Mercado Municipal da Avenida de Lagos
O Mercado Municipal da Avenida, também conhecido por Mercado Municipal ou Mercado da Avenida, é um edifício localizado no centro de Lagos, em Portugal.
Mercado Municipal da Avenida de Lagos | |
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Localização | Freguesia de São Sebastião, no Concelho de Lagos, em Portugal |
Inauguração | 1925 |
Proprietário | Câmara Municipal de Lagos |
Administração | Câmara Municipal de Lagos |
Incorporação | Câmara Municipal de Lagos |
Números | |
Lojas | 6 lojas, 35 bancas de peixe, 18 bancas de fruta e 5 talhos |
Estacionamento | 3 bolsas de estacionamento |
Andares | 2 cobertos, mais 1 terraço no topo do edifício |
Mercado Municipal da Avenida de Lagos | |
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Localização do edifício 37° 06′ 14,83″ N, 8° 40′ 23,38″ O |
Descrição
editarO edifício divide-se em três pisos, sendo o térreo ocupado por bancas de peixe e marisco, talhos e um espaço de venda de gelo, enquanto que no primeiro andar foram criados espaços para um café e seis lojas, que comercializam vários produtos, especialmente frutas e os legumes. No terceiro andar situa-se um restaurante e um terraço com vista para a baía de Lagos, e um acesso pedonal para o Centro Ciência Viva de Lagos, instalado nas traseiras do Mercado Municipal. A comunicação entre os três pisos é feita através de uma escadaria e de um elevador panorâmico.[1]
A parede Sul do edifício encontra-se revestida por painéis de azulejos, da autoria do artista plástico Xana.[2]
História
editarAntecedentes e construção
editarDe acordo com o historiador Manuel João Paulo Rocha, em 1850 a autarquia ordenou a construção de um mercado do peixe na Rua da Porta de Portugal, na sequência de vários esforços por parte dos pescadores em ter um açougue próprio.[3] Em 1904 foi erigido na mesma rua um novo edifício para a venda do peixe, situado junto ao antigo edifício dos Paços do Concelho.[4] enquanto que o antigo passou a ser destinado provisoriamente à venda de frutas e hortaliças.[3]
Em 1915 iniciou-se a discussão de construir diversos equipamentos cívicos em Lagos, incluindo um novo mercado para a fruta.[5] O local escolhido foi um edifício onde tinha existido a Fábrica da Porta de Portugal, situado na rua do mesmo nome, e que era já propriedade municipal,[5] tendo sido destruído por completo num incêndio em 1915.[6] Em Agosto de 1923 a autarquia expropriou um quintal ao lado do imóvel, e nos princípios de 1924 a Comissão Executiva aprovou várias bases para o novo edifício do mercado, tendo o director técnico sido Jaime José Palhinha.[5] Nos finais desse ano foi aprovado o regulamento,[5] e em 25 de Dezembro o jornal Folha de Annuncios publicou um aviso da Comissão Executiva sobre o concurso para o arrendamento do oito estabelecimentos no interior do mercado.[7]
Inauguração
editarO mercado entrou ao serviço em 1925, tendo a inauguração sido referida numa acta da comissão executiva de 15 de Janeiro.[5] Inicialmente, este edifício servia apenas para a venda de frutas e legumes, motivo pelo qual se denominava de Mercado Central de Fructas ou Praça da Fruta.[4] Com a instalação do novo imóvel, foi demolido o antigo edifício do século XIX, enquanto que o mercado do peixe continuou em funcionamento.[5] Nos finais da década de 1950, decidiu-se que o piso térreo seria dedicado apenas à comercialização de pescado, de forma a se poder demolir o mercado do peixe,[4] para a instalação da Avenida dos Descobrimentos.[5] Este foi demolido em 1958, ano em que o Mercado Municipal passou a comercializar também peixe.[5]
Renovação
editarO edifício sofreu obras de remodelação entre 2002 e 2004,[8] tendo sido entretanto utilizada uma estrutura temporária construída para esse efeito em 2001.[9] Este programa de renovação implicou um investimento de aproximadamente 3 milhões de euros, e teve como finalidade melhorar a estética e a funcionalidade do edifício, de forma a torná-lo num espaço de convívio, sem perder os seus traços originais.[1] Por outro lado, foram resolvidos vários problemas de segurança, higiene e de qualidade, e a estrutura do edifício, que se encontrava já muito envelhecida, foi renovada.[10] Com efeito, do edifício original apenas restou a fachada principal, que foi preservada, tendo o interior sido totalmente reconstruído.[11] Porém, as obras de renovação foram contestadas pelos comerciantes, que apontaram, entre outras falhas, uma redução nas dimensões dos expositores e problemas no estacionamento.[10] Em resposta a estas críticas, o então presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, anunciou que se iriam melhorar as facilidades de estacionamento no local.[10]
Em 27 de Outubro de 2004, a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen foi homenageada com uma inscrição no interior do Mercado Municipal, do seu texto O Caminho da Manhã.[12] Em 2006, o edifício do Mercado Municipal foi um dos dezoito candidatos ao Prémio Nacional de Arquitectura Alexandre Herculano.[1] No mesmo ano, foi realizada na escadaria do Mercado uma exposição de Maias, bonecas de trapo típicas da Festa das Maias.[13]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c «Lagos candidata-se ao Prémio Nacional de Arquitectura "Alexandre Herculano"». Câmara Municipal de Lagos. 25 de Setembro de 2006. Consultado em 31 de Julho de 2010. Arquivado do original em 26 de Setembro de 2006
- ↑ «Artístico / Arte Pública: Painel de azulejos no Mercado Municipal». Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 8 de Maio de 2020
- ↑ a b ROCHA, 1909:49
- ↑ a b c PAULA, 1992:217
- ↑ a b c d e f g h JESUS, Artur de; CASTELO, Francisco (Maio de 2024). «Os cem anos do Mercado da Avenida». Revista Municipal de Lagos (15). Lagos: Câmara Municipal de Lagos. p. 7-8. Consultado em 15 de Novembro de 2024
- ↑ «Ao Toque da Sirene». 5 Sentidos. Agosto de 2010. p. 28-29
- ↑ «Anuncio». Folha de Annuncios. Ano 18 (898). Lagos. 25 de Dezembro de 1924. p. 1. Consultado em 15 de Novembro de 2024 – via Hemeroteca Municipal do Algarve
- ↑ «Mercado Municipal - Lagos». Mário Martins Atelier. Consultado em 10 de Maio de 2020
- ↑ «Instalações Provisórias do Mercado Municipal da Avenida, em Lagos». Neocivil. Consultado em 31 de Julho de 2010 [ligação inativa]
- ↑ a b c PALMA, Luísa (28 de Junho de 2004). «Mercado Municipal de Lagos não é funcional». Região Sul. Consultado em 31 de Julho de 2010 [ligação inativa]
- ↑ «Centenário assinalado com programa comemorativo». Revista Municipal de Lagos (15). Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Maio de 2024. p. 9-10. Consultado em 15 de Novembro de 2024
- ↑ «Sophia de Mello Breyner recordada na Biblioteca Municipal de Lagos». Região Sul. 15 de Novembro de 2004. Consultado em 31 de Julho de 2010 [ligação inativa]
- ↑ «Exposição "As Maias" em Lagos». RADIX - Ministério da Cultura. Consultado em 31 de Julho de 2010 [ligação inativa]
Bibliografia
editar- PAULA, Rui Mendes (1992). Lagos. Evolução Urbana e Património. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 392 páginas. ISBN 9789729567629
- ROCHA, Manuel João Paulo (1991) [1909]. Monografia de Lagos. Faro: Algarve em Foco Editora. 488 páginas