Luiz Roberto Borges

Luiz Roberto Borges (São Paulo, 13 de setembro de 1942[onde?], 13 de dezembro de 1993) foi o fundador, maestro titular e diretor artístico da Sociedade Pro-Musica Sacra em maio de 1970.

Luiz Roberto Borges
Luiz Roberto Borges
Luiz Roberto Borges, década de 80, São Paulo, SP, Brasil.

Estudos

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Borges realizou estudos fundamentais de Harmonia, regência, contraponto, fuga, instrumentação, orientado por H.J.Koellreutter, Roberto Schnorrenberg, David Machado, Simone Blech, e Diogo Pacheco. Também orientou músicos como Joaquim Paulo do Espírito Santo[1], Alexandre Zilahi[2], entre outros.

Trabalhos

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Aos 22 anos, Borges tornou-se o regente mais jovem da Orquestra Sinfônica de São Paulo.[3]

De 1965 a 1969, regeu o Madrigal das Arcadas, coro criado por estudantes da Faculdade de Direito da USP (conhecida como Casa das Arcadas, situada no Largo São Francisco, São Paulo). Apresentava um repertório amplo e variado, de música sacra e profana, com peças da Idade Média e Renascença até a época contemporânea, algumas em estreia mundial. O coro participou do 1º Festival Pan-Americano de Corais de Porto Alegre, em 1970, e dos Festivais de Inverno de Ouro Preto e de Campos do Jordão, em 1970 e 1971[4]

Borges foi fundador, em 1970, de um dos grupos autônomos mais antigos de São Paulo, a Sociedade Pró-Música Sacra, que, como diz o nome, dedica-se exclusivamente ao repertório sacro nacional e estrangeiro, mas não tem vínculos com a Igreja Católica. O coral, formado por 40 pessoas entre 25 e 70 anos, foi criado em 1970 por Luiz Roberto Borges, morto no início dos anos 90.[5]

Com a Sociedade Pro-Musica Sacra desenvolveu e apresentou em salas de concerto e igrejas dezenas de obras importantes da vasta literatura coral sinfônica. Também tornou-se regente do Madrigal das Arcadas, do Movimento Villa-Lobos, na cidade de São Carlos. Ofereceu concertos com a orquestra Filarmônica de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônia Municipal, Sinfônica Jovem, e Conjunto de Metais de São Paulo. Participou da estréia em São Paulo da "Missa a quatro vozes", das "Vespro dela Beata Virgine" de Claudio Monteverdi. Teve a crédito o "Te Deum", a "Missa de Requiem", a Missa em Fá menor de Anton Bruckner, a "Missa Nelson" ("Nelsonmesse"), o oratório "A Criação do Mundo" de Joseph Haydn [6], o "Requiem" K.V.626, a "Missa da Coroação" K.V.317, a Grande Missa em Do menor K.V.427, de W.A. Mozart; a Missa em Do Maior, op. 86, e a IX Sinfonia de Beethoven; a Missa em Sol Maior de Schubert, "Ein Deutsches Requiem" op.45 de Brahms [6]; Paixões Segundo São João e São Mateus de J.S. Bach, cantatas BWV 71, 78, 80[3], 169, 170, os oratórios "Messias"[6], "Israel no Egito" de Händel, "Elias" de Mendelssohn, o "Gloria" em Ré Maior de Vivaldi[6], a rarissima e importante "Missa Solemnis" de Sigismund Neukomm; a estréia mundial da cantata "In Nativitate Domini"[6] de Amaral Vieira no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão[7]; obras de Padre José Maurício Nunes Garcia (quem ele estava estudando quando faleceu); Sinfonia n1 em Ré Menor de João Domingos Bomtempo, Serenata em Ré Maior op.11, de Brahms, etc.

Borges criou o Festival de Corais da Sociedade Pró Música Sacra em 1972, que se repetiu durante décadas[6][3][6].

Borges também regeu a Orquestra Sinfônia Municipal, a Orquestra Filarmônica de São Paulo, o Conjunto de Metais da Cidade de São Paulo [3], o Madrigal das Arcadas, entre outros.

Apresentou-se na Radio e Televisão Cultura (RTC) em 1981 participando do Especial Semana Santa, regendo o Oratório Israel no Egito, de Hãndel.[6].

Respeitado na área de canto coral, Borges também participou da banca de teste para o Coral do Estado de São Paulo, junto com outros músicos célebres, como a cantora Martha Herr e o maestro Roberto Schnorremberg. Neste ano de 1981, houve uma polêmica ligada à decisão final que aparentemente não levou em conta o resultado da banca.[3].

Profissão e hobbies

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Enquanto desenvolvia sua carreira de músico, trabalhou como advogado na Villares, na "Danneman, Siemsen, Felsberg e Borges", sendo também membro do Comitê de Legislação da Câmara Americana de Comércio para o Brasil.[3]<ref>O Estado de S. Paulo 14 de março de 1987 p.18.</ref>[3]. Foi especializado em questões internacionais ligadas a marcas e patentes, escrevendo artigos sobre o assunto.[3]. Foi vice-presidente da Associação Brasileira de Propriedade Industrial[8] até o ano de seu falecimento.[9].

Foi também considerado um dos melhores enxadristas brasileiros da década de 60 e 70 [10], participando de vários torneios de nível nacional e paulistano[3] e tendo sido campeão do Estado de São Paulo.[3] Em 28 de março de 1994 foi criado pelo Clube Atlético Paulistano o Torneio Memorial Luiz Roberto Borges, em sua homenagem.[3][3]

Prêmios

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Em 1991 seu coral Pró-Música Sacra ganhou o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Melhor Conjunto Coral, e Regente Coral pela execução da gigantesca Missa em Si menor, BWV 232, de J.S.Bach no Memorial da America Latina[11] em 1990.[12]

Reconhecimento

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Logo após sua morte em 1993, em sua homenagem, deu-se o nome de Maestro Luiz Roberto Borges a uma rua em São Paulo: Rua Maestro Luiz Roberto Borges[13].

Referências

  1. «Maestro Espírito Santo». saintsprit.blogspot.com. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  2. «Fábrica de Arranjos - arranjo - arranjo coral - arranjo vocal - arranjos para coral - Alexandre Zilahi - Canto Coral - Coral infantil - coral - cursos». www.zilahi.com.br. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  3. a b c d e f g h i j k l «O Estado de S. Paulo - Acervo Estadão». Acervo. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  4. «Madrigal das Arcadas. BRASIL-EUROPA 116 (2008:6). A.A.BISPO». www.revista.brasil-europa.eu. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  5. Quinelato, Enedina (11 de Abril de 1999). Independentes Resistem sem Estrutura. [ligação inativa] Folha de S.Paulo.
  6. a b c d e f g h «Folha de S.Paulo: Notícias, Imagens, Vídeos e Entrevistas». Folha de S.Paulo. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  7. «Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão». web.archive.org. 25 de mar. de 2013. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  8. «ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual». abpi. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  9. O Estado de S. Paulo 19/12/1993,P.c9.s
  10. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome acervo.estadao.com.br
  11. «Memorial da América Latina - Página inicial». Memorial da América Latina. Consultado em 8 de mar. de 2023 
  12. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome ReferenceB
  13. «Google Maps». Google Maps. Consultado em 8 de mar. de 2023