Maria Ana de Áustria, Eleitora da Baviera

Maria Ana de Áustria (em alemão: Maria Anna von Habsburg, Erzherzogin von Österreich ) (Graz, 13 de janeiro de 1610Munique, 25 de setembro de 1665), também conhecida por Maria Ana, Eleitora da Baviera (Maria Anna, Kurfürstin von Bayern) foi, por nascimento, Arquiduquesa da Áustria e membro da casa de Habsburgo e, por casamento, Princesa Eleitora da Baviera.

Maria Ana de Áustria
Príncesa-Eleitora da Baviera
Princesa-Eleitora do Palatinado

Óleo por Joachim von Sandrart, 1643, Kunsthistorisches Museum, Viena. Maria Ana é retratada com o famoso colar de pérolas do Tesouro de Munique; o grande diamante pendente no cabelo já estava na posse da primeira mulher de Maximiliano I.
Reinado 1635–1651
Consorte Maximiliano I, Eleitor da Baviera
Nascimento 13 de janeiro de 1610
  Graz, Áustria Interior
Morte 25 de setembro de 1665 (55 anos)
  Munique, Baviera
Dinastia Habsburgo (por nascimento)
Wittelsbach (por casamento)
Pai Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico
Mãe Maria Ana da Baviera
Filho(s) Fernando Maria, Eleitor da Baviera
Maximiliano Filipe Jerónimo, Duque da Baviera-Leuchtenberg

Biografia

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Arquiduquesa da Áustria

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Maria Ana era a quinta criança (segunda filha) nascida do casamento de Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico[1] com a sua primeira mulher Maria Ana, filha do duque Guilherme V da Baviera. Provavelmente terá sido batizada em homenagem a sua mãe, que veio a falecer em 1616.

Maria Ana, que gostava particularmente de caçar, recebeu uma estrita educação jesuíta[2] e era considerada uma mulher de grande beleza com virtudes excecionais, sendo prudente, organizada e com grande sentido de estado. Também falava fluentemente o italiano para além do alemão, a sua língua natal.

Em 1619 o pai tornou-se Sacro Imperador Romano-Germânico, rei da Boêmia e rei da Hungria, o que aumentou o seu estatuto social. Dois anos mais tarde, em 1622, seu pai volta a casar com Leonor Gonzaga, filha de Vicente I Gonzaga, Duque de Mântua, de quem não teve geração.

Casamento

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Em 15 de julho de 1635 na igreja Augustiniana, em Viena, Maria Ana casou com o seu tio, Maximiliano I, Eleitor da Baviera, cuja anterior mulher, Isabel de Lorena, morrera uns meses antes. O casamento foi celebrado por Franz von Dietrichstein, Bispo de Olomouc.

No contrato de casamento, assinado dois dias mais tarde em 17 de julho, o imperador fez a excecional estipulação que Maria Ana não renunciaria aos seus direitos à herança dos Habsburgos (Erbverzicht) como era hábito para as arquiduquesas austríacas quando casavam com príncipes estrangeiros; provavelmente Fernando II teve a intenção de assegurar os direitos da sua filha mais velha no caso da extinção dos seus descendentes masculinos. Como dote, Maria Ana recebeu o montante de 250 000 florins colateralizados pelo castelo de Wasserburg e pelos distritos de Kraiburg e Neumarkt. Como local para sua viuvez, receberia o Castelo de Trausnitz, em Landshut.

Com este casamento, o Eleitor da Baviera teve a oportunidade de assegurar um herdeiro há muito já esperado (ele não tivera descendência do seu primeiro casamento) mas também demonstrar a sua aliança com o Sacro Imperador contra a França, que estava preparada para uma guerra eminente.

Eleitora da Baviera

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Retrato de Maria Ana e seu marido (e tio), Maximiliano I.

O casamento com Maximiliano foi muito feliz e o marido vivia apaixonado pela mulher. Durante a primeira gravidez de Maria Ana, o casal fez uma peregrinação a Andechs para rezar por um feliz nascimento. Em 31 de outubro de 1636, a Eleitora deu à luz o primeiro varão, foi chamado de Fernando Maria em homenagem ao seu avô , o imperador Fernando II, que foi também padrinho do recém nascido. O nascimento revelou-se extremamente difícil para Maria Ana; ela ficou tão fraca que perdeu a capacidade de falar. A sua recuperação foi atribuída à ajuda das relíquias de São Francisco de Paula, pelo que Maximiliano I fundou em Neunburg vorm Wald um mosteiro consagrado ao santo.[2] Quase dois anos depois, em 30 de setembro de 1638, a Eleitora teve um segundo filho, Maximiliano Filipe Jerónimo.

Maria Ana ajudou o marido nos assuntos de governo mostrando interesse nos assuntos políticos do estado, chegando a participar nas reuniões do Conselho de Ministros.[3] Apesar da sua origem ser a Casa de Habsburgo (ela mantinha correspondência regular quer com o irmão , o imperador Fernando III, quer com outros familiares), ela defendia sempre o ponto de vista bávaro. Além disso, ela trocava opiniões com alto funcionários do governo de Munich.

Após a conquista da Fortaleza de Philippsburg pelos franceses em 1644, Maria Ana instou o seu irmão, o arquiduque Leopoldo Guilherme, que comandava os exércitos imperiais desde 1639, em nome do seu marido, a iniciar negociações de paz.

Em 1650, pouco antes da sua morte, Maximiliano I, num documento escrito dirigido à mulher, dá-lhe indicações precisas para o período de regência que se aproximava.[4]

Regente do Eleitorado da Baviera

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Quando Maximiliano I escreveu o seu testamento em 1641, Maria Ana reivindica, durante a menoridade do filho, a sua co-assinatura em assuntos nacionais. Contudo, o gabinete do Administrator na Bavaria e Saxónia alegou que, de acordo com a Bula de Ouro, as mulheres estavam excluídas do governo. Ela consultou uma comissão especializada sem o conhecimento do seu marido e assegurou um parecer favorável aos seus direitos que foi adicionado ao testamento de Maximiliano I. Assim, após a morte de Maximiliano I (em 27 de setembro de 1651) o seu irmão Alberto VI da Baviera legalmente tornou-se o regente da Baviera para Fernando Maria, ainda menor, e foi confirmado no cargo quer pelo tribunal Imperial, quer pelo Eleitoral. Maria Ana assumiu inteira responsabilidade pelo Departamento de Justiça e por outros assuntos administrativos do estado.

Em 1664 Maria Ana, que permaneceu uma conselheira de seu filho mesmo após a regência ter terminado, sugeriu colocar o país sob a proteção de São José[5] Após a morte de seu marido, ela passou a viver no chamado andar da viúva (Witwenstock) na ala sudoeste da Residência de Munique.[6] Até à sua morte ela era um membro do Conselho Privado, o mais alto corpo de governo, embora sem direito a voto.[7]

Ela morreu em Munique aos 55 anos, sendo sepultada na Igreja de São Miguel,[8] sendo o seu coração depositado no Santuário de Nossa Senhora de Altötting.

Na literatura

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Maria Ana é uma personagem central da novela, 1634: A Crise Bávara[9] (Eric Flint & Virginia DeMarce, Editora: Baen Books). No enredo ela escapava ao casamento com Maximiliano indo ao encontro de seu primo, o Cardeal-Infante Fernando de Habsburgo que se auto-declarara "Rei dos Países Baixos".

Ascendência

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Referências

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  1. na altura do nascimento Fernando era apenas Arquiduque da Áustria Interior
  2. a b Friedrich Anton Wilhelm Schreiber: Maximilian I. der Katholische, Kurfürst von Bayern und der dreißigjährige Krieg, Fleischmann, 1868, p. 707
  3. Friedrich Anton Wilhelm Schreiber: Maximilian I. der Katholische, Kurfürst von Bayern und der dreißigjährige Krieg, Fleischmann, 1868, p. 902
  4. Linda Maria Koldau: Frauen-Musik-Kultur, Böhlau Verlag Köln Weimar, 2005, p. 228
  5. Petr Maťa, Thomas Winkelbauer: Die Habsburgermonarchie 1620 bis 1740, Franz Steiner Verlag, 2006, p. 263.
  6. Roswitha von Bary: Henriette Adelaide. Kurfürstin von Bayern. Unveränderter Nachdruck der Original-Ausgabe München 1980. Pustet, Regensburg 2004, p. 236.
  7. Roswitha von Bary: Henriette Adelaide. Kurfürstin von Bayern. Unveränderter Nachdruck der Original-Ausgabe München 1980. Pustet, Regensburg 2004, p. 268
  8. HABSBURG EMPERORS OF AUSTRIA in: royaltyguide.nl
  9. 1634: The Bavarian Crisis


Precedido por
Isabel de Lorena
   
Eleitora da Baviera

1635–1651
Sucedido por
Henriqueta Adelaide de Saboia
Precedido por
Isabel de Lorena
Eleitora do Palatinado
1635–1648
Sucedido por
Carlota de Hesse-Cassel


 
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