Latino-americanos (em castelhano: latinoamericanos, em francês: latino-américains) são uma variante do Grupo Linguístico dos Latinos, que refere-se aos descendentes dos povos europeus oriundos dos países da Europa latina e que imigraram para as Américas, levando com eles escravos negros africanos que fazem, hoje, o grupo étnico dos afro-descendentes ou afro-americanos (vide Jamaica e Haiti)[2] além da população indígena das Américas (também conhecida como nativo-americana; vide grupo étnico dos ameríndios e indígenas). Houve uma grande miscigenação dos povos da América latina datada nos últimos cinco séculos, resultado de processos de colonização e ondas migratórias.

Latino-americanos
População total

680 000 000 (2018)[1]

Regiões com população significativa
Línguas
Português Brasileiro, Espanhol, Francês, Qúichua, Aimará, Guarani
Religiões
Cristianismo (a maioria católica), religiões ameríndias e de matriz africana
Grupos étnicos relacionados
afro-latino-americanos,americanos, centro-americanos, norte-americanos, ameríndios, hispânicos e latino-americanos, ibero-americanos, hispano-americanos, sul-americanos, europeus, africanos, antilhanos e caribenhos
Che Guevara, que após viajar pela América Latina, participou da revolução cubana.
Latino-americanos

A América Latina tem as maiores diásporas de espanhóis, portugueses, africanos, italianos, libaneses, árabes e japoneses do mundo.[3][4][5] A região também possui grande população de alemães (a segunda maior depois dos Estados Unidos),[6] franceses, chineses e judeus. Em menor grau, há presença de suíços, suecos, coreanos, indianos, turcos, gregos, palestinos, israelitas, finlandeses e islandeses. Houve boa assimilação destas etnias.

A composição étnica e/ou racial de cada país varia: muitos têm uma predominância de população cafuza; noutros, os ameríndios são maioria; em alguns países há mais pessoas de ascendência europeia e em outros há o predomínio de população Negra. O Brasil é um caso à parte, pois seus habitantes têm um grau de miscigenação de povos indígenas, africanos, europeus e asiáticos, algumas regiões com mais predomínio de certa miscigenação que outras, e algumas com mesmo grau de miscigenação para estes três grupos.[7]

Nos Estados Unidos

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Nos Estados Unidos, Latino é uma das classificações sociorraciais usadas pelo censo, sendo análoga a um grupo racial. Tal decisão foi bastante criticada desde 1994, quatro anos antes de entrar em vigor.[8] Atualmente, os latinos são uma das maiores minorias da população estadunidense, porém há uma certa dificuldade em se classificar alguém como latino-americano, principalmente quando esta pessoa apresenta aparência física diferente do estereótipo padrão, que é o de que os latino-americanos são pessoas miscigenadas, de pele morena, cabelo preto e muitos traços africanos e indígenas, devido ao alto grau de miscigenação ocorrido na América Latina através dos séculos.

Para alguns estadunidenses, no entanto, isso não é muito bem compreendido, uma vez que a sociedade estadunidense historicamente teve índices de miscigenação baixos e uma parte muito pequena dos estadunidenses (não-latino-americanos) atuais descende de ameríndios. Isso é demonstrado no cinema em filmes contemporâneos, tais como The Pest (comédia) e Crash (drama), que chegam a ironizar o fato de que alguns latino-americanos ora são vistos como brancos, ora como negros, e ora como um grupo à parte.[9] Por vezes, os catalães são considerados hispânicos nos Estados Unidos.[10]

Ver também

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Referências

  1. "World Population prospects – Population division". Population.un.org. United Nations Department of Economic and Social Affairs, Population Division. Acessado em 9 de novembro de 2019.
  2. Lizcano Fernández, Francisco (maio–agosto de 2005). «Composición Étnica de las Tres Áreas Culturales del Continente Americano al Comienzo del Siglo XXI» (PDF). Mexico: [ [Universidad Autónoma del Estado de México]], Centro de Investigación en Ciencias Sociales y Humanidades. Convergencia (em espanhol). 38: 185–232, esp. 218. ISSN 1405-1435. Arquivado do original (PDF) em 20 de setembro de 2008 
  3. Pozzetta, George E; Ramirez, Bruno; Harney, Robert F (1992), The Italian Diaspora: Migration across the Globe, Toronto: Multicultural History Society of Ontario .
  4. King, Russell (1 de janeiro de 1978). «Report: The Italian Diaspora». Area. 10 (5): 386–86 
  5. «Fact Sheet 3. Brazil - the Country and its People» (PDF). Schools' Pack, Brazil. 2009. Arquivado do original (PDF) em 26 de dezembro de 2011 
  6. Wilhelm Bleek (2003). «Auslandsdeutsche» [Germans abroad] (em alemão). German Federal Agency for Civic Education. Arquivado do original em 10 de março de 2011 
  7. «América Latina». Monografias 
  8. Anpocs .
  9. Uol, 31 de janeiro de 2008 .
  10. I'm white in Barcelona but in Los Angeles I'm Hispanic?