Lapônia (província da Suécia)
A Lapônia (português brasileiro) ou Lapónia (português europeu) (em sueco: Lappland; PRONÚNCIA SUECA) é uma província histórica da Suécia. Está localizada no noroeste da região histórica da Norrrland, e faz fronteira com a Noruega e a Finlândia.
[1]
É a maior província do país, abrangendo mais de ¼ da sua superfície. Tem uma população de 87 744 habitantes (2023), dos quais cerca de 9 000 são lapões, e um número incerto pertence à minoria de língua finlandesa dos fino-suecos.
[2]
[3]
Segundo a tradição histórica, era habitada maioritariamente por lapões, até à colonização sueca, exploração mineira e cristianização dos lapões, sobretudo a partir do século XVII.
[4]
[5]
[6]
| ||||
---|---|---|---|---|
Província | ||||
Símbolos | ||||
| ||||
Localização | ||||
Coordenadas | ||||
Região | Norlândia | |||
Condado | ||||
Características geográficas | ||||
Área total | 118 206 km² | |||
População total (2023) | 87 744 hab. | |||
Altitude máxima Kebnekaise | 2 104 m | |||
Outras informações | ||||
Maior cidade | Kiruna | |||
Maior lago | Torneträsk |
Ao contrário do resto da Suécia, a identidade regional dos habitantes das províncias históricas da Lapónia - Norrbotten e Västerbotten - não está focada nessas províncias, mas sim nos condados atuais de Norrbotten e Västerbotten. [7]
Como província histórica, a Lappland não possui funções administrativas, nem significado político, mas está diariamente presente nos mais variados contextos, como por exemplo em Lapplands kommunalförbund (Associação comunal escolar da Lapónia), Lapplands Gymnasium (Escola secundária da Lapónia) e Lapplands Djurklinik (Clínica veterinária da Lapónia).[8][9]
Etimologia
editarO topónimo Lappland deriva de lapp (o antigo nome do povo nativo da região – os Lapões) e land (terra), significando por consequência "Terra dos Lapões". A província está mencionada em sueco antigo como Lappalandh, em 1526, e como Lapland, em 1606.[10]
Em textos em português costuma ser usada a forma aportuguesada ”Lapónia” ou ”Lapônia”. [11]
“ | …o contexto que levou o humanista português a interessar-se pela Lapónia e pelos Lapões e a escrever sobre isso… | ” |
Apresentação
editarÉ a maior província histórica da Suécia, ocupando cerca de um quarto de todo o país, com uma área ligeiramente superior a Portugal. Localizada no norte do país, faz fronteira com a Finlândia e a Noruega, e tem limites com as províncias suecas de Norrbotten, Västerbotten, Ångermanland e Jämtland.[12][13]
É uma província de montanhas no lado oeste – os Alpes Escandinavos – e de planaltos no lado leste. Todas as altas montanhas suecas com mais de 2 000 metros de altura estão precisamente localizadas dentro da Lapónia. A paisagem é dominada pelas enormes florestas de coníferas e pela tundra.[14][15][16]
A Lapónia tem grandes lagos e é atravessada por grandes rios caudalosos, que desaguam no Golfo de Bótnia, no Mar Báltico O Círculo Polar Ártico cruza a província, passando a sul da cidade de Jokkmokk.[17]
Condados atuais
editarA província histórica da Lapónia foi dividida em três partes - sendo a parte norte integrada no condado de Norrbotten, a parte sul no condado de Västerbotten, e uma pequena parte no condado da Jämtland.[1]
-
Província histórica da Lapónia
História
editarOriginalmente habitada pelos lapões e por grupos de kvenos, foi sucessivamente colonizada pelos suecos, sobretudo nos séculos XII e XVII. Numa carta do rei Magno II, datada de 1340, está determinado que todos aqueles que sejam cristãos podem estabelecer-se na Lapónia, desde que paguem imposto ao rei. Apesar disso, a população continuou a ser praticamente toda lapónica até ao século XVII, pelo que o rei Carlos XI, em 1673, estabeleceu privilégios especiais para todos aqueles que quisessem ir viver na Lapónia. Em 1695, o mesmo rei decretou que os "novos habitantes não deviam ocupar todos os terrenos disponíveis".[1][16][18]
Geografia
editar- A montanha mais alta é Kebnekaise, com 2 104 metros.[19]
- Outras montanhas: Sarektjåkkå e Kaskasatjåkka
- Lagos: Torne (Torne träsk), Stora Lulevatten, Hornavan, Udjaur
- Rios: Torne (Torne älv), Cálix (Kalixälven), Lule (Luleälven), Pite (Piteälven), Skellefte (Skellefteälven), Vindel (Vindelälven), Ume (Umeälven), e Muonio (Muonioälven).
Maiores centros urbanos
editarComunas
editarComunicações
editarA província da Lapónia é atravessada de norte a sul pela estrada europeia E45 (Dorotea, Arvidsjaur, Jokkmokk e Gällivare), e transversalmente pelas estradas europeias E10 (Abisko, Kiruna e Gällivare) e E12 (Storuman e Lycksele). A Linha do Minério (Malmbanan) permite o transporte de minérios da zona de Kiruna para as cidades portuárias de Luleå, na Suécia, e Narvik, na Noruega. A Linha Interna (Inlandsbanan) conecta o sul com o norte da província, passando por Dorotea, Storuman, Arvidsjaur, Jokkmokk, Gällivare e Kiruna Existem aeroportos em Arvidsjaur, Gällivare e Kiruna.[22]
Economia
editarA Lapónia tem grandes recursos naturais – florestas, energia hidráulica, ferro e outros minérios. Há centrais hidroelétricas em muitos rios, entre as quais a barragem de Harsprånget e a barragem de Porjus no rio Luleälven. Nos jazigos de ferro em Kiruna e Gällivare é extraído minério de ferro que é transportado por via férrea para Luleå na Suécia ou para Narvik na Noruega. Em algumas partes, o povo indígena dos Lapões dedica-se à criacão de renas. [23] [24]
Património histórico, cultural e natural
editar- Passo de Lapporten
- Área da Lapónia (Património mundial da UNESCO)
- Parque Nacional de Sarek (Na Área da Lapónia)
- Parque nacional de Abisko
- Parque nacional de Padjelanta (Na Área da Lapónia)
- Hotel de gelo de Jukkasjärvi
- Mercado de inverno de Jokkmokk[25]
- Aurora boreal
- Sol da meia-noite
- Parque Nacional Muddus (Na Área da Lapónia)
- Ájtte, Museu das Montanhas e dos Lapões (Museu das Montanhas e dos Lapões em Jokkmokk)
- Kungsleden (Percurso pedestre entre Abisko e Hemavan)
- Mina de Kiruna[25]
- Esrange (Centro de pesquisa e lançamento de foguetes) [25]
- Jardim zoológico de Lycksele (Só com animais nórdicos; lobo, urso, raposa-do-ártico, boi-almiscarado,...)[25]
- Aldeia pré-histórica de Vuollerim (Idade da pedra)[25][26]
- Parque nacional de Stora Sjöfallet (Na Área da Lapónia)
- Parque nacional de Björnlandet
- Parque nacional do Monte Vadve
- Parque nacional de Pieljekaise
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c Enciclopédia Norstedts 2008, p. 715.
- ↑ «Folkmängd i landskapen den 31 december 2023» (em sueco). Instituto Nacional de Estatística da Suécia. Consultado em 23 de maio de 2024
- ↑ «Lappland». Bonniers Compact Lexikon (em sueco). Estocolmo: Bonnier lexikon. 1995-1996. p. 622. 1301 páginas. ISBN 91-632-0067-8
- ↑ Ernby, Birgitta; Martin Gellerstam, Sven-Göran Malmgren, Per Axelsson,Thomas Fehrm (2001). «Lappland». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 227. 793 páginas. ISBN 91-7227-186-8
- ↑ «Lappland». Se Sverige med barnen. En reseguide för hela familjen (em sueco). Svenska turistföreningen. Estocolmo: Bonniers juniorförlag e Svenska turistföreningen. 1985. p. 141. 379 páginas. ISBN 91-48-51041-6
- ↑ Svensson, Lars (2001). «Lappland». Värt att se i Sverige [Para ver na Suécia]. En reseguide (em sueco). Estocolmo: Bonnier. p. 116. 383 páginas. ISBN 9100571903
- ↑ Bjarne Rydstedt, Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén e Mona Larsson (1987). «I nordligaste Sverige». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 191-193. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- ↑ Magnusson 2004, p. 212.
- ↑ Sporrong 2018.
- ↑ Wahlberg 2003, p. 39.
- ↑ {{citar web |url=https://impactum-journals.uc.pt/bec/article/view/61_9/4011 |título=A Lappiae Descriptio de Damião de Góis |citacao=…o contexto que levou o humanista português a interessar-se pela Lapónia e pelos Lapões e a escrever sobre isso… |publicado=Boletim De Estudos Clássicos (61) 139-152. |autor=Mário Carreiro |língua=pt |acessodata=15 de março de 2023
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nomeEr349
- ↑ Wedsberg 1995, p. 26-27.
- ↑ Magnus Bolle et al. (2004). «Lappland». Sveriges landskapssymboler (em sueco). Tollered: Pedagogisk information. p. 4. 108 páginas. ISBN 9186404296
- ↑ «Sveriges högsta berg» (em sueco). Svenska Turistföreningen. Consultado em 28 de janeiro de 2020
- ↑ a b Enciclopédia Nacional Sueca.
- ↑ Miranda 2007, p. 553.
- ↑ Oskarsson 2007, p. 57.
- ↑ Enciclopédia Nacional Sueca (a).
- ↑ Enciclopédia Nacional Sueca (b).
- ↑ Enciclopédia Nacional Sueca (c).
- ↑ Lidman Production AB (texto) e Matton (fotografia) (2011). «Lappland». Libers stora junioratlas (em sueco). Estocolmo: Liber. p. 37. 144 páginas. ISBN 9789147809028
- ↑ Lars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Lappland». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 227. 460 páginas. ISBN 9172273186
- ↑ {{Citar livro |sobrenome=Rydstedt |nome=Bjarne |coautor=Georg AnderssonTorsten BladhPer Olof KöhlerKarl-Gustaf ThorénMona Larsson |título=Land och liv 1 |idioma=sueco |local=Estocolmo |editora=Natur och kultur |ano=1987 |páginas=216 |página=191-193 |capítulo=I nordligaste Sverige |isbn=91-27-62563-X
- ↑ a b c d e Stålnacke 1999, p. 5.
- ↑ Kartcentrum (2003). «Vuollerim». Vår Sverigeguide (O nosso guia da Suécia) (em sueco). Estocolmo: Prisma. p. 129. 528 páginas. ISBN 9151841401
Bibliografia
editar
- «Kebnekaise». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo. 2018
- «Kebnekaise». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo
- «Kiruna». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo
- «Sökning arvidsjaur». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo
- Ernby, Birgitta; Gellerstam, Martin; Malmgren, Sven-Göran; Axelsson, Per; Fehrm, Thomas (2001). «Lappland». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 767. ISBN 91-7227-186-8
- Magnusson, Thomas; Sjögren, Peter A. (2004). «Lappland». Vad varje svensk bör veta (O que todos os suecos devem saber) (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1
- Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Lappland». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 553. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6
- «Lappland». Enciclopédia Norstedts (em sueco). Estocolmo: Norstedts. 2008. 1488 páginas. ISBN 9789113017136
- Oskarsson, Johan; Busk, Martin (2007). The rights to the Northern parts of Sweden – today’s battles, a historic arena (PDF). Uma: ISL. ISSN 1654-1898
- Ottosson, Mats; Åsa Ottosson (2008). «Lappland». Upplev Sverige. En guide till upplevelser i hela landet (em sueco). Estocolmo: Wahlström Widstrand. p. 446. 527 páginas. ISBN 9789146215998
- Sporrong, Ulf (2018). «Landskap». Enciclopédia Nacional Sueca (em sueco). Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo
- Stålnacke, Lena (1999). «Kort fakta». Lappland (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. ISBN 9127507513
- Wedsberg, Malin; et al. (1995). «Lappland». Sveriges landskap (Províncias da Suécia) (em sueco). Estocolmo: Almqvist & Wiksell. 64 páginas. ISBN 91-21-14445-1