Malcom McLean

empresário norte-americano (1913-2001), criador da conteinerização

Malcolm Purcell McLean (14 de novembro de 1913 - 25 de maio de 2001; mais tarde conhecido como Malcom McLean) foi um empresário norte-americano. Ele foi um empresário do setor de transportes que desenvolveu o moderno contêiner intermodal, revolucionando a logística e o comércio internacional na segunda metade do século XX. A conteinerização levou a uma redução significativa no custo de transporte de cargas, eliminando a necessidade de manuseio repetido de peças individuais de carga, e também melhorou a confiabilidade, reduziu o roubo de cargas e cortou os custos de estoque ao encurtar o tempo de trânsito. A conteinerização foi um dos principais fatores-causa da globalização.

Malcom McLean
Malcom McLean
Malcom McLean 1960. aastatel
Nascimento 14 de novembro de 1913
Carolina do Norte
Morte 25 de maio de 2001
Manhattan
Cidadania Estados Unidos
Ocupação armador, inventor
Distinções

Juventude

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McLean nasceu em Maxton, Carolina do Norte em 1913.[1] Seu primeiro nome foi originalmente grafado "Malcolm", mas usou "Malcom" mais tarde.[2]

Em 1935, quando ele concluiu o ensino médio em Winston-Salem, sua família não tinha dinheiro suficiente para mandá-lo para a faculdade, mas havia o suficiente para Malcolm comprar um caminhão usado.[3]

No mesmo ano, McLean, sua irmã Clara McLean e seu irmão Jim McLean fundaram a McLean Trucking Co.[1] Com sede em Red Springs, Carolina do Norte, a McLean Trucking começou transportando barris de tabaco vazios, com Malcolm como um dos motoristas.[4]

Conteinerização

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A ideia de transportar caminhões em navios foi posta em prática antes da Segunda Guerra Mundial. Em 1926, começou a conexão regular do trem de passageiros de luxo de Londres a Paris, Golden Arrow/Fleche d'Or, pela Southern Railway e French Northern Railway. Para o transporte de bagagem de passageiros, foram utilizados quatro contêineres. Esses contêineres foram carregados em Londres ou Paris e transportados para os portos, Dover ou Calais, em vagões planos no Reino Unido e “CIWL Pullman Golden Arrow Fourgon da CIWL” na França.[5]

No início dos anos 1950, McLean decidiu tentar usar os contêineres comercialmente. Em 1952, ele estava desenvolvendo planos para transportar os caminhões de sua empresa em navios ao longo da costa atlântica dos Estados Unidos, da Carolina do Norte a Nova York.[6] Logo ficou claro que os "reboques", como eram chamados, seriam ineficientes devido ao grande desperdício de espaço de carga potencial a bordo do navio, conhecido como estiva quebrada. O conceito original foi modificado para carregar apenas os contêineres, não o chassi, nos navios, daí a designação navio de contêineres ou navio "caixa". Na época, as regulamentações dos Estados Unidos não permitiam que uma empresa de transporte rodoviário possuísse uma companhia marítima.

McLean garantiu um empréstimo bancário de US$ 22 milhões e, em janeiro de 1956, comprou dois navios T-2 da Segunda Guerra Mundial, que ele converteu para transportar contêineres no convés e sob o convés. McLean supervisionou a construção de decks de madeira, conhecidos como decks de Mechano. Essa era uma prática comum na Segunda Guerra Mundial para o transporte de cargas de grandes dimensões, como aeronaves.

Em 26 de abril de 1956, com 100 dignitários convidados presentes, um dos navios-tanque convertidos, o SS Ideal X, foi carregado e navegou do Terminal Marítimo Port Newark-Elizabeth, Nova Jersey, para o Porto de Houston, Texas, transportando cinquenta e oito Trailer Vans[7] posteriormente denominado contêineres.

Em 1956, a maioria das cargas era carregada e descarregada manualmente por estivadores. Carregar um navio manualmente custava US$ 5,86 a tonelada naquela época. Usando contêineres, custava apenas 16 centavos de dólar a tonelada para carregar um navio, uma economia de 36 vezes. A conteinerização também reduziu muito o tempo para carregar e descarregar navios. McLean sabia que "um navio só ganha dinheiro quando está no mar " e baseava seu negócio nessa eficiência.[8]

Em abril de 1957, o primeiro navio porta-contêineres, o Gateway City, começou a operar regularmente entre Nova York, Flórida e Texas. Durante o verão de 1958, a McLean Industries, ainda usando o nome Pan-Atlantic Steamship Corporation, inaugurou o serviço de contêineres entre os Estados Unidos e San Juan, em Porto Rico, com o navio Fairland. O nome foi mudado oficialmente de Pan-Atlantic Steamship Corporation para Sea-Land Service, Inc. em abril de 1960. A operação de McLean era lucrativa em 1961 e ele continuou adicionando rotas e comprando navios maiores.

No final da década de 1960, a Sea-Land Industries tinha 27 000 contêineres tipo reboque, fabricados pela Fruehauf, 36 navios reboque e acesso a mais de 30 cidades portuárias.

Hoje podemos encontrar os containers em todos os lugares do Brasil, graças ao Malcon MCLean. Os containers não são apenas utilizados para transportes, mas tornaram-se uma das opções para construção rápida e barata. Diversas empresas nasceram com a ideia de construção em containers e temos vários exemplos espalhados no Brasil de grandes construtoras que fazem esse tipo de obra modular em containers como é a empresa container modular, disse Johnatan, responsável pela logística da empresa. Você pode conhecer mais das obras em www.containermodular.com.br

McLean morreu em sua casa no East Side de Manhattan em 25 de maio de 2001, aos 87 anos, de insuficiência cardíaca

Em um editorial logo após sua morte, o Baltimore Sun afirmou que "ele é classificado ao lado de Robert Fulton como o maior revolucionário da história do comércio marítimo".[9] A revista Forbes chamou McLean de "um dos poucos homens que mudaram o mundo".

Na manhã do funeral de McLean, navios de contêineres de todo o mundo sopraram seus apitos em sua homenagem.[1]

Referências

  1. a b c Saxon, Wolfgang (29 de maio de 2001). «M. P. McLean, 87, Container Shipping Pioneer». The New York Times. Consultado em 22 de julho de 2015 
  2. Levinson, Marc (2006). The Box: How The Shipping Container Made The World Smaller and The World Economy Bigger. [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 0-691-12324-1 
  3. «Men, Money and Ideas Are Remaking A Region». LIFE. 10. 84 páginas. 1949 
  4. Cudahy, Brian J., - "The Containership Revolution: Malcolm McLean's 1956 Innovation Goes Global" TR News. - (c/o National Academy of Sciences).
  5. Lewandowski, Krzysztof (2014). «Czechoslovak activity to prepare European norms for containers before the Second World War» (PDF). Acta Logistica. 1: 1–7. ISSN 1339-5629. doi:10.22306/al.v1i4.25 
  6. European Conference of Ministers of Transport (2 de janeiro de 1980). International Symposium on Theory and Practice in Transport Economics Transport and the Challenge of Structural Change Eighth International Symposium on Theory and Practice in Transport Economics, Istanbul, 24-28 September 1979. Introductory reports and a summary of the discussion: Eighth International Symposium on Theory and Practice in Transport Economics, Istanbul, 24-28 September 1979. Introductory reports and summary of the discussion. [S.l.]: OECD Publishing. pp. 142–. ISBN 978-92-821-0730-0 
  7. «TANKERS TO CARRY 2-WAY PAYLOADS; Filled Trailer Vans to Form Cargoes for Vessels That Normally Carry Ballast». NEW York Times. 27 de abril de 1956 
  8. Ebeling, C. E. (inverno de 2009), «Evolution of a Box», Invention and Technology, ISSN 8756-7296, 23 (4): 8–9 
  9. "Shipping Pioneer Largely Ignored".

Ligações externas

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