Maceió (hidrografia)
Maceió é uma formação em que um rio, geralmente de pequeno porte nascido em platôs costeiros sedimentares, não apresenta caudal suficiente na maré baixa para romper a barra da foz com o mar, gerando uma zona intermediária lacustre temporária até que a maré alta venha a rompê-la. Tal ciclo se repete indefinidas vezes.[1]
No Nordeste Oriental (principalmente entre Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte),[2] o termo foi originalmente empregado para descrever o lagoeiro que se forma no litoral, por efeito das águas do mar nas grandes marés e também das águas de chuva.[3]
No livro Roteiro sentimental de uma cidade, de Walfredo Rodrigues, há a seguinte citação:
Bem comuns em nossas praias são esses lagos, aos quais denominam de 'maceiós', sendo geralmente conhecidos pelas alcunhas dos seus proprietários. De acordo com o seu tamanho, também chamam-no de camboa.[4]
Área geralmente pouco salubre, por conter águas represadas e com matéria orgânica em decomposição, sua fauna pode incluir crustáceos, roedores, répteis e ocasionalmente até mesmo mamíferos aquáticos, como o peixe-boi-marinho,[5] que adentra a zona para se alimentar e se abrigar.
No Ceará, o termo “caponga” é utilizado para designar o mesmo tipo de lagoa litorânea.[2]
Referências
- ↑ Redatores do Aulete (2007). «Verbete: Maceió». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 12 de fevereiro de 2015
- ↑ a b Henrique de Beaurepaire Rohan (visconde) (1889). Diccionario de Vocábulos brasileiros. [S.l.]: Imprensa nacional. 147 páginas
- ↑ Confraria do IGHB (1927). Revista do Instituto Geográphico e Histórico da Bahia, edição 53. [S.l.]: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)
- ↑ RODRIGUES, Walfredo (1962). Roteiro sentimental de uma cidade. [S.l.]: Brasiliense. 280 páginas
- ↑ Confraria do IHGB (2003). Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). [S.l.]: IHGB