Maria Bonaparte (em francês: Marie; Saint-Cloud, 2 de julho de 1882 - Saint-Tropez, 21 de setembro de 1962) foi uma psicanalista e escritora francesa ligada a Sigmund Freud. Utilizou-se de sua fortuna para ajudar a popularizar a psicanálise. Também ajudou Freud a fugir da Alemanha nazista.

Maria Bonaparte
Princesa Consorte da Grécia e Dinamarca
Maria Bonaparte
Nascimento 2 de julho de 1882
  Saint-Cloud, França
Morte 21 de setembro de 1962 (80 anos)
  Saint-Tropez, França
Sepultado em Cemitério Real, Palácio de Tatoi, Grécia
Marido Jorge da Grécia e Dinamarca
Descendência Pedro da Grécia e Dinamarca
Eugénia da Grécia e Dinamarca
Casa Bonaparte (por nascimento)
Eslésvico-Holsácia-Sonderburgo-Glucksburgo (por casamento)
Pai Roland Bonaparte
Mãe Marie-Félix Blanc
Brasão

Biografia

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Nascida em Saint-Cloud, na região da Ilha de França, Maria Bonaparte era sobrinha bisneta de Napoleão I da França. Ela era filha de Roland Bonaparte e de Marie-Félix Blanc. Seu avô paterno era Pierre Napoleon Bonaparte, filho de Lucien Bonaparte, e sobrinho de Napoleão. Seu avo materno foi François Blanc, fundador do Casino de Monte Carlo.

Em 21 de novembro de 1907, em Paris, se casou com o príncipe Jorge da Grécia e Dinamarca em uma cerimônia civil e depois em uma cerimonia religiosa em 12 de dezembro de 1907, em Atenas. Ela era, então conhecida oficialmente como princesa Maria da Grécia e Dinamarca. Eles tiveram dois filhos, Pedro (1908-1980) e Eugénia (1910-1988). Em 2 de junho de 1953, Maria e seu marido príncipe George representaram seu sobrinho, o rei Paulo I da Grécia, na coroação da rainha Isabel II em Londres.

Maria Bonaparte e Sigmund Freud

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Maria Bonaparte

Maria consultou-se em 1925 com Sigmund Freud[1] em Viena para o tratamento de sua frigidez, que mais tarde foi explicado como um fracasso para ter orgasmos, durante a relação sexual na posição do missionário. Bonaparte foi a primeira psicanalista francesa, uma das poucas analisadas por Freud. Fez parte do grupo fundador da Associação Psicanalítica da França,[2] e por toda vida trabalhou e ajudou a causa psicanalítica. Escreveu extensa obra, grande parte dela explorando os mistérios da sexualidade feminina. Manteve constante presença no panorama psicanalítico: além de traduzir e divulgar a obra de Freud, participou ativamente da vida científica e política da Sociedade.

- Maria Bonaparte, 1924

Apesar do que ela descreveu como disfunção sexual, ela teve casos com o discípulo de Freud, Rudolph Loewenstein, e Aristide Briand, o primeiro-ministro francês.

Ela morreu de leucemia em Saint-Tropez, em 21 de setembro de 1962, aos 80 anos de idade. Foi cremada em Marselha e suas cinzas estão enterradas junto com o marido em Tatoï, perto de Atenas.

A história de seu relacionamento com Sigmund Freud e como ela ajudou a sua família no exílio foi retratada no filme Princesse Marie dirigido por Benoît Jacquot e estrelado por Catherine Deneuve e Heinz Bennent.

Títulos, estilos e honras

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Monograma real de Maria Bonaparte
  • 2 de julho de 1882 - 21 de novembro de 1907: "Princesa Maria Bonaparte"
  • 21 de novembro de 1907 - 21 de setembro de 1962: "Sua Alteza Real princesa Maria da Grécia e Dinamarca"

Honras

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  •   Grécia: Dama Grã Cruz da Ordem das Santas Olgas e Sofia

Ancestrais

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Referências

  1. Uma carta de Freud a Maria Bonaparte (13/08/1937) recuperado 12 de Janeiro 2014
  2. Sociedade Psicanalítica de Paris, Franca Arquivado em 12 de janeiro de 2014, no Wayback Machine., recuperado 12 de Janeiro 2014
  3. Sob o pseudônimo: A. E. Narjani: Considérations sur les causes anatomique de la frigidité chez la femme; em: Journal Médicale de Bruxelles, 27. April 1924, S. 776; citado depois Appignanesi, Forrester (1996), S. 464

Bibliografia

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  • Lobo, Márcia. Uma Bonaparte na vida de Freud. Revista Cláudia. Acessado em 28 de março de 2008
  • Bertin, C. (1989). A última Bonaparte (R. Menguello, trad.). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
  • Alizade, A. M., & Schust-Briat, G. (1999). Marie Bonaparte, a princesa psicanalista. Revista de Psicanálise, Porto Alegre, 6 (2), 189-203. (Trabalho original publicado em 1990.)
  • Bonaparte, M. (1975). Passivity, masochism and femininity. In J. Strouse, Women and analysis: Dialogues on psychoanalytic views of femininity (pp. 279–288). New York: Laurel. (Trabalho original publicado em 1934.)
  • Bonaparte, M. (1945). Notes on the analytical discovery of the primal scene. Psychoanaytic Study of the Child, 1, 119-125.
  • Bonaparte, M. (1973). Some biopsychical aspects of sado-masochism. In H. M. Ruitenbeek (Ed.), The first freudians (pp. 164–193). New York: Jason Aronson. (Trabalho original publicado em 1945.)
  • Gay, P. (1989). Freud: uma vida para o nosso tempo. (D. Bottman, trad.). São Paulo: Companhia das Letras.
  • Mijolla, Alain (1988). Revista Internacional da História da Psicanálise, 65.

Ligações externas

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