Jogo da laranjinha
O jogo da laranjinha é um desporto tradicional de origem portuguesa onde se lançam bolas maiores de madeira em direcção a uma mais pequena que tem o nome de "laranjinha".[1][2][3]
História
editarA sua origem perde-se no tempo, existindo no entanto registos que apontam para o facto de já ser conhecido nos séculos XV e XVI, em que era jogado apenas entre-muros palacianos.[4] Nos séculos posteriores tornou-se um jogo popular, especialmente na primeira metade do século XX, onde teve grande implementação em Lisboa e arredores, sendo muitas vezes associado às tabernas e carvoarias, onde era massivamente jogado[5][6][nota 1].
O Jogo
editarA laranjinha é jogada num recinto rectangular aberto no chão, ladeado por tabelas de madeira, com topos (cabeceiras) de cortiça, e pavimento feito com uma mistura de areia e caliça. A meio das tabelas laterais são fixadas duas peças metálicas que dão pelo nome de "policia" ou "garrafinha". Para se jogar utiliza-se uma bola pequena, a "laranjinha", e seis bolas grandes de madeira maciça, sendo o objectivo acertar a "laranjinha" com as bolas grandes, acumulando um total de 31 pontos.[7]
É um jogo de destreza e pontaria, exclusivamente masculino,[5] sendo cada equipa, as "caixas", constituída geralmente por três jogadores, possuindo cada uma posições relativas no lançamento e uma bola de madeira.[6]
Notas
- ↑ O jogo da laranjinha, é referido e considerado por muitos autores como tendo sido criado em Lisboa e ter tido a sua expansão exclusivamente em Lisboa e arredores, mas tal é falso pois, apesar de não ser tão conhecido e divulgado fora dessa região, o mesmo teve origem palaciana e foi jogado por Portugal afora[4][6]
Referências
- ↑ «O jogo da "Laranjinha"». Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. Consultado em 20 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 4 de março de 2016
- ↑ Marta Martins Silva (16 de maio de 2010). «As vilas e os pátios que Lisboa esconde». Correio da Manhã. Consultado em 20 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 21 de dezembro de 2010
- ↑ Luís Osório (25 de setembro de 2012). «A história que Lula da Silva nunca esquecerá». Jornal Sol. Consultado em 20 de janeiro de 2013
- ↑ a b Gameiro 2010, pp. 114
- ↑ a b Cordeiro 1990
- ↑ a b c «Tabernas». Jagoz.com. Consultado em 20 de janeiro de 2013[ligação inativa]
- ↑ «As regras da "Laranjinha"». Sociedade Musical e Desportiva de Caneças. Consultado em 20 de janeiro de 2013[ligação inativa]
- Bibliografia
- Gameiro, José (2010). Subsídios para a História de Salvaterra de Magos, Séc.XII – Séc. XVIII, I Parte. Salvaterra de Magos: EDA. 133 páginas
- Cordeiro, Graça Índias (1990). Sociabilidade e associativismo popular em Lisboa. alguns elementos para a identificação de um terreno urbano. IN: Colóquio viver na cidade. Lisboa: LNEC/ISCTE. p. 133-137
- Joaquim, Garcia (1997). Jogos tradicionais. de geração em geração. 2. IN: ELO associativo. Lisboa: Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. p. 9-10
- Florbela, Gomes (1998). Os 31 de Santo Amaro. o associativismo e o jogo da laranjinha. 4. IN: ELO associativo. [S.l.]: Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. p. 25
- Vários (2006). Sporting União Fonte Santense. IN: Colectividades de Lisboa - Freguesia dos Prazeres. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Gabinete de Apoio às Colectividades e Casas Regionais. p. 91-97
- Vários (2006). Clube Recreativo e Musical 6 de Setembro. IN: Colectividades de Lisboa - Freguesia dos Prazeres. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Gabinete de Apoio às Colectividades e Casas Regionais. p. 53-59
- Indias, Graça (1989), "Jogo, sociabilidade, cultura: o ritual da laranjinha em Lisboa", IN: Estudos em homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira, p. 281-303.