Laura Russo

Bibliotecária brasileira

Laura Garcia Moreno Russo (Rio de Janeiro, RJ, 20 de fevereiro de 1915 - São Paulo, SP, 30 de abril de 2001) foi uma bibliotecária brasileira que exerceu um papel fundamental na elaboração e aprovação da legislação do bibliotecário no Brasil[1].

Laura Russo
Nome completo Laura Garcia Moreno Russo
Nascimento 20 de fevereiro de 1915
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Morte 30 de abril de 2001 (86 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Nacionalidade brasileira
Ocupação Bibliotecária

Laura Russo foi uma das responsáveis pela regulamentação da profissão no final da década de 1950 e também pela fundação da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários (FEBAB), sendo sua primeira presidente. Presidiu também o Conselho Federal de Biblioteconomia (1966-1968). Como bibliotecária, trabalhou na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na Academia Paulista de Letras e foi diretora da Biblioteca Mário de Andrade.

Educação

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Laura Russo se formou em 1942 em Biblioteconomia pela Escola Livre de Sociologia e Política (atual Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), e em Documentação pela mesma instituição em 1959[2].

Em 1954, realizou o curso de Formação Profissional de Professor na Escola Normal Dr. Veiga Filho, em São Paulo.

Estudou biblioteconomia na Biblioteca Nacional de Madrid, recebendo em 1958, o título de mestre em Biblioteconomia e Arquivística.

Realizou cursos de especialização em biblioteconomia nos Estados Unidos na década de 1960. Em 1975, se formou um Direito pela Universidade de São Paulo[3].

Carreira

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Trabalhou como bibliotecária na Santa Casa da Misericórdia de São Paulo entre 1942 e 1950, passando a atuar de 1950 a 1952 como bibliotecária da Primeira Clínica Cirúrgica de Mulheres. Em 1947, recebeu um prêmio da Associação Paulista de Bibliotecários, pelo seu trabalho em bibliotecas hospitalares. Em 1951, fundou a Biblioteca Circulante Prof. Celestino Bourroul para pacientes da Santa Casa[2].

Trabalhou como bibliotecária na Prefeitura de São Paulo, atuando de 1942 a 1959 na seção de Aquisição e Registro da Biblioteca Mário de Andrade. De 1959 a 1961 foi Bibliotecária Chefe da seção de Psicologia Infantil na Biblioteca Monteiro Lobato, retornando como Bibliotecária Chefe da seção de Aquisição e Registro da Biblioteca Mario de Andrade entre 1961 e 1968, e, finalmente, agindo como Diretora da Biblioteca Mário de Andrade em 1968[2].

Entre 1955 e 1957, trabalhou como bibliotecária da Casa Cervantes (atual Centro Universitário Ibero-Americano), recebendo em 1957 uma homenagem e placa de prata da instituição.

Participação em associações profissionais

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Em 1959 foi fundada a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários - FEBAB a partir de uma proposta apresentada por Laura Russo e Rodolfo Rocha Júnior no II Congresso de Biblioteconomia e Documentação em Salvador. Em 1961, Laura Russo foi eleita a primeira diretora da FEBAB[3][4].

Russo editou o Boletim Informativo FEBAB entre 1961 e 1970, e a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação de 1973 a 1977.

Em 1966, Russo participou da criação do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) e os Conselhos Regionais, presidindo a primeira gestão do CFB[5].

Regulamentação da profissão

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Russo redigiu com o auxílio de Maria Helena Brandão o documento que viria a ser transformado em projeto de lei e, posteriormente na Lei 4.084/62, dispondo sobre a profissão de bibliotecário e regulamentando seu exercício.

Fundamentalmente, o objetivo era a criação de uma reserva de mercado, garantindo que apenas os graduados em Biblioteconomia pudessem exercer a profissão. Como efeito colateral, esperava-se alcançar uma maior visibilidade e respeito profissional.[6]

Ainda em 1962, recebe homenagem e placa de prata da Associação Paulista de Bibliotecários pelo trabalho desenvolvido para a regulamentação da profissão.[2]

Código de ética do bibliotecário

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Laura Russo elaborou a primeira versão do Código de Ética Profissional do Bibliotecário em 1961. Em 1963, o Código de Ética Profissional foi aprovado com poucas no IV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, sob responsabilidade da FEBAB[7][8].

Em 1966, o Código de Ética passa a ter status de lei, sendo agora responsabilidade do CFB, que tem como objetivo maior a fiscalização do exercício e da ética profissional[7][9].

Prêmio Laura Russo

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Como homenagem a sua atuação profissional, o Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo (CRB-8) criou em 1998 o Prêmio Laura Russo, que tem como objetivo reconhecer as iniciativas culturais e de incentivo ao uso da biblioteca e estímulo à leitura em São Paulo[1].

Publicações notáveis

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  • RUSSO, Laura Garcia Moreno. A biblioteconomia brasileira, 1915-1965. Instituto National do Livro, 1966.

Ligações externas

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Lei n. 4.084/62 que regulamenta o exercício da profissão de bibliotecário

Bibliografia

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  1. a b Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo-8a região. (2011). Biblioteconomia Paulista: construindo caminhos. São Paulo: Guanabara Koogan Ltda. ISBN 978-85-277-1890-5 
  2. a b c d Processo no. 1865 de 1991. São Paulo: Câmara Municipal de São Paulo. Seção do Protocolo. 1991 
  3. a b «Entrevista - Laura Garcia Moreno Russo». Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação. 17 (1/2): 93-97. 1984 
  4. Allen., Kent, (1972). Encyclopedia of library and information science. New York: Dekker. ISBN 082472108X. OCLC 58646567 
  5. «O CFB – Conselho Federal de Biblioteconomia». www.cfb.org.br. Consultado em 29 de outubro de 2018 
  6. Guilarducci, Daniel (2015). «lBIBLIOTECONOMIA: 50 ANOS DE REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO». Revista da ABDF 
  7. a b Mariza., Russo, (2010). Fundamentos em biblioteconomia e ciência da informação. Rio de Janeiro (RJ): E-papers. ISBN 9788576502623. OCLC 817261608 
  8. Cuartas, Enriqueta Graciela D.; Pessoa, Maria Lucia de Moura da Veiga; Costa, Cosme Guimarães da (2003). «Código de ética profissional do bibliotecário: 15 anos depois». Biblos 
  9. Job, Ivone; Oliveira, Dalgiza Andrade (2006). «MARCOS HISTÓRICOS E LEGAIS DO DESENVOLVIMENTO DA PROFISSÃO DE BIBLIOTECÁRIO NO BRASIL» (PDF). Revista ACB. 11 (2): 259-272