Manuel Bocarro Francês

Manuel Bocarro Francês, também referido como Jacob Rosales (Lisboa, 1588 ou 1593 - Florença, 1668) foi um português, médico, astrónomo, matemático e poeta.

Manuel Bocarro Francês
Nascimento 1588
Lisboa
Morte 1668
Florença
Cidadania Espanha
Ocupação astrônomo, escritor, diplomata, médico
"Monarchia Luzitana", 1624.

O seu contemporâneo e escritor padre António Vieira foi um grande admirador da sua poesia épica, a «'Anacephaleoses da Monarquia Lusitana'» editada em 1624, chegando mesmo a resumi-la no que apelidou de "narração poética e elegante" em «A Palavra do Pregador Empenhada e Defendida»[1].

Biografia

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Era irmão de António Bocarro, filhos de de Fernão Bocarro, médico, na cidade de Lisboa e de Isabel Nunes, cristãos-novos[2], e bisnetos de António Bocarro, capitão da Praça-forte de Safim.

Foi aluno da Aula da Esfera, no Colégio de Santo Antão de Lisboa[3] e depois doutorou-se pela Universidade de Montpellier (de onde ser dito "Francês"), pela Universidade de Alcalá de Henares (tendo recebido nesta última o grau pelo catedrático Pedro Garcia Carrero), e também pela Universidade de Coimbra, possuindo conhecimentos de Matemática e de Astrologia. Estes últimos conhecimentos foram obtidos junto a mestres notáveis de seu tempo como Galileu Galilei e Johannes Kepler.

Obteve reconhecimento em sua atuação como médico em diversas cortes europeias, graças ao método que utilizava para o tratamento dos seus pacientes. Entre estes destacam-se os nomes das duas imperatrizes Leonor e Maria e do Príncipe da Dinamarca, filho de Cristiano IV.

Estando na Alemanha, o imperador Fernando III concedeu-lhe o título honorífico de Conde Palatino por alvará passado a 17 de julho de 1647.

Enquanto astrónomo, fazendo uso da astrologia conforme era uso na época, prognosticava certos acontecimentos futuros nomeadamente a aclamação de D. João IV de Portugal e, por isso, foi preso pelos castelhanos, acusado de incitar a tumultos o povo português. Acedendo à sua liberdade pela intervenção de D. Fernando de Alvia, viajou para Roma, onde por benefício de impressão fez patente o vaticínio da Restauração de Portugal do jugo da Dinastia Filipina[4].

Faleceu com 74 anos, em Florença, após ter sido chamado para tratar a Duquesa de Strozzi[5].

  • Tratado dos Cometas que Apareceram em Novembro Passado de 1618 (1619);
  • Anacephaleoses da Monarchia Luzitana (Lisboa, 1624)[6];
  • Luz Pequena Lunar e Estelífera da Monarquia Lusitana, proibida pela Inquisição no século XVIII;
  • Carmen Intelectuale (1639);
  • Faetus Astrologicus (1644):
  • Regnum Astrorum Reformatum (1644)[7].

Referências

Ligações externas

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