Lignina

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Lignina
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS 9005-53-2
Propriedades
Fórmula molecular C9H10O2, C10H12O3, C11H14O4
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A lignina é uma macromolécula tridimensional amorfa encontrada nas plantas terrestres, associada à celulose na parede celular cuja função é de conferir rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. A lignina representa entre 18% e 35% da massa seca da parede celular dos vegetais,[1] e é a principal fonte renovável de compostos fenólicos.[2]

A lignina é formada pela polimerização dos álcoois cumarílico (ver abaixo), coniferílico e sinapílico (onde 1 ou ambos os Hs na figura foram substituídos por OCH3, respectivamente). A proporção destes três compostos resulta em diferentes tipos de lignina. A lignina da madeira de coníferas é formada pelos monômeros derivados dos álcoois coniferílico (guaiacila) e cumarílico (hidroxifenila) , enquanto na madeira de folhosas é formada pelos monômeros derivados dos álcoois sinapílico (siringila) e coniferílico (guaiacila)[3] , já a lignina das gramíneas é composta pelos monômeros derivados dos três tipos de álcoois precursores[4].

Álcool cumarílico
Álcool cumarílico


Um dos principais objetivos da fabricação de papel é reduzir o conteúdo de lignina na madeira a fim de produzir a massa de papel. Papeis com teor ainda alto de lignina (ela faz parte de 1/3 a 1/4 da massa da madeira), como o usado para papelão e jornal ficam amarelados facilmente devido a degradação desta com o ar. Assim, a lignina deve ser quase totalmente extraída antes do branqueamento do papel. Para isso, usam-se processos mecânicos e químicos, como por exemplo o processo Kraft. Os processos químicos se baseiam em aumentar a solubilidade da lignina por meio da hidrólise das suas ligações éter e de adição de grupos hidrofílicos como o sulfito aos anéis benzênicos da lignina, produzindo "licores" escuros que podem servir de fonte para outros produtos químicos, como DMSO ou combustível para as caldeiras das próprias fábricas de papel.

Para a produção de carvão vegetal são recomendados materiais com elevados teores de lignina e com maior proporção de guaiacila em relação a siringila [5], pois a lignina é termicamente mais estável que os demais componentes da parede celular vegetal e a guaiacila apresenta a possibilidade de realizar uma ligação aromática C5 que ocasiona maior polimerização[6][7].

Na nutrição humana, as lenhinas são consideradas fibras dietéticas indigeríveis. Estão presentes nas partes mais endurecidas de alguns alimentos vegetais tais como cenoura, brócolis, sementes e frutas tais como o morango.

Referências

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  1. Azadi, Pooya; Oliver R. (1 de maio de 2013). «Liquid fuels, hydrogen and chemicals from lignin: A critical review». Renewable and Sustainable Energy Reviews. 21: 506–523. doi:10.1016/j.rser.2012.12.022 
  2. Bonfatti Júnior, Eraldo Antonio (2020). «Qualidade da lignina kraft em função do agente protonador» (em inglês). doi:10.13140/RG.2.2.30204.16000. Consultado em 20 de setembro de 2022 
  3. del Río, José C.; Ana (1 de agosto de 2005). «Determining the influence of eucalypt lignin composition in paper pulp yield using Py-GC/MS». Journal of Analytical and Applied Pyrolysis. 74 (1–2): 110–115. doi:10.1016/j.jaap.2004.10.010 
  4. Barbosa, Luiz C. A.; Célia R. A. «Determinação da relação siringila/guaiacila da lignina em madeiras de eucalipto por pirólise acoplada à cromatografia gasosa e espectrometria de massas (PI CG/EM)». Química Nova. 31 (8): 2035–2041. ISSN 0100-4042. doi:10.1590/S0100-40422008000800023 
  5. Santos, Rosimeire Cavalcante dos; Angélica de Cássia Oliveira (20 de junho de 2016). «INFLUÊNCIA DAS PROPRIEDADES QUÍMICAS E DA RELAÇÃO SIRINGIL/GUAIACIL DA MADEIRA DE EUCALIPTO NA PRODUÇÃO DE CARVÃO VEGETAL». Ciência Florestal. 26 (2): 657–669. ISSN 1980-5098. doi:10.5902/1980509822765 
  6. Gutiérrez, Ana; Isabel M. (1 de março de 2006). «Chemical Characterization of Lignin and Lipid Fractions in Industrial Hemp Bast Fibers Used for Manufacturing High-Quality Paper Pulps». Journal of Agricultural and Food Chemistry. 54 (6): 2138–2144. ISSN 0021-8561. doi:10.1021/jf052935a 
  7. Araújo, Ana Clara Caxito de; Paulo Fernando. «Efeito da relação siringil/guaiacil e de fenóis derivados da lignina nas características da madeira e do carvão vegetal de Eucalyptus spp». Scientia Forestalis. 44 (110). doi:10.18671/scifor.v44n110.13