Marinus van der Lubbe

comunista neerlandês (1909–1934)

Marinus van der Lubbe (Leida, 13 de Janeiro de 1909Lipsia, 10 de Janeiro de 1934) foi um conselhista nascido nos Países Baixos. Ativista antifascista, causou diversos incêndios em Berlim, entre os quais o incêndio do Reichstag, o parlamento alemão, em 27 de fevereiro de 1933, ato pelo qual foi condenado e executado. Porém, teve sua pena reduzida postumamente pelo governo alemão em 1967, e, mais tarde, teve perdão completo do governo em 2008.[nota 1]

Marinus van der Lubbe
Marinus van der Lubbe
Nascimento 13 de janeiro de 1909
Leida
Morte 10 de janeiro de 1934 (24 anos)
Leipzig (Alemanha Nazista)
Sepultamento Südfriedhof
Cidadania Reino dos Países Baixos, Alemanha
Ocupação ativista político, sindicalista, operário, libretista
Ideologia política Comunismo de conselhos
Causa da morte decapitação

Biografia

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Filho de pais separados, ficou órfão de mãe aos 12 anos, e foi criado com a família de uma meia-irmã. No mesmo período, por volta de 1920,[carece de fontes?] já era aprendiz de pedreiro e, dada a sua força física, é alcunhado de Dempsey (antigo campeão do mundo de boxe) pelos colegas e amigos.

Devido a um acidente de trabalho ocorrido em 1925, de que resultou uma incapacidade parcial da visão, não pode continuar a exercer a profissão de pedreiro. No decorrer dos anos seguintes aderiu a uma organização de extrema-esquerda, a Oposição Operária de Esquerda (LAO).

Devido a um desentendimento com sua irmã, Van der Lubbe mudou-se para Leiden em 1927, onde fundou a Casa Lenine, organizando conferências sobre política. Enfrentou problemas com a polícia e esteve preso duas semanas devido ao facto de ter partido os vidros de um gabinete de ajuda social. Politicamente, afastou-se cada vez mais dos comunistas parlamentaristas, por os achar pouco radicais e pouco combativos, sendo ele um defensor de mais acções diretas.

Entre 1928 e 1932 van Lubbe viajou através da Europa perseguindo o seu sonho de entrar na União Soviética, entrada essa que lhe foi recusada. Ao mesmo tempo sua capacidade de visão foi se deteriorando e os médicos que o consultaram, comunicaram que estava condenado à cegueira.

Passou a viver em Berlim a partir de 1933, onde decidiu incendiar edifícios estatais como forma de ação direta contra o governo nazista. Foi detido pela polícia no interior do parlamento alemão (Reichstag) após atear fogo em diversas partes do grande edifício.[2] Confessou estar por trás do incêndio no parlamento e disse que foi para alertar os alemães sobre os perigos do nacional-socialismo.[2]

Após sua prisão os grupos de oposição ao nazismo se dividiram: enquanto o partido comunista alemão rotula-o de desequilibrado e afirma ter sido manipulado pelos nazistas, os comunistas de conselho e os anarquistas se organizam em sua defesa criando um Comitê Internacional van Lubbe.

Condenado à morte, Van Lubbe foi executado por decapitação na guilhotina em 10 de janeiro de 1934,[2] três dias antes de fazer 25 anos. Segundo a pesquisa histórica contemporânea a sua culpabilidade no incêndio do Reichstag é plausível, mas não está completamente assegurada.

Notas

  1. Marinus van der Lubbe foi oficialmente perdoado pelo Estado alemão em janeiro de 2008, 75 anos após sua condenação e decapitação. Em 1967, um tribunal de Berlim mudou simbolicamente a sentença de van der Lubbe para oito anos de prisão e, em 1980, o mesmo tribunal suspendeu totalmente a sentença. Em 1981, um tribunal da Alemanha Ocidental anulou a condenação de van der Lubbe, alegando que ele era louco, no entanto, os ativistas pressionaram pelo perdão total do estado por van der Lubbe ter sido condenado por um tribunal nazista. O perdão estatal total de van der Lubbe foi possível graças a uma lei aprovada na Alemanha em 1998. Esta exoneração é simbólica e não implicará em compensação para os herdeiros de van der Lubbe.[1]

Referências

  1. Kate Connolly, 75 years on, executed Reichstag arsonist finally wins pardon, The Guardian, Saturday 12 January 2008. [1]
  2. a b c «Lichaam van 'Nederlander achter Rijksdagbrand' na 89 jaar opgegraven». msn.com (em neerlandês). RTL Nieuws. 16 de fevereiro de 2023. Consultado em 16 de fevereiro de 2023 

Ver também

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