Madalena Perdigão
Maria Madalena Bagão da Silva Biscaia de Azeredo Perdigão (Figueira da Foz, 28 de abril de 1923 - Lisboa, a 5 de dezembro de 1989), esteve envolvida na criação da orquestra e o coro da Fundação Calouste Gulbenkian. [1]
Madalena Perdigão | |
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Nascimento | 1923 Figueira da Foz |
Morte | 1989 (65–66 anos) |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | educador de arte |
Biografia
editarA mais velha de três irmãs, filha de Lídia Maria de Jesus Bagão da Silva Biscaia e Severo da Silva Biscaia, herdou dos pais uma educação pontuada entre os ideais republicanos do pai, um convicto opositor de António de Oliveira Salazar, e o catolicismo defendido pela sua mãe.
Casou em 1960 com José de Azeredo Perdigão, celebre advogado que foi o primeiro presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.
Foi colaboradora da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), primeiro como chefe da Secção de Música (1958-1960), que à data da sua entrada era dependente dos Serviços Gerais de Educação, depois na sua autonomização e direção, enquanto Serviço de Música (1960-1974)[2] e, posteriormente, no Serviço ACARTE (1984-1989). Contribuiu para a fundação da educação artística em Portugal, uma dimensão da educação que acreditava capacitar a formação individual dos indivíduos, facilitando a sua integração sociocultural.[3]
Após terminar os estudos liceais, ingressou na Faculdade de Ciências de Universidade de Coimbra, onde se licenciou com distinção em Matemática, em 1944.
Ao mesmo tempo que fazia o seu percurso escolar, realizou estudos de piano. Em 1948, concluiria o Curso Superior de Piano no Conservatório Nacional de Lisboa. Em seguida, realizou cursos de aperfeiçoamento em Paris e chegou a apresentar-se em concertos com a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, dirigida pelo maestro Pedro de Freitas Branco.
Ligada ao associativismo cultural, presidiu ao Círculo de Cultura Musical, em Coimbra, e a Pró-Arte; encarregando-se igualmente da representação, em Coimbra, de outras associações musicais com sede em Lisboa ou no Porto, casos do Orpheon Portuense, da Sociedade de Concertos de Lisboa e da Juventude Musical Portuguesa. Pertenceu ainda ao Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra e, de forma mais ativista, à lista da Comissão de Propaganda e Organização de Coimbra do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas.
Na sua trajetória na Fundação Gulbenkian inclui-se a criação do respetivo Serviço de Música, da Orquestra (1962), do Coro (1964) e do Ballet (1965),[4] a realização de 13 Festivais Gulbenkian de Música (1958-1970), a presidência da Comissão Orientadora da Reforma do Conservatório Nacional (1971-1974), a direção do Gabinete Coordenador do Ensino Artístico do Ministério da Educação (1978-1984) e proposta de um Plano Nacional de Educação Artística, a presidência do I Festival Internacional de Música de Lisboa (1983), a direção do Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte – ACARTE (1984-1989) e a criação do Centro Artístico Infantil (CAI) da FCG.[5]
Reconhecimento
editarEm 1988, foi distinguida com o prémio “Mulheres da Europa”, que reconhecia o papel de uma mulher ou grupo de mulheres de um dos países da CEE que tivesse contribuído, nos dois anos antecedentes, para fazer progredir a União Europeia.[6]
Foi agraciada com os seguintes graus das Ordens Honoríficas portuguesas: Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (21 de janeiro de 1964), Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (22 de agosto de 1983), Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (5 de setembro de 1985) e Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (8 de março de 1990, a título póstumo).[7]
Referências
- ↑ «Cerimónias fúnebres de Madalena Perdigão». Consultado em 7 de outubro de 2019
- ↑ Nery, Rui Vieira; Thomas Almeida, Inês (2023). Vamos correr riscos: textos escolhidos de Madalena de Azeredo Perdigão. Lisboa: Tinta da China. ISBN 9789896717629
- ↑ Luz, Postado por Peregrino da. «Maria Madalena de Azeredo Perdigão – Memória e Voz de um Rosto: - Criativo, Dinamizador, Tutelar e Mítico da Fundação Gulbenkian: Decisivo a nível da sua expansão e do meio artístico português e internacional (Figueira da Foz, 28 de Abril de 1923 – Lisboa, 5 de Dezembro de 1989) "Tenho uma grande satisfação do trabalho que faço!...Dá-me uma grande alegria e é com o maior entusiasmo, que eu o realizo!.. – Declarou-me, um ano antes da sua morte, a propósito da 3ª edição dos ENCONTROS ACARTE -». Consultado em 7 de outubro de 2019
- ↑ Kitano, Sam. «DUAS DÉCADAS SEM MADALENA PERDIGÃO (1923-1989) | Revista da Dança». Consultado em 7 de outubro de 2019
- ↑ Maria Madalena de Azeredo Perdigão – Memória de um Rosto da Fundação Gulbenkian, consultado em 7 de outubro de 2019
- ↑ «O Largo Madalena Perdigão no Bairro patrocinado pela Gulbenkian». Toponímia de Lisboa. 10 de outubro de 2018. Consultado em 7 de outubro de 2019
- ↑ «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria Madalena Bagão da Silva Biscaia de Azeredo Perdigão". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 23 de julho de 2020