Matanza (banda)
Matanza foi uma banda brasileira de rock, formada no Rio de Janeiro em 1996, que permaneceu ativa até 2018. Sua música era uma mistura de hardcore punk, country e heavy metal, formando assim o gênero que a mídia intitulou de "countrycore".
Matanza | |
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Matanza se apresentando ao vivo no Plaza Hall em Sorocaba, Brasil, 2010. | |
Informações gerais | |
Origem | Rio de Janeiro |
País | Brasil |
Gênero(s) | |
Período em atividade | 1996–2018 |
Gravadora(s) | |
Ex-integrantes | Dony "Don" Escobar Jonas Cáffaro Marco Donida Maurício Nogueira Jimmy London Nervoso Fausto Diba China |
Página oficial | www |
História
editarO Matanza foi idealizado no ano de 1996 por Jimmy e Donida, atendendo à ideia de explorar as melodias da fase inicial da carreira do cantor americano Johnny Cash, adaptadas a um andamento como o que se ouvia da banda escocesa The Exploited. Completavam essa formação embrionária o baterista Nervoso e o baixista Diba, registrada na demo de 1998 Terror em Dashville.
Em 1999, uma nova gravação atrairia a atenção do produtor Rafael Ramos, e levaria o Matanza à assinar com a hoje extinta Abril Music para o lançamento de seu primeiro CD. Já contando com China no baixo, Santa Madre Cassino foi gravado em Dezembro de 2000 e lançado em Março do ano seguinte, pouco antes da banda ser demitida da gravadora.
O Matanza segue com Rafael Ramos para a Deckdisc e grava no estúdio Tambor o seu segundo álbum, Música para Beber e Brigar, então com Fausto às baquetas. Neste álbum, as faixas "Pé na Porta, Soco na Cara" e "Bom é Quando Faz Mal" receberam videoclipes dirigidos por Eduardo Kurt, responsável também pelo de "Ela Roubou Meu Caminhão", do primeiro álbum, e por todos os que viriam a compor o tributo à Johnny Cash.
O projeto To Hell With Johnny Cash começou como um compacto de quatro músicas que a banda costumava tocar em seus shows mas, em pouco tempo, já orçavam-se três compactos, com 12 músicas ao todo. No começo de 2005, com o surgimento de uma nova mídia, o projeto tomou ares de disco de carreira e o resultado foi um CD-DVD, reconhecido como o primeiro título em DualDisc de um artista brasileiro em território nacional.
O álbum A Arte do Insulto foi gravado em meados de 2006 e lançado em outubro do mesmo ano. O trabalho de divulgação do álbum contou ainda com o videoclipe de "Clube dos Canalhas", dirigido por Rudi Lagemann e fotografado por Tuca Andrade, e com a revista Matanza Comix, com quadrinhos de Alan Sieber, Arnaldo Branco, Daniel Etê, entre outros, além do próprio Donida, editor da publicação.
O registro Matanza Ao Vivo gravado no Hangar 110 (São Paulo) em Dezembro de 2008 e dirigido por Romi Atarashi, conta com Jonas na bateria e marca a transição para uma nova fase. O guitarrista Donida deixa os palcos para dedicar-se exclusivamente à composição do material da banda. Seu lugar, nos palcos, é ocupado por Maurício Nogueira (Ex-Torture Squad).[1]
Cinco anos após A Arte do Insulto, o Matanza lança Odiosa Natureza Humana, em Março, pela Deckdisc. O quinto álbum de estúdio (e quarto de inéditas) começou a ser feito em 2010 e foi gravado em três dias, ao vivo, com fita de rolo (sem arrumações digitais) e produção de Rafael Ramos no estúdio Tambor.
Em 2012, o Matanza lança seu sexto álbum de estúdio, Thunder Dope. Neste álbum a banda regrava algumas faixas de demos lançadas anteriormente: "Goredoom Jamboree" e "Matanza em Idaho" (de Terror em Dashville) e "Devil Horse" (de De Volta a Tombstone).
Em 2015, a banda anunciou a saída do baixista China, substituído por Dony Escobar. Segundo o próprio grupo, China deixou o Matanza porque queria começar a tocar apenas guitarra.[2] Antes de sair, ele participou da gravação do sétimo álbum de inéditas da banda, Pior Cenário Possível lançado em abril do mesmo ano.[3] sendo o primeiro trabalho em estúdio a contar com Maurício envolvido no processo de composição.[2]
Em maio de 2018, a banda anunciou que encerraria suas atividades em outubro do mesmo ano devido a "questões pessoais que precisam ser atendidas, possibilidades profissionais que precisam ser contempladas e necessidades artísticas que (...) levam à [sic] caminhos distintos".[4]
No início de 2019, os ex-integrantes da banda formaram uma nova versão da mesma, Matanza Inc, com o vocalista Vital Cavalcante no lugar de Jimmy London.[5]
Também em 2019, Jimmy London forma a banda Matanza Ritual, com Felipe Andreoli (baixo, também do Angra), Antônio Araújo (guitarra, Korzus) e Amílcar Christófaro (bateria, Torture Squad). A banda tem o objetivo de tocar os sucessos do Matanza.
Projetos paralelos
editarO ex-baixista e o guitarrista, China e Donida, possuem um projeto paralelo chamado Enterro. É uma banda de black metal e lançou em 2008 seu primeiro CD independente Nunc Scio Tenebris Lux.
Por sua vez, o vocalista Jimmy London participava de uma série de programas de televisão da MTV Brasil. Além do Rockgol, onde toda a banda participa de um torneio de futebol, Jimmy já apresentou o programa Pimp My Ride Brasil e dublava desenhos animados. Jimmy London também participou de uma música da banda Rock Rocket chamada "Eu Queria me Casar" e agora está numa parceria com o Rats, formando o Jimmy & Rats. baixista Dony Escobar toca nas bandas Os Vulcânicos e Lammia.
Crítica
editarComentando a agenda de shows para o Yahoo!, Regis Tadeu publicou uma crítica positiva para a banda em 2012: "Muita gente acha um absurdo, mas... Sim, o Matanza é uma banda legal e que faz um show melhor ainda. Ao vivo, os caras mandam muito bem e as canções fazem muito mais sentido do que aquilo que você ouve no CD. É claro que você precisa entrar na vibe 'Johnny Cash metal caminhoneiro' cafajeste" para curtir e divertir com as canções escrachadas (...)"[6]
Integrantes
editarÚltima formação
editar- Jimmy London - vocal (1996 - 2018)
- Donida - guitarra (1996 - 2018; exclusivamente em estúdio de 2008 a 2018)
- Dony Escobar - baixo (2015 - 2018)
- Jonas - bateria (2008 - 2018)
- Maurício Nogueira - guitarra (2008 - 2018)
Ex-integrantes
editar- China - baixo (2001 - 2015)
- Fausto - bateria (2003 - 2008)
- Nervoso - bateria (1996 - 2003)
- Diba - baixo (1996 - 2001)
Linha do tempo
editarDiscografia
editarEstúdio
editar- 2001 - Santa Madre Cassino
- 2003 - Música para Beber e Brigar
- 2005 - To Hell With Johnny Cash
- 2006 - A Arte do Insulto
- 2011 - Odiosa Natureza Humana
- 2012 - Thunder Dope
- 2015 - Pior Cenário Possível
Demos
editar- 1998 - Terror em Dashville
- 1999 - De Volta a Tombstone
Ao vivo
editarEP
editar- 2016 - Assim Começa a Bebedeira
- 2017 - Na Lama do Dia Seguinte/Santanico(2017)
Compilação
editar- 2015 - Fundamental - Matanza
Referências
- ↑ Araujo, Bernardo (1 de Dezembro de 2014). «Matanza vira quinteto e convida Biohazard para a festa». Ultimatum/O Globo. Grupo Globo. Consultado em 21 de Dezembro de 2014
- ↑ a b Bragatto, Marcos (5 de março de 2015). «Baixista deixa o Matanza; veja quem é o substituto». Rock em Geral. Consultado em 6 de março de 2015
- ↑ Aiex, Tony (9 de março de 2015). «Matanza lança a inédita "A Sua Assinatura"». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 9 de março de 2015
- ↑ Ferreira, Mauro (31 de maio de 2015). «Banda Matanza anuncia fim, após 22 anos, por 'questões pessoais' recorrentes no universo pop». G1. Grupo Globo. Consultado em 3 de junho de 2018
- ↑ Araújo, Bernardo (27 de julho de 2019). «Jimmy lamenta fim do Matanza: 'Vamos jogar tudo fora porque eu sou grosso?'». O Globo. Grupo Globo. Consultado em 25 de maio de 2019
- ↑ Regis Tadeu (31 de março de 2012). «É show ou é fria – Abril». (Na Mira do Regis) Yahoo!. br.noticias.yahoo.com/blogs. Consultado em 12 de fevereiro de 2017