Marluce Pinto
Maria Marluce Moreira Pinto ComMM (Jaguaruana, 3 de junho de 1938) é uma política brasileira filiada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Por Roraima, foi primeira-dama do governador Ottomar Pinto, senadora durante dois mandatos e deputada federal.[2][3]
Marluce Pinto | |
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Marluce Pinto em 2014. | |
2.ª e 5.ª Primeira-dama de Roraima | |
Período | 1.º- 15 de março de 1991 a 1º de janeiro de 1995 |
Antecessor(a) | Teresa Jucá |
Sucessor(a) | Suely Campos |
Período | 2.º- 10 de novembro de 2004 a 11 de dezembro de 2007 |
Antecessor(a) | Ângela Portela |
Sucessor(a) | Shéridan Oliveira |
Senadora por Roraima | |
Período | 1º de fevereiro de 1991 a 1º de fevereiro de 2003 (2 mandatos consecutivos) |
Deputada federal por Roraima | |
Período | 1º de fevereiro de 1987 a 1º de fevereiro de 1991 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Maria Marluce Moreira Pinto |
Nascimento | 3 de junho de 1938 (86 anos) Jaguaruana, CE |
Nacionalidade | brasileira |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Esposo | Ottomar Pinto |
Partido | PDS (1980–1983) PTB (1983–1995) MDB (1995–presente) |
Biografia
editarFilha de José Severino Moreira e de Laura Correia Moreira, Marluce Pinto é natural do município de Jaguaruana, no Ceará, mas mudou-se para Fortaleza ainda jovem. Em 1958, concluiu a educação básica no Colégio São João, de Fortaleza, mesma cidade onde cursou Gerência Empresarial em 1970.[4]
Antes de ingressar na política, estabeleceu-se como empresária nos setores de extração de madeira e de construção civil. Entre 1969 e 1979 e 1973 e 1979, trabalhou como diretora e superintendente da Betunorte S.A. e da Rodolider S.A., respectivamente, mesmo período em que passou a presidir a M. M. Moreira Ltda e se tornou sócia-majoritária da M. M. Moreira Transportes Ltda.[4]
Casada com Ottomar Pinto (PDS), já falecido, mudou-se para Roraima em 1979 quando o marido assumiu o governo por escolha do então presidente João Figueiredo. Como primeira-dama, dedicou-se à coordenação da área social do governo e esteve à frente do Programa Nacional do Voluntariado.[nota 1][4][5]
Além disso, do casamento com Ottomar Pinto, Marluce teve uma filha chamada Otília Pinto, que foi prefeita de Rorainópolis (RR) entre 2001 e 2004.[4]
Trajetória política
editarFiliada ao Partido Democrático Social (PDS) desde 1980, Marluce Pinto assumiu a presidência estadual do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) após a exoneração de seu marido em 1983.[6] Em 1986, Marluce Pinto candidatou-se pela primeira vez a um cargo eletivo, concorrendo ao cargo de deputada federal por Roraima. Angariando apenas 2.372 votos, conseguiu eleger-se graças ao desempenho de seu marido, Ottomar Pinto, que obteve a maior votação proporcional do país ao angariar 15.906 votos. Tomando posse em 1º de fevereiro de 1987, integrou as comissões de Fiscalização e Controle e de Minas e Energia; foi titular da Subcomissão da União, Distrito Federal e Territórios; da Comissão da Organização do Estado, onde destacou-se por se dedicar à elevação de Roraima à condição de estado; e suplente da Subcomissão do Poder Executivo e da Comissão da Organização dos Poderes e Sistema de Governo.[2][4]
Ainda na Câmara dos Deputados, participou da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 e votou a favor do rompimento de relações diplomáticas com países que praticassem políticas de discriminação racial, da nacionalização do subsolo, do limite de 12% ao ano para os juros reais, da soberania popular, do mandado de segurança coletivo, do voto facultativo aos 16 anos, do presidencialismo, do mandato de cinco anos para o então presidente José Sarney, da remuneração 50% superior para o trabalho extra, do turno ininterrupto de seis horas, do aviso prévio proporcional, da anistia aos micro e pequenos empresários e da legalização do jogo do bicho. Além disso, votou contra a pena de morte, a limitação do direito de propriedade, a estatização do sistema financeiro, a limitação de encargos da dívida externa, a proibição do comércio de sangue, a jornada semanal de 40 horas, a estabilidade no emprego, a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e a desapropriação da propriedade produtiva.[4][7]
Por força da Constituição de 1988, Roraima foi elevada ao patamar de estado. Dois anos depois, então, Marluce Pinto elegeu-se senadora pelo PTB para um mandato de quatro anos como uma das primeiras mulheres à ascender ao Senado Federal pelo voto direto, ao lado da jornalista e advogada Júnia Marise.[nota 2][4] Durante o mandato, atuou como presidente da comissão mista destinada a reavaliar o Projeto Calha Norte (1991-1992), foi titular das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional, de Serviços de Infra-Estrutura e de Assuntos Sociais (1991-1994), participou da comissão especial formada por iniciativa do presidente da República, Itamar Franco, para instituir o Código de Trânsito Brasileiro (1994), e da Comissão de Orçamento (1994-1995), tendo também exercido a secretaria-geral do Parlamento Amazônico entre 1993 e 1994.[4][8] Em julho de 1994, Marluce foi admitida pelo presidente Itamar Franco à Ordem do Mérito Militar no grau de Comendadora especial.[1]
Reeleita em 1994 com 46.189 votos, a maior votação do estado,[9][10] migrou para o PMDB em junho do ano seguinte. Mesmo tendo seu registro cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por propaganda eleitoral antecipada, abuso do poder econômico, uso indevido da gráfica do Senado e de veículos durante a campanha, tomou posse ao cargo em 1995, atuando como titular das comissões de Educação e de Relações Exteriores e Defesa Nacional e presidindo a comissão parlamentar de inquérito sobre a exploração do trabalho infantil em várias fábricas de calçados instaladas no Rio Grande do Sul ao longo do mandato.[4]
Nas eleições de 1998, licenciou-se do mandato para concorrer ao governo de Roraima em uma coligação liderada pelo PMDB mas perdeu para o candidato Neudo Ribeiro Campos, que rompera o acordo firmado com Ottomar Pinto de não se candidatar à reeleição. Após a derrota nas urnas, deu continuidade ao seu mandato no senado, que se encerrou em janeiro de 2003.[4]
Já em 2002, tentou reeleger-se ao cargo de senadora pelo PMDB[11] mas não obteve sucesso. Em 2007, foi nomeada secretária do Trabalho e Bem Estar Social de Roraima durante o mandato de seu marido, eleito governador do estado nas eleições de 2006. Por fim, nas eleições de 2010 Marluce Pinto tentou novamente eleger-se ao cargo de senadora pela coligação União por Roraima, composta pelos partidos PSDB, DEM, PMDB, PR, PPS e PTN.[12] Alcançando a soma de 90.938 votos, o equivalente a 21,42% dos votos válidos, não conseguiu ser eleita.[4]
Desempenho em eleições
editarAno | Eleição | Coligação | Partido | Candidato a | Votos | % | Resultado |
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1986 | Estadual em Roraima | Sem coligação | PTB | Deputada federal | 2.372 | — | Eleito[4] |
1990 | Estadual em Roraima | PTB e PDC | PTB | Senadora | 20.316 | 12,98 | Eleito[8] |
1994 | Estadual em Roraima | PTB, PSC e PRN | PTB | Senadora | 46.189 | 30,45 | Eleito[4] |
1998 | Estadual em Roraima | PMDB, PTB e PMN | PMDB | Governadora | 13.840 | 11,36 | Não Eleita[4] |
2002 | Estadual em Roraima | PSDB e PMDB | PMDB | Senadora | 56.296 | 18,33 | Não Eleita[11] |
2010 | Estadual em Roraima | PSDB, DEM, PMDB, PR, PPS e PTN | PSDB | Senadora | 90.938 | 21,42 | Não Eleita[4] |
Notas
- ↑ Ottomar Pinto foi nomeado governador do estado de Roraima em 2 de abril de 1979, permanecendo no cargo até 7 de abril de 1983 quando foi exonerado.
- ↑ Em 1871, Princesa Isabel tornou-se senadora por direito dinástico aos 25 anos. Já durante o Brasil República, Eunice Michiles foi efetivada na cadeira de João Bosco de Lima e Laélia de Alcântara foi a sucessora de Adalberto Sena, enquanto Alacoque Bezerra foi convocada transitoriamente em substituição a Afonso Sancho.
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 29 de julho de 1994.
- ↑ a b Câmara dos Deputados 2019.
- ↑ Senado Federal 2019.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o FGV 2009.
- ↑ Notícias de Jussara.
- ↑ PSDB 2016.
- ↑ Câmara Legislativa 2019.
- ↑ a b Senado 2019.
- ↑ Tribunal Superior Eleitoral 1994.
- ↑ PDBA 1994.
- ↑ a b Folha Online 2002.
- ↑ G1 2010.
Bibliografia
editar- Câmara dos Deputados (2019). «Marluce Pinto - Biografia». Consultado em 7 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Câmara Legislativa (2019). «Parlamentares constituintes». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- FGV (2009). «Verbete». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Folha Online (2002). «Eleições 2002». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- G1 (2010). «Roraima: lista de candidatos a senador». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Notícias de Jussara. «Dia Internacional da Mulher – As Pioneiras de Novas Conquistas». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- PDBA (1994). «Brazil: Eleições Legislativas de 1994 (Senado)». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- PSDB (2016). «Leia biografia de Ottomar Pinto». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Senado (2019). «Participação em Comissões». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Senado Federal (2019). «Marluce Pinto - RR». Consultado em 7 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019
- Tribunal Superior Eleitoral (1994). «Resultados das Eleições 1994 - Roraima - senador». Consultado em 4 de novembro de 2019. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2019