O Locobreque, é um tipo de locomotiva a vapor, dotado de uma tenaz desenvolvida para engatar num cabo de aço instalado na via e receber o esforço de tração, movimentando o conjunto de vagões em ferrovias com grande inclinação. No Brasil, foram implantadas pela São Paulo Railway (SPR), para operação na Funicular de Paranapiacaba.[1]

Locobreque
Locobreque
Locobreque nº 12 da São Paulo Railway, em Paranapiacaba, 1922.
Descrição
Propulsão Vapor
Fabricante Kerr, Stewart & Co.
Robert Stepheson & Co.
Número de série 1 a 12 - Kerr, Stewart & Co.
13 a 20 - Robert Stepheson & Co.
Modelo 0-4-0T
Ano de fabricação 1900-1901
Locomotivas fabricadas 20
Classificação Whyte 0-4-0
Características
Bitola Bitola irlandesa
1 600 mm (5,25 ft)
Comprimento 7,194 m (23,6 ft)
Largura 2,895 m (9,50 ft)
Altura 3,575 m (11,7 ft)
Peso da locomotiva 35,1 t
Tipo de combustível Carvão mineral
Performance
Esforço de tração 120 t
Sistema de freio a vácuo
Operação
Ferrovias Originais São Paulo Railway
Ferrovias que operou São Paulo Railway
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí
Local de operação São Paulo
Data de entrega 1900
Ano da entrada em serviço 1900
Ano da saída do serviço 1976
Ano de aposentadoria 1994
Unidades preservadas 13
Proprietário atual Associação Brasileira de Preservação Ferroviária
Situação 7 preservadas em Paranapiacaba. 5 em São Paulo. 1 em Jundiaí.

História

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Em 1901, a São Paulo Railway inaugurou o "Sistema Funicular Serra Nova" (também conhecidos por "Novos Planos inclinados"), com dez quilômetros de extensão e rampas de 8%, para vencer um declive de 796 metros da Serra do Mar. Era operado pelo sistema de cabos sem fim (endless rope), com cinco máquinas a vapor fixas, abrigadas em construções no alto de cada um dos cinco planos inclinados. Um sistema com 4.800 polias rotativas foi instalado entre os trilhos para manter o cabo de aço alinhado e firme.[2]

Pelo fato de o cabo não ter fim, o sistema com vagão Serra Breque utilizado na Serra Velha seria inviável, sendo substituídos pelas Locobreques. A locobreque é um veículo especial com força motriz própria, classificado como uma locomotiva a vapor, dotado de uma tenaz para engatar no cabo e receber o esforço de tração, movimentando o conjunto de vagões nas viagens na serra. Como possuíam caldeiras, sua estruturas eram fabricadas em aço, podendo assim, se movimentar pelos pátios ferroviários em segurança.

A SPR adquiriu 20 locobreques para operarar no novo sistema, sendo:

Essa pequena locomotiva tipo 0-4-0T agilizava a operação nos patamares, manobrando o conjunto de carros e vagões a ela acoplados. Todo o material rodante foi munido do eficiente sistema de frenagem contínua a vácuo, o Rapid Acting Vaccun Brake, medidas que aumentaram a confiabilidade e a segurança das operações. Por conta dessas novas tecnologias, as locomotivas manobreiras perderam muito de sua função.

 
Locobreque funcionando para turistas.

As locobreques operaram até 1976, com a decida completa da serra, inicialmente sob jurisdição inicial da São Paulo Railway (SPR), subsequentemente Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ), RFFSA, e por fim, sob jurisdição da ABPF, onde até 1994 houve passeio turístico até o 4° Patamar do Segundo Sistema. Hoje já não operam mais e algumas unidades preservadas fazem parte do Museu Tecnológico Ferroviário do Funicular, mantido pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.[4]

Ver também

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Referências

Ligações externas

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