Leónidas II (português europeu) ou Leônidas II (português brasileiro) (ca. 310 a.C.235 a.C.) foi um rei de Esparta da casa dos Ágidas, entre 254 a.C. e 235 a.C.. Foi o sucessor de Areu II, do qual era guardião.[1] Ele opôs-se às tentativas de reforma levadas a cabo pelo outro rei espartano, o euripôntida Ágis IV.

Leónidas II
Leónidas II
Nascimento 315 a.C.
Morte 235 a.C.
Cidadania Esparta
Progenitores
Cônjuge Cratesicleia
Filho(a)(s) Quilônis, Cleômenes III, Euclidas
Ocupação governante

Família

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Cleônimo, seu pai, ficou furioso por ter sido preterido ao trono por seu sobrinho Areu I, e, para pacificá-lo, os éforos deram-lhe várias honras, como o comando do exército.[2] Apesar de ter ganho o comando do exército, ele cometeu atos contra Esparta, trazendo Pirro, rei do Epiro, para invadir a Lacônia.[2]

Ascensão

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Acrótato I, filho de Areu I, morreu em Megalópolis, lutando contra o tirano Aristodemo, deixando sua mulher grávida.[3] Leônidas tornou-se regente e guardião da criança,[3] e quando Areu II morreu de doença aos oito anos de idade,[4] Leônidas tornou-se rei.[1][3]

Durante o reinado de Ágis IV e Leônidas II em Esparta,[Nota 1] devido a um conflito entre os reis, o éforo Lisandro decidiu derrubar Leônidas, baseado em uma lei antiga que proibia qualquer descendente de Héracles de ter filhos com mulheres estrangeiras.[5]

Havia uma tradição espartana: a cada nove anos, em uma noite clara e sem lua, os éforos observavam o céu, e uma estrela cadente era o sinal de que os reis haviam pecado contra os deuses, e seriam suspensos como reis até que o Oráculo de Delfos os pronunciassem inocentes.[6]

Lisandro disse que havia observado a estrela cadente, e arrumou testemunhas de que Leônidas tinha dois filhos com uma mulher que havia sido dada a ele pelos generais de Seleuco, e que só havia retornado para Esparta porque ela não gostava dele[7] Neste momento surge Cleômbroto II, genro de Leônidas, que foi convencido por Lisandro para assumir o reinado, pois ele também era da linhagem real.[8]

Leônidas vai o tempo de Atena Chalkioikos como suplicante, e a ele junta-se sua filha Quilônis; como Leônidas não foi a julgamento, ele foi deposto e Cleômbroto tornou-se rei.[8]

Exílio

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Quando Leônidas estava indo para o exílio em Tégea,[9] Agesilau, tio materno de Ágis IV,[10] enviou uma tropa para matar Leônidas, mas Ágis enviou outra, que protegeu e levou Leônidas em segurança, garantindo que a deposição de Leônidas fosse feita sem derramamento de sangue.[9] Sua filha Quilônis, esposa de Cleômbroto, o acompanhou no exílio.[11]

Retorno

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Agesilau, que se tornou um éforo, cometeu vários atos de injustiça,[12] o que levou os seus inimigos a trazerem de volta Leônidas.[13] Agesilau escapou, graças a seu filho Hippomedon, que era amado pelos cidadãos por causa de seu valor, mas os reis se tornaram suplicantes; Ágis no altar de Atena Chalkioikos e Cleômbroto no altar de Posidão.[14]

Leônidas estava disposto a matar seu genro Cleômbroto,[14] porém ficou comovido com o discurso de sua filha Quilônis,[15] condenando-o ao exílio.[15] Quilônis, apesar dos apelos do pai, acompanhou o marido no exílio, levando seus dois filhos menores.[16]

Sucessão

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Ele foi sucedido por seu filho Cleômenes III,[17] cuja mãe de chamava Cratesicleia.[18] Cleômenes III, por ordem de Leônidas II, se casou com Agiatis, a viúva de Ágis IV, rei euripôntida.[17] Cratesicleia, para ajudar o filho quando este passou a reinar, se casou de novo com um cidadão de influência.[18] Cleômenes III,[19] seus dois filhos com Agiatis, sua mãe Cratesicleia e as esposas e filhos dos seus companheiros foram mortos no Egito durante o reinado de Ptolemeu IV Filopátor.[20]

Ver também

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Árvore genealógica baseada em Políbio, Plutarco e Pausânias (geógrafo), com uma extrapolação (os textos não dizem se Cratesicleia foi a mãe de Quilônis):

Cleômenes II
Acrótato
Cleônimo (pai de Leônidas II)
Areu I
Leónidas II
Cratesicleia
Acrótato
Cleômenes III
Quilônis
Cleômbroto II
Areu II
Agesípolis
Cleômenes
Agesípolis III

Precedido por
Areu II
Rei de Esparta (Ágida)
254 a.C.235 a.C.
Sucedido por
Cleómenes III

Notas e referências

Notas

  1. O regime político na Esparta clássica era uma diarquia, com um conselho de cinco éforos que tinham poderes supremos, além de um senado (a Gerúsia)

Referências

  1. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 3.6.7
  2. a b Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 3.6.3
  3. a b c Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 3.5. Plutarco não menciona o nome da criança
  4. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 3.6.6
  5. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 11.2
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 11.3
  7. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 11.4
  8. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 11.5
  9. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 12.4
  10. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 6.3
  11. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 17.1
  12. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 16.1
  13. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 16.2
  14. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 16.3
  15. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 18.1
  16. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Ágis, 18.2
  17. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Cleômenes, 1.1
  18. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Cleômenes, 6.1
  19. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Cleômenes, 37.6
  20. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Cleômenes, 38.2
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