Mãe Bárbara de Cajaíba
Maria Balbina dos Santos (n. Covoada, 3 de dezembro de 1973), também conhecida como Mãe Bárbara de Cajaíba ou Mametu Cafurengá[1] (Mam’etu Kafurengá), é uma sacerdotisa baiana filiada ao Candomblé Banto. Tem ativa atuação política na região onde vive, não só como liderança a frente da Comunidade de Terreiro do Campo Bantu-Indígena Caxuté como mameto-de-inquice, mas também como representante dos direitos das mulheres e dos adeptos de práticas religiosas de matriz africana.
Maria Balbina dos Santos | |
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Foto antiga de Bárbara | |
Nascimento | 3 de dezembro de 1973 Covoada, BA, Brasil |
Religião | Candomblé Banto |
Vida
editarMaria nasceu em 3 de dezembro de 1973 no povoado de Covoada, em Água Sumida, que hoje faz parte do município de Presidente Tancredo Neves. É filha dos lavradores Alzira Félix dos Santos, dita Mametu Odemina, e Elpídio Luis dos Santos, e mãe biológica de Heráclito dos Santos Barbosa.[2] Iniciou seus estudos no distrito de Serra Grande, onde frequentou a escola primária João Alves. Em seguida, estudou no Colégio Polivalente, no município de Mutuípe, e então no Colégio Estadual Gentil Paraíso Martins, em Valença.[3] Aos nove anos, em decorrência de problemas de saúde e problemas familiares oriundos de um relacionamento extra conjugal de seu pai, abandonou a escola e entrou em contato com o candomblé através do Terreiro de Mãe Mina. Retomou seus estudos alguns anos depois, quando participou do curso supletivo na Escola Manoel Marques, em Maricoabo, e então fez seu ensino médio no Colégio Estadual Gentil Paraíso Martins no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2013/14, entrou no curso de pedagogia no Instituto de Educação Social Tecnológico (IESTE) de Valença, concluindo sua formação em 2017.[4]
Em sua vida religiosa, ocupa a posição de mameto-de-inquice na Comunidade de Terreiro do Campo Bantu-Indígena Caxuté, mais conhecida somente como Terreiro Caxuté.[4][5] Em 7 de setembro de 2007, num evento chamado Revolta de Búzios, foi eleita rainha negra de Valença.[6] Em 2009, fundou a Associação Religiosa e Cultural Terreiro Caxuté Tempo Marvila Senzala do Dendê (ACULTEMA). [4] Em 2012, por ocasião da 3.ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, foi eleita delegada representante do eixo religioso de matriz africana.[7][8] Entre 2012 e 2016, foi nomeada coordenadora municipal em Valença em nome da Federação Nacional do Culto Afrobrasileiro (FENACAB).[9] É idealizadora da Pedagogia do Terreiro e fundadora da Primeira Escola de Religião e Cultura de Matriz Africana do Baixo Sul da Bahia, na qual é diretora.[4] Em 2017, em parceria com o Instituto de Design e Inovação (INDI), inaugurou o Museu da Costa do Dendê.[10]
Referências
- ↑ Ribeiro 2019.
- ↑ Barbosa 2019, p. 77.
- ↑ Barbosa 2019, p. 78-79.
- ↑ a b c d Barbosa 2019, p. 79.
- ↑ Givini 2019, p. 3.
- ↑ Nascimento 2019, p. 23; 32.
- ↑ ACE 2012.
- ↑ UPB 2012.
- ↑ FENACAB 2012.
- ↑ Design Dialógico 2017.
Bibliografia
editar- «III Conferência Estadual de Políticas Públicas Para as Mulheres - Território do Baixo Sul elegeu 7 delegadas que representarão em Brasília múltiplos interesses». ACE - Associação Comercial e Empresarial de Valença. 2012. Cópia arquivada em 24 de julho de 2021
- Barbosa, Heráclito dos Santos (2019). Candomblé Bantu-Indígena da Bahia: organização sociorreligiosa e relação global da Comunidade Caxuté na Costa do Dendê. Cachoeira: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Artes, Humanidades e Letras
- «Inauguração Museu da Costa do Dendê». Design Dialógico. 2017
- «Coordenação». Consultado em 18 de maio de 2012. Arquivado do original em 22 de janeiro de 2013
- Givini, Ana Cristina N. (2019). «Mulheres que Nascem do Barro: O Legado de Candomblé e a Filosofia de Suma Qamaña na Construção do Território-Caxuté». Cadernos Macambira. 4 (2). ISSN 2525-6580
- Nascimento, Francisco Cruz do (2019). A Pedagogia de Terreiro na Luta por Direitos. Itabuna: Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Jorge Amado, Instituto de Humanidades, Artes e Ciências - IHAC
- «Valença é destaque na 3.ª Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres». UPB - União dos Municípios da Bahia. 2012. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2012
- Ribeiro, Denize de Almeida (2019). «Feminismo Negro e as Mulheres de Axé» (PDF). XX REDOR - Encontro da Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Relações de Gênero