Maria Josefa da Áustria (1699–1757)
Maria Josefa Benedita Antônia Teresa Xaviera Filipina (Viena, 8 de dezembro de 1699 — Dresden, 17 de novembro de 1757) foi de 1711 a 1713 herdeira presumível do Sacro Império Romano-Germânico.[1] Através do seu casamento com o rei Augusto III da Polônia foi eleitora da Saxônia, rainha da Polônia e grã-duquesa da Lituânia.[1][2]
Primeiros anos
editarNasceu em Viena como arquiduquesa da Áustria e filha mais velha do imperador romano-germânico José I[1] e da sua esposa, a princesa Guilhermina Amália de Brunsvique-Luneburgo. Durante o reinado do seu avô, o pai e o tio de Maria Josefa assinaram um decreto que fez dela a herdeira dos domínios dos Habsburgo na eventualidade de ambos não terem herdeiros varões. Contudo, durante o reinado do tio deles, o imperador Carlos VI, tanto Maria Josefa como Maria Amália foram excluídas da linha de sucessão em favor da sua prima Maria Teresa através da Sanção Pragmática de 1713.
Casamento
editarO casamento entre Maria Josefa e Frederico Augusto II, príncipe-eleitor da Saxônia, tinha sido sugerido pelo seu futuro sogro desde 1704. Contudo, o facto de Maria Josefa não se poder casar com alguém que não fosse católico impediu a união. Quando Augusto se converteu ao catolicismo em 1712 as negociações foram retomadas. A 20 de agosto de 1719, Maria Josefa e Frederico Augusto casaram. Através deste casamento entre as casas reais de Wettin e de Habsburgo, o pai de Frederico Augusto tinha a esperança de melhorar a posição da Saxônia se rebentasse uma guerra de sucessão nos territórios austríacos. O filho mais velho do casal, Cristiano, sucedeu o pai como príncipe-eleitor da Saxônia após a sua morte.
Em 1733, Frederico Augusto foi eleito rei da República das Duas Nações como Augusto III, o Saxão. Maria Josefa foi coroada a 20 de Janeiro de 1734. A rainha era descrita como sendo ambiciosa, inteligente e religiosa. Fundou muitas igrejas e conventos e deu grande apoio os jesuítas da Polônia. Em 1740, reclamou os seus direitos de sucessão ao trono da Áustria, não para si, mas para o seu marido. Acabaria por abrir mão dos mesmos em 1742, acabando por permitir uma aliança entre a Saxônia e a Áustria. Durante a Guerra dos Sete Anos em 1756, Maria Josefa permaneceu em Dresden, depois de o marido partir, quando a cidade foi conquistada pelo exército do Reino da Prússia.
Morte
editarMorreu de apoplexia durante a ocupação da Prússia e foi enterrada no jazigo dos Wettin em Hofkirche, Dresden.
Descendência
editarMaria Josefa e Frederico Augusto tiveram catorze filhos reconhecidos pelos historiadores:[3]
- Frederico Augusto da Saxônia (1720-1721), morreu na infância.
- José Augusto da Saxônia (1721-1728), morreu na infância.
- Frederico Cristiano, Eleitor da Saxônia (1722–1763), casou-se com Maria Antónia da Baviera, com descendência.
- Maria Amália da Saxônia (1724–1760), casou-se com Carlos III de Espanha, com descendência.
- Maria Margarida da Saxônia (1727–1734), morreu na infância.
- Maria Ana Sofia da Saxônia (1728–1797), casou-se com Maximiliano III José, Eleitor da Baviera, sem descendência.
- Francisco Xavier da Saxônia (1730–1806), casou-se morganaticamente com Maria Chiara Spinucci, com descendência.
- Maria Josefa da Saxônia (1731–1767), casou-se com Luís, Delfim da França, com descendência.
- Carlos, Duque da Curlândia (1733-1796), casou -se com Franciszka Corvin-Krasińska, com descendência.
- Maria Cristina, Abadessa de Remiremont (1735-1782), princesa-abadessa de Remiremont; sem descendência.
- Maria Isabel da Saxônia (1736-1818), morreu solteira e sem descendência.
- Alberto Casimiro, Duque de Teschen (1738–1822), casou-se com Maria Cristina da Áustria, com descendência.
- Clementino, Arcebispo-Eleitor de Tréveris (1739–1812), arcebispo de Trier.
- Maria Cunegundes, Abadessa de Essen (1740-1826), princesa-abadessa de Thorn e Essen; quase se casou com Luís Filipe II, Duque de Orleães.
Maria Josefa também sofreu muitos abortos:
- Um aborto de uma filha no 4º mês de gravidez (23 de junho de 1723).
- Um aborto de uma filha no 6º mês de gravidez (16 de agosto de 1729).
- Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (22 de janeiro de 1732).
- Aborto de um filho no 4º mês e meio de gravidez (17 de janeiro de 1734).
- Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (4 de dezembro de 1736).
- Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (30 de janeiro de 1737).
- Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (30 de março de 1741).
- Um aborto de um filho no 5º mês e meio de gravidez (11 de janeiro de 1742).
- Um aborto de um filho no 4º mês e meio de gravidez (20 de março de 1743).
- Um aborto espontâneo em 1744.
- Um aborto espontâneo em 1745.
- Um aborto espontâneo em 1746.
- Um aborto espontâneo em 1747.
- Um aborto espontâneo em 1748.
- Um aborto espontâneo em 1749.
Referências
- ↑ a b c Paczkowski, Szymon (2017). Polish Style in the Music of Johann Sebastian Bach (em inglês). Lanham: Rowman & Littlefield. p. 66
- ↑ Koziara, Thomas P. (2020). Historia Nostra: The Complete History of Poland: 1586 to Present (em inglês). IV. [S.l.]: Aurifera S.A. p. 37
- ↑ Watanabe-O'Kelly, p. 266.
Maria Josefa da Áustria Casa de Habsburgo 8 de dezembro de 1699 – 17 de novembro de 1757 | ||
---|---|---|
Precedida por Catarina Opalińska |
Rainha Consorte da Polônia e Grã-Duquesa Consorte da Lituânia 17 de janeiro de 1734 – 17 de novembro de 1757 |
Monarquia abolida Partições da Polônia |
Precedida por Cristiana Everadina de Brandemburgo-Bayreuth |
Eleitora da Saxônia 17 de janeiro de 1734 – 17 de novembro de 1757 |
Sucedida por Maria Antônia da Baviera |