muito semelhantes à língua ladaque. As semelhanças culturais com o vizinho Ladaque e Tibete Ocidental devem-se em parte ao facto de que em diversas ocasiões os vales de Lahaul e de Spiti fizeram parte dos reinos de Guge (tibetano) e do Ladaque.[carece de fontes]
Entre os lahaulis, o sistema de família alargada é comum, tendo evoluído de um sistema de poliandria passado. A família é chefiada pelo membro mais velho. O sistema de clãs, conhecido como Rhus também desempenha um papel importante na sociedade lahauli. Os habitantes de Spiti têm um sistema de herança que é único entre os povos tibetanos. Após a morte do pai e da mãe, apenas o filho mais velho herda as propriedades da família; a filha mais velha herda as joias da mãe e os irmãos e irmãs mais novos não têm direito a qualquer herança.[carece de fontes]
Os divórcios são permitidos e envolvem uma cerimónia simples na presença dos membros mais velhos da aldeia. O divórcio pode ser pedido por qualquer dos membros do casal. O marido tem que pagar uma compensação à ex-mulher se ela não se casar novamente, o que é pouco comum entre os lahaulis.[carece de fontes]
A agricultura é a principal fonte de rendimento. Uma das produções agrícolas mais importantes e comuns é a batata. Outras formas de emprego são a pecuária, trabalhos em programas do governo, funcionalismo público, comércio e artesanato, nomeadamente tecelagem. As casas são construídas em estilo tibetano, em parte devido ao facto da região ser montanhosa e estar sujeita a sismos.[carece de fontes]
O budismo tibetano é seguido pela maior parte da população (62% em 2011). Os hindus representam cerca de 37%. As pequenas minorias religiosas incluem cristãos (0,67%) e muçulmanos (0,23%).[1] Há algum sincretismo entre o hinduísmo e o budismo praticados na região, principalmente em Lahaul, onde a seita budista dominante é a Drukpa Kagyu. Em Spiti, a seita dominante é a Gelugpa. A influência budista é mais forte em Spiti do que em Lahaul. Nesta última região, a predominância budista é mais forte nas zonas mais altas de Todh e Gahr, mais próximas do Ladaque e de Spiti. Em Lahaul há templos frequentados tanto por budistas como por hindus, como por exemplo o Templo de Trilokinath, onde os peregrinos hindus veneram Xiva e os budistas adoram Avalokiteshvara.[carece de fontes]
Turismo
editarOs principais atrativos turísticos do distrito são a beleza natural das paisagens, o lago Chandra Taal e as gompas (mosteiros budistas), como as de Tabo, Ki, Dhankar, Shashur, Guru Ghantal, Khungri, Lalung, Tangyud, Sherkhang (que se diz ser mais antiga do que a de Tabo).[carece de fontes]
Dois dos mosteiros mais famosos e mais interessantes são os de Tabo e de KI. O primeiro situa-se 50 km a sudeste de Kaza, uma da localidades mais importantes de Spiti. A sua celebridade cresceu quando foi comemorado o milésimo aniversário da sua fundação, em 1996. Alberga uma coleção de escrituras budistas, estátuas e thangkas. O Mosteiro de Ki é alegadamente o maior e mais antigo de Spiti. Nele vivem cerca de 100 monges e alberga pinturas murais thangkas raras, manuscritos e instrumentos musicais antigos.[carece de fontes]
Devido ao clima inclemente, praticamente só há turistas entre junho e outubro, quando as estradas e aldeias não estão cobertas de neve e os passos de montanha que ligam a região ao resto do mundo — Kunzum La e Rohtang La — estão abertos. A estrada que liga Spiti a Kinnaur ao longo do vale do Sutlej permanece aberta todo o ano, mas por vezes é temporariamente encerrada devido a avalanches e deslizamentos de terra.[carece de fontes]
Notas e referências
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Lahaul and Spiti district», especificamente desta versão.
- ↑ a b c d «Lahul and Spiti (Lahaul and Spiti) District : Census 2011 data» (em inglês). The Registrar General & Census Commissioner. www.census2011.co.in. Consultado em 17 de fevereiro de 2017
- ↑ a b «District Census 2011» (em inglês). The Registrar General & Census Commissioner. www.census2011.co.in. Consultado em 17 de fevereiro de 2017
- ↑ «Kunzum Pass» (em inglês). www.india9.com. Consultado em 17 de fevereiro de 2017
- ↑ Kapadia, Harish (1999), Spiti: Adventures in the Trans-Himalaya, ISBN 9788173870934 (em inglês) 2.ª ed. , Nova Deli: Indus Publishing, pp. 215–216
- ↑ Kapadia 1999, pp. 26-27.
Bibliografia complementar
editar- Banach, Benti (2010), A Village Called Self-Awareness, life and times in Spiti Valley, ISBN 9937506441 (em inglês), Catmandu: Vajra Publications
- Ciliberto, Jon (2013), Six Weeks in the Spiti Valley, ISBN 9780965933667 (em inglês), Circle B Press
- Cunningham, Alexander (1854), Ladák: Physical, Statistical, and Historical with Notices of the Surrounding Countries, ISBN 9788120612969 (em inglês), Londres: WM. H. Allen & Co.
- Francke, August Hermann (1907), A History of Western Tibet: One of the Unknown Empires, ISBN 9788120610439 (em inglês), Londres (publicado em 1977)
- Francke, August Hermann (1914), Thomas, Frederick William, ed., Antiquities of Indian Tibet: Personal narrative (em inglês), Nova Deli: S. Chand (publicado em 1972)
- Handa, Omacanda (1987), Buddhist Monasteries in Himachal Pradesh, ISBN 9788185182032 (em inglês), Nova Deli: Indus Publishing
- Hutchison, John; Vogel, Jean Philippe (1933), History of the Panjab Hill States (em inglês), II, Department of Language and Culture, Himachal Pradesh (publicado em 2000), pp. 474–483; 484–488
- Rizvi, Janet (1996), Ladakh: Crossroads of High Asia, ISBN 9780195645460 (em inglês) 2.ª ed. , Deli: Oxford University Press India