Maria Hecilda Campos Salgado
Maria Hecilda Campos Salgado (Pindamonhangaba, 12 de outubro de 1901 – São Paulo, 8 de setembro de 2005[1]) foi uma fazendeira e filantropa, fundadora do Lar Escola São Francisco em 1943.[2]
Maria Hecilda Campos Salgado | |
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Nascimento | 12 de outubro de 1901 Pindamonhangaba, São Paulo |
Morte | 8 de setembro de 2005 (103 anos) Cidade de São Paulo, São Paulo |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Raul Prado Salgado |
Filho(a)(s) | Clélia Aparecida Salgado Teixeira |
Ocupação | proprietária rural filantropa |
Biografia
editarMaria Hecilda nasceu em Pindamonhangaba, São Paulo, graduada pela Escola Secundária Normal Caetano de Campos.[3] Foi casada com Raul Prado Salgado, com quem teve uma filha, Clélia Aparecida Salgado Teixeira.[4] Esta, por sua vez, casou-se com o engenheiro Delto Menozzi Teixeira, com descendência.[5][1]
Fundação do Lar Escola São Francisco
editarEm 1932, alguns anos depois de ficar viúva, Maria Hecilda mudou-se para São Paulo e passou a atuar como voluntária em uma campanha de combate à mortalidade infantil e defesa dos direitos da criança, chamada "Cruzada Pró-Infância".[6] A campanha era coordenada por sua amiga Pérola Byington, que a levou a conhecer o Abrigo de Menores, uma instituição de acolhimento de menores abandonados e com deficiências físicas, mantida pela prefeitura.
Em 1942, passou a servir como voluntária na instituição, cuidando de treze meninos. Conseguiu transferi-los para uma nova casa, responsabilizando-se por eles, que passaram a ser internos. A instituição transferiu-se para uma nova sede em 1943, quando foi fundado o Lar Escola São Francisco, que se tornaria um centro de excelência em reabilitação a partir de de um convênio firmado com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 1991.
Depois da Segunda Guerra, Maria Hecilda conseguiu uma bolsa de estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) para especializar-se em reabilitação e partiu para os Estados Unidos, onde estudou durante seis meses. Trabalhou na instituição durante 48 anos, até os noventa anos de idade.[2][7] Ela faleceu aos 104 anos de idade, e seu corpo foi cremado no Crematório Municipal de São Paulo.[1]
Um dos internos, Luiz Henrique Medina, conhecido como Kaíke, deficiente físico que chegou na instituição com três anos de idade e onde foi criado, conquistou em 2010 a primeira posição no ranking nacional em atletismo paralímpico no tênis de mesa e a 26.ª posição no ranking mundial da modalidade, tendo conquistado títulos na Romênia, Argentina e Croácia.[8][7] Em 2012, a Rede Record foi uma das indicadas ao Prêmio Superar 2012 de Melhor Reportagem de TV, por uma entrevista com o para-atleta.[9]
Referências
- ↑ a b c «Mortes». Folha de S.Paulo. 10 de setembro de 2005. Consultado em 9 de maio de 2018 Erro de citação: Código
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inválido; o nome "abc" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ a b Velhices: experiências e desafios nas políticas do envelhecimento ativo Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – Tereza E.C.Rosa et al. ISBN 9788588169210
- ↑ «Projeto de Lei N.º 01-0674/2007». Câmara Municipal de São Paulo. 3 de outubro de 2007. Consultado em 9 de maio de 2018
- ↑ «Boletim Federal». Jusbrasil. Diário Oficial do Estado de São Paulo. 13 de janeiro de 1968. p. 46. Consultado em 9 de maio de 2018
- ↑ «Santa Zita S.A.». Jusbrasil. Diário Oficial do Estado de São Paulo. 4 de março de 1972. p. 27. Consultado em 9 de maio de 2018
- ↑ Cruzada Pró-Infância – Fundação
- ↑ a b Lar Escola de dona Maria Hecilda
- ↑ Para-Atleta Kaíke, lança em Ourinhos seu livro "Meu lar, Minha Escola, Minha Vida"
- ↑ GLOBOESPORTE.COM ganha Prêmio Superar de melhor reportagem na web