Lottia subrugosa
Lottia subrugosa (denominada, em português, caramujo-tigela[3][4] e chapéu-chinês;[5] com a denominação geral lapa dada aos moluscos com este formato)[6] é uma espécie de molusco gastrópode marinho do oeste do oceano Atlântico, pertencente à família Lottiidae da subclasse Patellogastropoda;[2] nos séculos XIX e XX colocada na família Acmaeidae.[7][8] Foi classificada com o nome Acmaea subrugosa por Alcide Charles Victor Marie Dessalines d'Orbigny, em 1841, na obra Voyage dans l'Amérique Méridionale (le Brésil, la république orientale de l'Uruguay, la République argentine, la Patagonie, la république du Chili, la république de Bolivia, la république du Pérou), exécuté pendant les années 1826, 1827, 1828, 1829, 1830, 1831, 1832, et 1833. Volume 5 (4). Zoophytes.[2]
Lottia subrugosa Caramujo-tigela | |||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Ilustração da concha de L. subrugosa em vista superior (esquerda), lateral (centro) e inferior (direita); retirada de Manual of Conchology, Structural and Systematic (1891). Em ambientes abrigados das ondas, os indivíduos são mais achatados do que em ambientes expostos.[1]
| |||||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||||
| |||||||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Lottia subrugosa (d'Orbigny, 1841)[2] | |||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Acmaea subrugosa d'Orbigny, 1841 Collisella subrugosa (d'Orbigny, 1841) Lottia onychina Gould, 1852 (WoRMS)[2] |
Descrição da concha e hábitos
editarConcha pateliforme[9], dotada de coloração com disposição radial e irregular de faixas cinza-esbranquiçadas e castanhas; com até 3 centímetros de comprimento, quando desenvolvida; com lados convexos e ápice direcionado para a frente. Quando em vida, apenas o final toca o substrato. Vista inferiormente, em sua superfície côncava, é perceptível a presença de uma cicatriz muscular castanho-escura.[7][10][11]
É encontrada aderida em rochas, falésias, costões rochosos, arrecifes e destroços submersos, junto a cracas (Tetraclita stalactifera (Lamarck, 1818)) e bancos de mexilhões (Perna perna (Linnaeus, 1758), Mytilaster solisianus (d'Orbigny, 1842) e Brachidontes darwinianus (d'Orbigny, 1842)) da zona entremarés, em locais abrigados e expostos às ondas, alimentando-se de minúsculas algas marinhas.[1][3][4][6][7][10][12][13][14][15][16][17]
Distribuição geográfica
editarLottia subrugosa ocorre da região nordeste do Brasil (Ceará) até a costa do Uruguai, na América do Sul.[7][10][11] Esta espécie pode ser encontrada nos sambaquis brasileiros, embora pouco presente, tendo importância arqueológica desconhecida.[18]
Ligações externas
editar- Lottia subrugosa (= Collisella subrugosa) (Brasil), no Flickr, por Pei-Jan Wang.
Referências
- ↑ a b Duarte, Márcia; Millan, Cristiane Honora; Vidal, Mariana; Macedo, Marcos Samuel (2011). «Efeito do impacto das ondas sobre a morfologia da lapa Collisella subrugosa (Mollusca: Gastropoda)» (PDF). Ecologia da Mata Atlântica - Instituto de Biociências - IB - USP. pp. 1–3. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ a b c d e «Lottia subrugosa (d'Orbigny, 1841)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ a b HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 618. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
- ↑ a b SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 104. 144 páginas
- ↑ ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 11. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 19 de agosto de 2020. Arquivado do original (PDF) em 9 de junho de 2021
- ↑ a b Rubioli, Thiago; Ferreira, Clécio da Silva; Castro, Gilson Alexandre de (2017). «Variação do comprimento de Lottia subrugosa Orbigny, 1846 (Patellogastropoda, Lottiidae), associados a bancos de mexilhão em costões rochosos do Espírito Santo, Brasil» (PDF). Natureza Online 15 (1). pp. 42–49. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ a b c d RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 29. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ «Acmaeidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ Que tem forma de prato (fonte).
- ↑ a b c «Lottia subrugosa». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ a b «Lottia subrugosa» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021
- ↑ Tanaka, Marcel O.; Magalhães, Cláudia A. (2002). «Edge effects and succession dynamics in Brachidontes mussel beds (d'Orbigny, 1846)» (PDF) (em inglês). Marine Ecology Progress Series. Vol. 237 (Inter-Research Science Publisher). pp. 151–158. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ Magalhães, C.A.; Tanaka, M. O.; Duque-Estrada, T.E.M.; Hara, H. E. (1993). «Homing in Collisella subrugosa (Orbigny) - What do we know, Where do we go?» (em inglês). The Malacological Society of London (Wayback Machine). 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Tetraclita stalactifera (Lamarck, 1818)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Perna perna (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Mytilaster solisianus (d'Orbigny, 1842)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Brachidontes darwinianus (d'Orbigny, 1842)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 157. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3