Maria Peregrina de Souza

poetisa, romancista e folclorista portuguesa (1809-1894)

Maria Peregrina de Souza Monteiro (Porto, 13 de fevereiro de 1809 - 16 de novembro de 1894), foi uma poetisa, romancista e folclorista portuguesa. Publicou a sua obra sob os pseudónimos Uma Obscura Portuense e Mariposa, bem como as iniciais D.M.P ou D.M.P.S.[1][2]

Maria Peregrina de Souza
Maria Peregrina de Souza
Nascimento 13 de fevereiro de 1809
Rua dos Caldeireiros
Morte 16 de novembro de 1894 (85 anos)
Rua de Santa Catarina
Sepultamento Cemitério de Agramonte
Cidadania Portugal
Ocupação escritora, poeta, romancista, folclorista

Biografia

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Nasceu no Porto, na Rua dos Caldeireiros, filha de António Ventura de Azevedo (1784-1856), comerciante de sedas, e D. Maria Margarida de Souza Neves (?-1833). Teve uma irmã, Maria do Patrocínio de Souza (1823-1864), também escritora, e um irmão, António Mateus de Azevedo e Sousa . O nome Peregrina ter-lhe-á sido dado por um tio devido aos movimentos da família pelos arredores do Porto depois do Cerco do Porto e durante as Invasões Francesas. Para além de comerciante, o pai de Maria Peregrina foi soldado nas Guerras liberais, do lado Miguelista, ainda que relutante. Ao desobedecer às ordens das tropas, foi punido com prisão. Enquanto cumpria a sua sentença em Penafiel, a mãe de Maria Peregrina morreu.[2][3]

Depois de um desgosto amoroso, muda-se com a irmã para uma quinta em Moreira da Maia, arredores do Porto, e é aí que dá início à sua actividade literária. Publica o primeiro poema em 1842 no Archivo Pitoresco, e uma série sobre crenças e superstições populares minhotas na Revista Universal Lisbonense, onde usa o pseudónimo "Uma Obscura Portuense". Publica ainda na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, na Revista Iris e no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro, e folhetins nos periódicos A Esperança, Aurora, Pirata, Pobres do Porto, Lidador, O Recreio das Damas, Restauração, A Miscelânea Poética, O Bardo e A Grinalda.[1][2][4]

Em 1859 publicou o seu primeiro livro, o romance Retalhos do Mundo, que ofereceu ao seu amigo e mestre António Feliciano de Castilho, foi instrumental ao seu sucesso, apoiando e promovendo o seu trabalho. Em 1963 é publicado Rhadamanto ou A Mana do Conde, e Roberta ou A Força da Simpatia, este último já publicado desde 1948 no periódico Pobres do Porto. Em 1866 publica Maria Isabel, previamente publicado na revista Esperança e em 1876 Henriqueta, que fora também publicado em folhetim em 1850, no jornal Pirata.[1][2]

Depois da morte da irmã, Maria Peregrina passou a morar com duas amigas, Maria Augusta de Carvalho Miranda, e Rita de Cássia de Carvalho Miranda, no Porto.

É considerada uma pioneira da Etnografia em Portugal, graças ao seu trabalho de documentação de folclore minhoto e açoriano.[3][5]

Obra escrita

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  • 1859 - Retalhos do mundo
  • 1863 - Rhadamanto ou A Mana do Conde
  • 1864 - Roberta ou A Força da Simpatia
  • 1866 - Maria Isabel
  • 1876 - Henriqueta
  • Chácara
  • Tradições Populares do Minho

Referências

  1. a b c Fangueiro, Maria do Sameiro (s.d.). «Maria Peregrina de Souza». BN digital Brasil - Periódicos & Literatura. Consultado em 6 março 2024 
  2. a b c d Comandulli, Ana Cristina (2014). «Maria Peregrina de Sousa (1809-1894)». Convergência Lusíada (32). ISSN 2316-6134. Consultado em 6 de março de 2024 
  3. a b «História». Junta de Freguesia de Moreira - Maia. Consultado em 6 de março de 2024 
  4. «Maria Peregrina de Sousa e sua irmã, Maria do Patrocínio de Sousa, no periódico «A Grinalda»». CEPESE | CENTRO DE ESTUDOS DA POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE (em inglês). Consultado em 6 de março de 2024 
  5. Silva, Armando da (s.d.). «Folklore Açoriano» (PDF). Revista do Minho para o Estudo das Tradições Populares. XV (5): 38. Consultado em 6 março 2024 
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Ligações externas

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