Márcia Kambeba
Márcia Vieira da Silva, conhecida pelo nome artístico de Márcia Wayna Kambeba (Benjamin Constant[nota 1], 1979) é uma poeta e geógrafa brasileira[1][2].
Márcia Kambeba | |
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Nascimento | Márcia Vieira da Silva 1979 Tabatinga |
Residência | Belém |
Cidadania | Brasil |
Etnia | Cambebas |
Alma mater | |
Ocupação | poeta, geógrafa |
Página oficial | |
https://www.recantodasletras.com.br/autores/marciakambeba | |
Biografia
editarDe etnia Omágua/Kambeba, nasceu numa aldeia ticuna, na localidade de Belém do Solimões, atualmente no município de Tabatinga, onde viveu até os oito anos de idade, quando se mudou com a família para São Paulo de Olivença. Sua avó Assunta era professora na aldeia em que nasceu, e foi quem a iniciou na poesia, interesse que seria reforçado pela diretora de sua primeira escola, em São Paulo de Olivença, e outra das suas maiores influências, "Tia Sueli".[3] Graduou-se em Geografia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Fez o mestrado na Universidade Federal do Amazonas e pesquisa o território e identidade da sua etnia[4][5].
Como poeta, adotou o nome indígena Wayna[6]. Sua poesia mostra semelhanças com a literatura de cordel e reflete a violência contra os povos indígenas e os conflitos trazidos pela vida na cidade[7].
Em 2020 se candidatou ao cargo de vereadora pela cidade de Belém, pelo PSOL. Não conseguiu ser eleita, mas com a vitória de Edmilson Rodrigues, do mesmo partido, foi nomeada no ano seguinte como Ouvidora Geral da capital paraense, compondo o secretariado do novo prefeito, se tornando a primeira pessoa indígena em um posto de primeiro escalão da cidade. Na posição, de representação das demandas da população perante a Prefeitura, a atual ouvidora conta com o auxílio de dez colaboradores, sendo metade deles também indígenas.[8]
Vida pessoal
editarMárcia Kambeba tem um filho chamado Carlos.[9] Ele é diagnosticado com autismo e faz ilustrações em seus livros. Os dois trabalharam juntos na obra Kumiça Jenó: Narrativas Poéticas dos Seres da Floresta, lançada em 2021.[10]
Obra literária
editarNotas
Referências
- ↑ «Márcia Kambeba». Recanto das Letras. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ Aun, Heloisa (18 de abril de 2017). «A poeta indígena que luta pelos direitos da mulher nas aldeias». Catraca Livre. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «Arte fora dos centros - Neta de boto, Márcia Kambeba é a primeira indígena na prefeitura de Belém». www.uol.com.br. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «Por que a violência contra mulheres indígenas é tão difícil de ser combatida no Brasil». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ Lacerda, Flávio (25 de janeiro de 2018). «Mestre em geografia, indígena palestra, conta histórias e canta para conscientizar mulheres na Amazônia». Agência de Notícias CEUB. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «Escritora indígena do Alto Solimões lança livro sobre preconceitos». EBC Rádios. 25 de junho de 2015. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ Mandagará, Pedro (31 de maio de 2018). «Uma forma de ver as literaturas das mulheres indígenas». Suplemento Pernambuco. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ Belém, Agência. «Ouvidoria: espaço para a voz do povo». Agência Belém de Notícias. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «#FamíliaAfetiva: ADPEP-PA conta a história de uma indígena casada com um não indígena». Anadep. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ «Introvertendo 207 - Autismo e os Povos Indígenas». Introvertendo. 8 de abril de 2022. Consultado em 3 de abril de 2023
- ↑ PERES, Julie Stefane Dorrico. A leitura da literatura indígena para uma cartografia contemporânea. Revista Igarapé, Porto Velho (RO), v.5, n.2, p. 107-137, 2018. p. 132
- ↑ «Saberes da Floresta». Editora Jandaíra. Consultado em 28 de setembro de 2022