Milovan Đilas
Milovan Đilas, às vezes transliterado como Djilas (Podbišće, 12 de junho de 1911 - Belgrado, 20 de abril de 1995) foi um político, revolucionário e escritor. Estudou direito na Universidade de Belgrado, onde adotou o marxismo, posteriormente esteve preso por três anos por suas atividades políticas contra a monarquia e foi torturado. Era então bom amigo de Josip Broz Tito. Desde 1940 foi membro do Politburo do Partido Comunista da Iugoslávia.[1]
Milovan Đilas | |
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Nascimento | 12 de junho de 1911 Podbišće (Reino de Montenegro) |
Morte | 20 de abril de 1995 (83 anos) Belgrado (República Federal da Jugoslávia) |
Cidadania | Jugoslávia, Reino de Montenegro |
Etnia | Serbs of Montenegro |
Cônjuge | Mitra Mitrović |
Irmão(ã)(s) | Aleksa Đilas Bećo, Milivoje Djilas Minjo |
Alma mater |
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Ocupação | político, comissário político, cientista político, escritor, poeta advogado |
Distinções |
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Obras destacadas | The Unperfect Society: Beyond the New Class |
Religião | Igreja Ortodoxa Sérvia |
Lutou ao lado dos partisans de Tito durante a II Guerra Mundial, desempenhou inúmeros cargos importantes no governo da Iugoslávia do pós-guerra e foi um decidido partidário da ruptura de Tito com Stálin em 1948.[1]
Dissidência
editarAté 1953, foi vice-presidente da Iugoslávia e presidente da Assembleia Nacional. Foi amplamente considerado como eventual sucessor natural de Tito e estava prestes a se tornar presidente da Iugoslávia em 1954. No entanto, desde outubro de 1953 até janeiro de 1954, escreveu dezenove artigos para o jornal Borba ("A Luta"), no qual exigia mais democracia no partido e no país.
Tito e os outros líderes comunistas viram seus argumentos como uma ameaça para a estabilidade da nação, e, em janeiro de 1954, Đilas foi expulso do governo e despojado de todas as posições do partido por suas críticas. Desligou-se do do Partido Comunista logo depois. Em dezembro de 1954, deu uma entrevista ao New York Times na qual disse que a Iugoslávia era governada por "reacionários". Por isto, foi levado a julgamento e condenado.
Em 1956, Đilas foi preso por seus escritos e pelo seu apoio à Revolução Húngara, acabando condenado a nove anos de prisão. Embora preso, Đilas traduziu a obra de John Milton: Paraíso Perdido para o servo-croata. Em 1957 Đilas publicou a sua obra mais famosa: A Nova Classe, uma análise profunda do sistema comunista, em que afirmava que o comunismo na Europa do Leste não era igualitário e que estabelecera uma "nova classe" privilegiada do partido da burocracia, que gozava de benefícios materiais a partir de suas posições. Após a publicação desta obra no Ocidente, sua sentença foi aumentada.[1]
Em Terra sem justiça (1959), expôs as condições em que vivia Montenegro antes da revolução, a obra provocou o movimento comunista, e foi Đilas preso novamente. Suas Conversações com Stálin (1962) lhe custaram outros quatro anos de cárcere. Foi anistiado em 1966, continuou escrevendo e publicando. Entre seus livros, destacam-se suas Memórias (1958-1973); A Sociedade Imperfeita (1969); biografia de Tito (1980) e O discípulo e o herege (1989).
Milovan Đilas foi considerado o inspirador de Mikhail Voslenski, que editou em 1970 uma obra sobre a Nomenklatura: "A nomenklatura, os privilegiados na União Soviética".
Obras publicadas
editar- (em inglês)
- The New Class: An Analysis of the Communist System, 1957
- Land without Justice, 1958
- Conversations with Stalin, 1962
- Montenegro, 1963
- The Leper and Other Stories, 1964
- Njegoš: Poet-Prince-Bishop, 1966
- The Unperfect Society: Beyond the New Class, 1969
- Lost Battles, 1970
- The Stone and the Violets, 1970
- Memoir of a Revolutionary, 1973
- Wartime, 1977
- Of Prisons and Ideas, 1984
- Parts of a Lifetime
- Rise and Fall
- Tito: The Story from Inside
- "Disintegration of Leninist Totalitarianism", in 1984 Revisited: Tolitarianism in Our Century, New York, Harper and Row, 1983, ed. Irving Howe
Ver também
editarReferências
Ligações externas
editar- «Lembrando Milovan Djilas» (em inglês)