Condessa Pereira Carneiro
Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro, mais conhecida como Condessa Pereira Carneiro (Niterói, 15 de agosto de 1899 — Brasília, 5 de dezembro de 1983) foi uma empresária brasileira, diretora-presidente do Jornal do Brasil de 1953 até a data de sua morte. Sob sua direção, o jornal alcançou grande prestígio nacional e internacional, após tê-lo submetido a uma reformulação editorial, gráfica e industrial, que mudou a história da imprensa brasileira. Foi classificada pelo jornal inglês “The Guardian” como “uma das mulheres mais influentes da América do Sul” e pela revista francesa Marie Claire como "uma das 50 mulheres mais importantes do mundo".[1]
Condessa Pereira Carneiro | |
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Nome completo | Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro |
Conhecido(a) por | Executiva, diretora-presidente do Jornal do Brasil entre 1953 a 1983 |
Nascimento | 15 de agosto de 1899 Niterói, RJ |
Morte | 5 de dezembro de 1983 (84 anos) Brasília, DF |
Ocupação | Empresária |
Biografia
editar"Sou filha, neta e bisneta de jornalistas. Tenho até a impressão de que trago o jornalismo no sangue."— Maurina Pereira Carneiro[2]
Nascida em Icaraí, era filha do escritor Dunshee de Abranches, também jornalista e político. A filha, que lhe fora secretária, publicou sua obra de mais de 100 livros.[2]
Casou-se, em 1920, com Amílcar Marchesini, de quem se enviuvou aos 27 anos; contraiu novas núpcias com o Conde Ernesto Pereira Carneiro, já dono do JB, em 1940.[2] Reformulou o JB a partir da década de 1950, ocasionando uma revolução na imprensa nacional, capitaneada pelo então presidente do periódico Nascimento Brito. A Condessa assumiu o jornal, em 1953, adotando por lema a expressão "a ordem é não parar". [3]
Era viúva de Ernesto Pereira Carneiro, de quem herdou o título nobiliárquico papalino. Durante o regime militar brasileiro, lutou contra a censura imposta ao jornal, sendo que Nascimento Brito imputava aos governos militares as razões pelas dificuldades que levaram ao fechamento do periódico.[3]
Faleceu de parada cardiorrespiratória, no Hospital Sarah Kubitschek, onde estava internada por uma semana. Sua morte causou grande comoção: o governador do Rio de Janeiro de então, Leonel Brizola, decretou luto oficial no Estado - o mesmo ocorrendo no Maranhão, por decreto do gestor Luís Rocha; o presidente do México, Miguel de la Madrid Hurtado, expressou suas condolências. A cerimônia fúnebre foi regida pelo cardeal D. Eugênio Sales.[4]
Foi enterrada no Cemitério de São João Batista (Perpétuo 85-A, Aléia 1).[5]
Referências
- ↑ «Condessa Pereira Carneiro». Google Arts & Culture. Consultado em 23 de dezembro de 2021
- ↑ a b c diversos (5 de dezembro de 1983). «Versão digitalizada do JB de 5/12/1983». Google Newspaper. Consultado em 1 de dezembro de 2011
- ↑ a b O Globo (9 de fevereiro de 2003). «"Obituário: M.F. do Nascimento Brito, aos 80 anos"». Observatório da Imprensa. Consultado em 1 de dezembro de 2011
- ↑ «Há 28 anos, morria a condessa Pereira Carneiro, diretora-presidente do 'JB'». JB Online. 5 de dezembro de 2011
- ↑ «Condessa Pereira Carneiro (1899-1983), pseudônimo de Maurina Dunshee de Abranches Pereira Carneiro». Consultado em 23 de dezembro de 2021
Bibliografia
editar- SCHUMAHER, Maria Aparecida. BRASIL, Érico Vital (org.). “Dicionário Mulheres do Brasil – de 1500 até a atualidade”. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.