Le Moustier é um sítio arqueológico de época paleolítica situado no município de Peyzac-le-Moustier no departamento da Dordonha, a sudoeste da França. Foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, fazendo parte do lugar "Grutas decoradas do vale do Vézère" com o código 85-014.

Grutas decoradas do vale do Vézère 

Abrigo superior de Le Moustier, sítio epônimo do Musteriense.

Critérios i, iii
Referência 85 en fr es
País França
Coordenadas Europa
Histórico de inscrição
Inscrição 1979

Nome usado na lista do Património Mundial

É composto por um abrigo rochoso dividido em duas partes: o abrigo superior, que é o que dá nome à indústria lítica musteriense, e o inferior, que se abre uma quinzena de metros mais embaixo na mesma falésia, no nível atual do vale do Vézère.

Abrigo superior ou abrigo clássico de Moustier

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As primeiras pesquisas neste abrigo foram realizadas por Édouard Lartet e Henry Christy em 1860. Descobriram uma indústria lítica que foi chamada Moustiérien e depois Moustérien (Musteriense) por Gabriel de Mortillet. Também empreenderam escavações M. Bourlon. O. Hauser e Denis Peyrony.

Os trabalhos deste último, publicados em 1930, são os mais precisos. O abrigo está hoje completamente vazio, mas a sua sequência incluía do Musteriense o típico, do Musteriense de Tradição Acheulense e de Aurignaciano.

Abrigo inferior de Moustier

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Os primeiros trabalhos relacionados ao abrigo inferior foram os de O. Hauser em 1907. Sacaram à luz, em 1909, um esqueleto de um Homem-de-neandertal em condições deploráveis: os restos humanos foram várias vezes exumados e depois enterrados ante diferentes cientistas, crendo cada vez ser as primeiras testemunhas da descoberta. Depois foi vendido ao Museu de Berlim. Destruído o esqueleto em finais da Segunda Guerra Mundial, atualmente, somente se conserva o crânio fossilizado alcumado "Le Moustier". Tem uma antiguidade estimada de 45 mil anos. As suas características são uma cavidade nasal ampla e um arco supraorbital e coque occipital menos marcados que em outros exemplos de neandertais, mas isto reflete que este indivíduo era jovem quando faleceu; daí que o arco superciliar não estivesse completamente formado.

D. Peyrony empreendeu também trabalhos a partir de 1910. Descobriu o esqueleto de uma criança neandertal, armazenado-o no Museu de Eyzies, mas caiu no esquecimento até a sua redescoberta e estudo por B. Maureille em 2002.

 
Abrigo inferior de Moustier

A sequência do abrigo inferior é do Musteriense típico, do Musteriense de Tradição Acheulense, do Musteriense a denticulados, de Châtelperroniense e de Aurignaciano. As indústrias musterienses deste sítio foram utilizadas por François Bordes e M. Bourgon para provar o seu método tipológico.

Em 1969, com motivo o congresso do INQUA, H. Laville e J.-Ph. Rigaud procederam a uma renovação da testemunha estratigráfica (cujo moldado é ainda visível in situ) e precisaram as observações estratigráficas de Peyrony.

Numerosas datas radiométricas foram realizadas sobre esta sequência, por termoluminescência e por RPE. Abrangem entre 56 e 40.000 anos antes do presente.

O local foi adquirido pelo Estado francês em 1910, por iniciativa de D. Peyrony.

Bibliografia

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  • FARIZY, C. VANDERMEERSCH, B., "Le Moustier" em Ditionnaire de la Préhistoire, sob comando de André Leroi-Gourhan, Presses universitaires de France, Paris, 1988.
  • MAUREILLE, B. "A lost Neanderthal neonate found", Nature , vol. 419, pp. 33–34, 2002.
  • VALLADAS, H., GENESTE, J.-M., JORON, J.-L. CHADELLE, J.-P., "Thermoluminescence dating of Le Moustier (Dordogne, France)", Nature, vol. 322, n° 6078, pp. 452–454, 1986.

Referências

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Le Moustier».

Ligações externas

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