Altamira Cecília dos Santos
Altamira Cecília dos Santos, mais conhecida somente como Mãe Tatá Oxum Tomilá (Salvador, 1923 - Salvador, 7 de dezembro de 2019), filha legítima de Maria Deolinda dos Santos, foi a oitava ialorixá do Candomblé Queto da Casa Branca do Engenho Velho auxiliada pela iaquequerê Juliana da Silva Baraúna e Otum, iaquequerê, iatebexê e iaodé, Areonite da Conceição Chagas. Morreu de causas naturais em dezembro de 2019, aos 96 anos, em sua casa.
Altamira Cecília dos Santos | |
---|---|
Altamira em seu terreiro
| |
Nascimento | 1923 Salvador |
Morte | 7 de dezembro de 2019 (96 anos) Salvador, BA, Brasil |
Causa da morte | Causas naturais |
Progenitores | Mãe: Maria Deolinda dos Santos |
Cargo | 8.ª ialorixá do Casa Branca do Engenho Velho |
Vida
editarAltamira Cecília dos Santos nasceu em 1923 em Salvador, na Bahia, e era filha legítima de Maria Deolinda dos Santos, a dita Papai Oquê.[1] Com o desaparecimento de Marieta Vitória Cardoso, a dita Mãe Niquê,[1] a sucedeu em 1985 como a oitava ialorixá do terreiro Casa Branca do Engenho Velho, o mais antigo de Salvador.[2] Na função, era auxiliada pela iaquequerê Juliana da Silva Baraúna e a otum, iaquequerê, iatebexê e iaodé Areonite da Conceição Chagas, a Mãe Nitinha de Oxum.[3] Altamira é reconhecida como uma das maiores lideranças do candomblé da Bahia[1] e foi sob sua gestão que o terreiro passou por reformas estruturais e em 1986, foi o primeiro monumento da cultura negra a ser reconhecido como Patrimônio Histórico do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).[2] Em 2014, foi homenageada por Ana Rita Santiago na obra intitulada Mãe Tatá - uma dádiva de Òsum, na qual contam relatos, mensagens e depoimentos sobre a ialorixá.[4]
Desde ao menos este mesmo ano, foi diagnosticada com Alzheimer, mas continuou a frente do terreiro cumprindo suas obrigações religiosas. Morreu de causas naturais em sete de dezembro de 2019, aos 96 anos, em sua casa no Engenho Velho de Brotas.[1] No dia seguinte, oito, foi sepultada no cemitério municipal de Jardim da Saudade após um cortejo que saiu de Casa Branca e transitou pelas ruas do bairro na companhia de uma grande multidão de centenas de pessoas.[5] Em nove de dezembro, o deputado estadual Jacó Lula da Silva protocolou uma nota de pesar (MOC/23.380/2019), que foi publicada no Diário Oficial em 10 de dezembro.[6]
Em decorrência do falecimento de Altamira, o terreiro enlutou e suspendeu suas atividades religiosas por um ano.[7] Em entrevista, Pai Léo, irmão de santo da falecida, afirmou que o terreiro seria interinamente dirigido pelo eluô Pai Air José, que já era líder do Pilão de Prata, e os ebomis.[1] Desde dezembro de 2020, Mãe Neuza Cruz formalmente sucede Altamira na posição de ialorixá.[8]
Avaliação
editarA jornalista Cleidiana Ramos a definiu como "uma ialorixá conhecida pela sabedoria e elegância nos gestos".[4] Já Pai Léo, a comparando ao orixá Oxum, diz: "Assim como Oxum, era vaidosa, gostava de usar joias e era muito maternal e energética. Contava uma história toda para você perceber que estava errado".[1]
Ver também
editar
Precedido por Marieta Vitória Cardoso (Oxum Niquê) |
Ialorixá do Casa Branca do Engenho Velho 1985 — 2019 |
Sucedido por Neuza da Conceição Cruz (Mãe Neuza) |
Referências
- ↑ a b c d e f Redação (2019). «Morre aos 96 anos Mãe Tatá de Oxum, ialorixá do Terreiro Casa Branca - Com Alzheimer há cerca de cinco anos, sacerdotisa era uma das grandes lideranças do candomblé baiano». Correio
- ↑ a b Vasconcelos, Carmen (2019). «Pesquisador relembra feitos de Mãe Tatá - A ialorixá, que morreu neste sábado (7), comandava o terreiro mais antigo do Brasil, da nação Ketu». Correio
- ↑ Torres, Antônio Novais (2021). «Candomblé do Engenho Velho/ Bah». Jornal do Sudeste
- ↑ a b Ramos, Cleidiana (2014). «Livro traz homenagem a Mãe Tatá de Oxum». Mundo Afro - A Tarde
- ↑ «Multidão acompanha enterro de Mãe Tatá Oxum Tomilá em Salvador». Gazeta da Web. 2019
- ↑ «N.º proposição: MOC-23.380-2019». Assembleia Legislativa da Bahia
- ↑ Redação (2019). «Morre, aos 96 anos, Mãe Tatá Oxum Tomilá». A Tarde
- ↑ Ramos, Cleidiana (2020). «Mãe Neuza Cruz, filha de Xangô, é a nova ialorixá da Casa Branca». A Tarde